Como fica a estrutura da CBF para o futebol feminino após mudanças no comando

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta terça-feira (1º) mais mudanças no gerenciamento do futebol feminino. Após a demissão de Duda Luizelli do cargo de Coordenadora de Seleções Femininas há cerca de duas semanas, a entidade anunciou novos nomes para gerenciar a modalidade. Ana Lorena Marche assume o cargo de Supervisora de Seleções femininas, e Amauri Nascimento entra como Supervisor de Competições femininas.

Em um espaço de três anos, o futebol feminino passou pelas mãos de três gestores diferentes. A técnica Pia Sundhage, que tem contrato até a Olimpíada de 2024, agora tem que lidar com mais uma mudança de chefia no comando do futebol feminino brasileiro. Por ser um ano de eleição após o afastamento de Rogério Caboclo da presidência por uma acusação de assédio, ainda não se pode afirmar que esta estrutura se manterá pelo restante do ciclo.

Durante a coletiva de imprensa, questionada pelas Dibradoras sobre as mudanças nos cargos-chave na entidade, Pia foi categórica. Ela afirmou que, como treinadora, não se envolve nos bastidores; no entanto, espera que a equipe no comando siga alinhada com os objetivos da seleção e da comissão técnica.

“Eu sou técnica, eu gosto do campo. Essas coisas que aconteciam nos bastidores, que você mencionou, eu não sabia. Mas eu sou uma pessoa que segue em frente com o próximo passo. Vou seguir fazendo o que eu vinha fazendo quando Marco Aurélio (Cunha) estava no cargo, quando Duda (Luizelli) estava no cargo e agora com (Aline) Pellegrino”, afirmou.

“Tem duas coisas que são muito importantes para esse time: jogar contra seleções top do ranking (da Fifa). E preparar para a classificação da Copa do Mundo. A outra coisa é que me represente bem, ou seja, que eu trabalhe com uma boa equipe/comissão. É importante que a equipe saiba os próximos passos e que os profissionais da comissão sejam qualificados. Se fizemos essas duas coisas juntas, acho que a Pellegrino fará ótimo trabalho. Vou só lembrá-la sempre que nós precisamos de jogos e que precisamos de pessoas com quem eu queira trabalhar.

Como fica

Aline Pellegrino, que chegou junto com Duda à CBF, agora assume a posição de Coordenadora de Seleções Femininas e de Competições Femininas. Na prática, isto significa que ela agora tem responsabilidade tanto sobre as competições nacionais quanto sobre as seleções de base e principal.

Anteriormente, Aline chefiava as competições femininas, num cargo que ficava sob a direção de Competições da CBF (comandada por Manoel Flores). Sob o seu comando, foram anunciadas a terceira divisão do Campeonato Brasileiro e a Supercopa do Brasil de Futebol Feminino.

Abaixo de Aline na hierarquia da Confederação estarão Ana Lorena Marche e Amauri Nascimento. Os dois assumem, respectivamente, posições de supervisão: as seleções ficam a cargo de Ana Lorena, enquanto Amauri será responsável pelas competições nacionais.

A mudança significa uma “unificação” dos trabalhos em prol do futebol feminino, com uma estrutura voltada exclusivamente para a modalidade. Quando Aline e Duda chegaram à CBF em 2020, o trabalho era dividido: enquanto uma ficava sob a tutela do departamento de competições, a outra respondia ao setor de seleções.

Além do Torneio Internacional da França, que será disputado em fevereiro, a CBF deve anunciar em breve outros amistosos para os próximos meses. Ainda em 2022, a seleção vai disputar a Copa América na Colômbia, competição que vale vaga para a Copa do Mundo em 2023, disputada na Austrália e na Nova Zelândia. Em seguida, o foco será a Olimpíada de Paris em 2024.

Quem chega

Ana Lorena Marche tem 36 anos e ocupava o cargo de Coordenadora de Futebol Feminino na FPF desde janeiro de 2020, quando Aline se tornou diretora na entidade. Além disso, ela é autora do Manual de Futebol Feminino da Conmebol e professora de futebol feminino na Licença C, curso voltado para quem quer se tornar treinador(a), da CBF Academy.

Por dois anos, ela também foi gerente de futebol feminino na Ferroviária, onde foi campeã brasileira e vice-campeã da Libertadores, ambos em 2019. Ela é graduada em Educação Física, com um mestrado em Ciência do Desporto e doutorado em Biodinâmica do Movimento.

Amauri, por sua vez, tem 39 anos, é graduado em Educação Física e especialista em Gestão do Esporte. Ele iniciou seus trabalhos no futebol feminino em 2008, junto com as Sereias da Vila. Trabalhando com futebol feminino no Santos, ele começou como estagiário, passou a ser auxiliar administrativo, e atuou na gestão da modalidade até 2018.

Em 2019, foi supervisor de futebol feminino do São Paulo, onde ficou até o fim de 2020. De janeiro do ano passado até agora, estava no Santos como coordenador no Departamento de Futebol Feminino do Santos.

Amauri também tem experiência trabalhando com futebol feminino na CBF; entre 2017 e 2018, ele foi supervisor das categorias de base da seleção feminina de futebol, com os times sub-17 e sub-20 – nessa época, o cargo não era fixo, mas apenas existia durante as convocações. Durante este período, ambas as seleções foram campeãs sul-americanas.

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