SheBelieves: Brasil sofre empate em bola parada e perde pro Canadá nos pênaltis

Canadá vence Brasil nos pênaltis da She Believes 2024. Foto: CANWNT

Foto: CANWNT/Divulgação

Com uma marcação encaixada e pressionando bem a saída de bola, o Brasil estreou na She Believes Cup contra o Canadá se impondo e conseguiu ser mais contundente no campo de ataque para sair na frente do placar. Com 55% de posse de bola no primeiro tempo, a seleção brasileira chegou ao gol com Tarciane, de pênalti. O Canadá cresceu no segundo tempo e chegou ao empate com a cabeçada de Gilles após cobrança de falta de Fleming. Mais uma vez, o Brasil foi punido por erro de marcação em bola parada.

Na disputa de pênaltis, Marta e Antonia desperdiçaram as cobranças, que amargaram a derrota brasileira neste sábado (6), no Mercedes-Benz Stadium, nos Estados Unidos. Agora, o Brasil enfrentará o Japão pela disputa de terceiro lugar na terça-feira (9), às 17h, no estádio Lower. Ainda que não valha mais o título, o próximo confronto é valioso para a preparação aos Jogos Olímpicos de Paris-2024, já que brasileiras e japonesas estão no mesmo grupo do torneio olímpico, ao lado da Espanha e da Nigéria ou da África do Sul. A final da SheBelieves Cup 2024 será decidida entre Canadá e Estados Unidos.

Seleção começa com estilo ofensivo

O Brasil entrou em campo com um elenco bastante modificado, a começar pela estreia de Tainá no gol. A seleção voltou a atuar com uma linha de três zagueiras na defesa, formada por Antonia, Tarciane e Thais. Ana Vitória e Yaya compuseram o meio campo. Gabi Portilho entrou novamente como ala, aberta pela direita, assim como Yasmim, pela esquerda. O ataque foi a campo com Jhenifer, Priscila e Ludmila. 

Brasil começou se impondo e colocando em prática o estilo ofensivo do qual Arthur Elias vem frisando, com muitas jogadoras no campo de ataque e bastante movimentação, sem deixar de morder na marcação assim que perde a bola. Passados 10 minutos, o Canadá equilibrou o jogo e conseguiu chegar com perigo ao ataque por meio dos lançamentos nas costas das marcadoras brasileiras.

Ainda que a a defesa fique um pouco mais vulnerável pela formação e posicionamento do Brasil mais ofensivos, as três zagueiras brasileiras se portaram muito bem na cobertura das bolas longas que buscavam as atacantes canadenses mais abertas no campo. A melhor chance do Canadá no primeiro tempo, porém, foi em uma jogada individual pela direita com Deanne Rose, que passou pela zagueira Thais na linha de fundo e cruzou na medida para Beckie cabecear de dentro da área uma bola que passou muito perto da direita do gol defendido por Tainá, aos 12 minutos.

A partida estava aberta quando foi a vez de o Brasil encaixar um bom contra-ataque. Desta vez, Ludmilla foi acionada em lançamento em profundidade pela esquerda, conduziu até a área e foi derrubada. A árbitra marcou pênalti para o Brasil. Aos 23 minutos, Tarciane cobrou forte no meio do gol, convertendo a boa partida realizada pela seleção brasileira em vantagem no placar. 

Com a confiança em alta, o Brasil cresceu depois do gol. E ainda criou mais duas ótimas chances de ampliar a vantagem. Uma com um chute de primeira da entrada da área da Antonia, que foi pra fora. Outra com a Portilho, que recebeu ótimo lançamento no campo de ataque e conduziu bem a bola até a área, mas perdeu o tempo para finalizar e acabou se enrolando sozinha, perdendo a posse.

Canadá cresce no segundo tempo

Atrás no placar, o Canadá voltou pro segundo tempo com a meia Awujo no lugar da lateral Beckie e uma postura mais ofensiva atrás do empate. Com 10 minutos em campo, Awujo já levou perigo ao acertar um chute na trave esquerda da goleira brasileira, depois de uma boa jogada pelo meio da área. O Brasil passou a ser mais ameaçado atrás, mas também assustou a goleira Sheridan com uma boa chegada de Yasmim, uma finalização de longe da Ana Vitória que tentou surpreender a goleira canadense adiantada e com Jheniffer dentro da área.

Mas Arthur Elias demorou a mexer no time brasileiro, que caiu de rendimento na parte física. Aos 17 minutos do segundo tempo, a treinadora Beverly Priestman promoveu a segunda substituição no Canadá (a atacante Deanne Rose pela St-Georges), enquanto o técnico do Brasil fez a primeira mexida apenas aos 26 minutos. Jaqueline entrou no lugar de Jheniffer. Por sinal, dois minutos depois a atacante do Corinthians salvou o Brasil ao travar o chute de Gilles numa sobra de bola dentro da área após jogada de perigo da Adriana Leon pelo meio.

Canadá vence Brasil nos pênaltis da She Believes 2024. Foto: CANWNT
Foto: CANWNT/Divulgação

Aos 31, porém, o Canadá teve uma falta na lateral esquerda e Fleming levantou na área. Mais uma vez, o Brasil falhou na marcação e permitiu que Gilles subisse sozinha no meio da defesa brasileira para marcar de cabeça o gol de empate canadense. A goleira Tainá também colaborou pela saída completamente fora do tempo da bola. As falhas defensivas em lances originados em bola parada tem sido frequentes na seleção brasileira desde antes da chegada Arthur Elias, mas segue sendo um problema a ser resolvido pela comissão técnica atual. Vale ressaltar que o futebol canadense tem como características a força física e a bola aérea.

Após o Brasil sofrer o empate, Arthur promoveu três substituições de uma só vez. Entraram Marta, Angelina e Cristiane nos lugares de Ludmila, Ana Vitória e Gabi Portilho. O Brasil chegou mais duas vezes com perigo. Aos 43, Thaís fez bom passe para Cristiane na entrada da área, que tocou de calcanhar para Priscila em condição de finalizar. Ela bateu de primeira, mas a bola desviou e saiu em escanteio. Já nos acréscimos, Yaya quem teve a chance de finalizar da entrada da área após jogada com Marta. Mas a goleira Sheridan defendeu. Com empate em 1 a 1, a vaga na final foi decidida nos pênaltis. 

Marta e Antonia desperdiçam pênaltis

Poucos minutos antes de o jogo acabar, Arthur Elias trocou as goleiras para a disputa de pênaltis: saiu a estreante Tainá, do América-MG, para a entrada da Lorena, que voltou a vestir a camisa da seleção após um ano se recuperando de lesão no joelho. Mas pouco adiantou. Lawrence e Marta perderam as primeiras cobranças para cada um dos lados. Adriana Leon e Cristiane marcaram na sequência. Na terceira rodada, Jade Rose converteu a batida para o Canadá, enquanto Antonia acertou a trave. Tarciane até voltou a balançar as redes, mas Awujo e Grosso definiram a vitória canadense por 4 a 2 nos pênaltis.

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