Brasil se impõe, goleia Argentina e vai confiante à semifinal da Copa Ouro

A seleção brasileira venceu a Argentina por 5 a 1 pelas quartas-de-final da Copa Ouro na madrugada deste domingo. O resultado garantiu a classificação do Brasil para a semifinal, esperando agora o vencedor do confronto entre México e Paraguai.

Os cinco gols do Brasil foram marcados por 4 jogadoras diferentes: a meio-campista Yayá, de cabeça, a ala esquerda Yasmim, de fora da área, a centroavante Gabi Nunes e a atacante Bia Zaneratto (2x) foram as artilheiras do dia.

Na reta final do segundo tempo, depois de muitas trocas no time, o Brasil se desorganizou e acabou sofrendo o primeiro gol na competição, quando Dos Santos recebeu com liberdade do lado esquerdo e encobriu a goleira.

Ainda assim, na maior parte do tempo, o Brasil se impôs, não sofreu na defesa, e construiu boas jogadas de ataque, sempre com muitas jogadoras preenchendo a área. Um time que marcou 12 gols e sofreu um até aqui em quatro jogos no torneio chega confiante para tentar uma vaga na decisão e, quem sabe, conquistar o primeiro título da era Arthur Elias na seleção.

Análise do jogo

O Brasil, como já era previsto, de novo teve mudanças na escalação – as poucas peças que o técnico Arthur Elias tem mantido sempre são a zagueira e Rafaelle, além da atacante Bia Zaneratto.

Contra a Argentina, na defesa, Thais jogou centralizada, enquanto Antonia ficava pela direita e Rafa pela esquerda na linha de três. Portilho jogou na ala direita, Yasmim na esquerda, enquando Yayá, Duda Santos e Duda Sampaio preenchiam o meio, com Bia Zaneratto e Gabi Nunes jogando juntas no ataque.

Foto: Leandro Lopes/CBF

Aos 6 minutos, a grande chance do jogo foi da Argentina. Roubada de bola e conexão rápida com a atacante Larroquete, que chutou pegando a goleira Luciana adiantada, mas a bola saiu por pouco.

O Brasil sofreu em alguns momentos desse início na defesa, com as movimentações das três atacantes argentinas dentro da área, com toques rápidos. As hermanas estavam muito armadas para o contra-ataque e sempre que o Brasil terminava uma jogada sem a finalização para o gol, na retomada da bola, as argentinas buscavam, em três toques no máximo, estarem na cara do gol de Luciana.

Essa foi a dificuldade da seleção brasileira no começo do jogo. As argentinas jogaram mais recuadas, se fechando em uma linha de cinco e outra de quatro na frente da área e tentando pressionar sempre a jogadora do Brasil que tinha a bola. Com isso, a equipe de Arthur Elias teve problemas para trocar passes e encontrar chances de finalização.

A solução vinha em alguns lances individuais, como quando Duda Sampaio conseguiu sair da marcação driblando e chutou de fora, ou então com passes longos das zagueiras direto para as atacantes.

E o gol veio mais ou menos assim, aos 18 minutos. Primeiro, um passe longo de Antonia buscando Gabi Nunes, que consegue segurar a marcação e a bola espirra caindo no pé da Duda Santos. A meio-campista de primeira estica para Bia Zaneratto caindo pela esquerda, a atacante consegue dominar bem e achar ótimo cruzamento para área onde Yaya infiltrou para testar para o fundo do gol.

Foto: Leandro Lopes/CBF

Era o oitavo gol do Brasil na Copa Ouro, sétima jogadora diferente a marcar. Essa é uma característica das equipes de Arthur Elias, que sempre tem muitas jogadoras chegando à área pra finalizar – inclusive volantes, como é o caso de Yayá. Se Bia saiu da referência ali no miolo da área para receber a bola pelo lado, outras jogadoras ocuparam o espaço deixado por ela, e Yaya foi bem nessa leitura para se posicionar ali no primeiro pau para o cabeceio.

Aos 37 minutos, o Brasil aproveitou bem uma bola parada pra ampliar o marcador. A cobrança de falta era do lado esquerdo do ataque da seleção, mas a bola espirrou e parou no pé de Thais já no lado direito. Ela reinicia a jogada cruzando para a área e, no rebote, a bola cai nos pés de Yasmim, que arrisca de fora num chute preciso para fazer o 2 a 0: mais uma jogadora diferente fazendo gol, outra que não é atacante.

Foto: Leandro Lopes/CBF

Depois do placar inaugurado, o Brasil controlou bem o jogo na primeira etapa e sofreu pouco na defesa. E antes dos 10 minutos do segundo tempo, a nona jogadora diferente ampliou o marcado para a seleção. A jogada começa com roubada de bola de Rafaelle, que serviu Bia Zaneratto. Ela errou na primeira, mas a bola caiu de volta nos seus pés e aí ela não perdoou.

Das nove atletas que balançaram as redes nessa Copa Ouro, quatro são atacantes, duas são volantes, duas laterais, e uma é zagueira.

Aos 17, já tinha virado goleada. Boa construção de jogada do Brasil, tocando desde trás, com paciência para girar a bola de um lado para o outro, até ela cair nos pés de Gabi Portilho na direita. Cruzamento preciso dela para a Gabi Nunes, bem posicionada e que pedia a bola a todo momento. De cabeça, ela fez o quarto da seleção brasileira.

Foto: Leandro Lopes/CBF

As primeiras substituições de Arthur aconteceram a partir daí: saíram a própria Nunes, a Portilho e a Duda Sampaio, para as entradas de Geyse, Adriana e Ary Borges. Depois, Rafaelle saiu para Aline Milene entrar no time. Com essa mudança, Yasmim recuou para a zaga, e Aline passou a fazer a ala esquerda. Mais tarde, Julia Bianchi também veio pro jogo no lugar de Yaya.

Com tantas trocas, o Brasil em alguns momentos acabou se desorganizando. Foi o que aconteceu aos 35 minutos, quando, após uma cobrança de lateral da Argentina, a seleção estava com a linha defensiva alta e desguarnecida – só duas jogadoras nela e caindo mais para o lado esquerdo. No bate-rebate, Gomez Ares conseguiu esticar um passe para Dos Santos, que avançava do lado esquerdo do ataque argentino, o direito da defesa do Brasil. Sozinha, ela avançou e encobriu Luciana para fazer o gol de honra das hermanas. Foi a primeira vez que a seleção foi vazada nessa Copa Ouro.

Mas pra fechar a conta, ainda teria mais um gol de Bia Zaneratto, que aproveitou passe de Ary e acertou belo chute.

Compartilhe

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Uma resposta

  1. gostei muito da Yasmin e da Portillo nesta partida, notando que a primeira começa a ganhar auto confiança dentro do time, esta cada vez mais a vontade. Ousadia faz parte do estilo dela.
    E muito bom termos a Bia Zan. Me mostre na seleçao masculina alguem que enfie uma bola no corredor ou coloque assistencia no local preciso ,como a Bia zan faz.
    Por fim esta dando tempo para treinar e o time melhora. So tem um porem , O limite fisico do time na metade do segundo tempo nos jogos fque virão.
    Ah, e cade a goleiraça Lorena e a Ludmila?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *