Brasil sofre, mas vence Colômbia e é octa da Copa América

Foto Staff Images Woman – CONMEBOL

Neste sábado (30) a Seleção Feminina de Futebol conquistou seu 8º título da Copa América ao vencer a Colômbia por 1×0, com gol marcado por Debinha, de pênalti, aos 39 minutos do primeiro tempo.

Este foi o menor placar imposto pela seleção brasileira a um rival na competição. E, apesar da vitória, o desempenho da equipe foi muito abaixo do que se esperava da equipe comandada por Pia Sundhage. Com a equipe formada por muitas atletas que disputavam um título pela primeira vez, o Brasil demonstrou nervosismo na decisão, cometeu muitos erros (de passes e nas tomadas de decisão) e teve pouca criação ofensiva.

Ainda assim, o Brasil terminou a competição com 6 vitórias em 6 jogos disputados, 21 gols marcados e nenhum sofrido – essa foi a 1ª vez que a seleção feminina conquistou o título da Copa América sem sofrer gols.

Com mais 22 mil ingressos vendidos para a decisão no Estádio Alfonso López, em Bucaramanga, as brasileiras enfrentaram as donas da casa que contaram com o apoio massivo vindo das arquibancadas.

Além do título, pela primeira vez na história, a competição ofereceu premiação para as equipes finalistas. A campeã levou pra casa 1,5 milhões de dólares (R$ 7,1 mi), enquanto a vice-campeã ficou com 500 mil dólares.

Ao final da partida, a defensora Antonia valorizou a conquista brasileira. “Sabíamos que seria um jogo difícil e a Colômbia é uma grande equipe. Temos um trabalho sendo feito e coroado e nós temos que trabalhar para seguir com essa história de conquistas viva. Sentimento de emoção e gratidão”, afirmou.

Debinha também parabenizou a equipe pelo desempenho. “Foi nota 10, conseguimos o que buscávamos e claro, temos sempre a melhorar. Mas a equipe está de parabéns pela vitória e título”, declarou a autora do único gol da partida.

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O jogo
(Foto Staff images Woman – CONMEBOL)

Para a grande final, Pia Sundhage escalou o Brasil com Lorena, Antonia, Tainara, Rafaelle e Tamires; Kerolin, Ary, Angelina e Adriana; Bia Zaneratto e Debinha.

Já a Colômbia, do treinador Nelson Abadía, foi a campo com Catalina Pérez, Jorelyn Carabalí, Daniela Arias, Daniela Caracas, Manuela Vanegas, Lorena Bedoya, Daniela Montoya, Leicy Santos, Linda Caicedo, Catalina Usme e Mayra Ramírez.

O começo do jogo foi quente e movimentado para os dois lados. A Colômbia brigava, a todo custo, pela posse de bola e pressionava a saída de bola do Brasil. Aos 8 minutos, numa disputa de bola, Angelina e Bedoya se chocaram e a camisa 8 do Brasil sentiu o joelho. A meio-campista precisou ser substituída e a Duda Francelino entrou em seu lugar.

O Brasil tentava tocar a bola rumo ao ataque, mas não conseguia manter a posse. Aos 13 minutos, as colombianas recuperaram a posse no campo de defesa e ligaram Linda Caicedo pelo alto, no lado esquerdo. Ela entrou na área, fintou Antonia e finalizou pro gol, mas a bola subiu demais.

Aos 19 minutos, Rafaelle fez falta em Caicedo próximo da área. Catalina Usme foi pra cobrança direto pro gol e a goleira Lorena espalmou para fora.

(Foto Staff images Woman – CONMEBOL)

O jogo seguiu quente a disputa pela bola era constante – e na maioria das vezes, quem vencia os duelos eram as donas da casa. Até puxão de cabelo a Bia Zaneratto levou em uma tentativa das donas da casa para frear a  chegada do Brasil ao ataque.

Do lado de fora, Pia Sundhage pedia para a equipe brasileira acalmar o jogo e, dentro de campo, as colombianas seguiam brigando pela posse de bola. Aos 32 minutos, aconteceu a primeira chegada com perigo do Brasil ao gol adversário. Adriana recebeu a bola quase no meio de campo e partiu em velocidade, penteando a bola. De fora da área, a camisa 11 arriscou o chute e a bola passou bem perto da trave da goleira Pérez.

Aos 36 minutos, o Brasil chegou ao ataque trocando passes. As colombianas seguiram na caça pela bola e, dentro da área, Debinha se livrou da marcação de uma e, na segunda, foi derrubada. A árbitra assinalou a penalidade, Debinha foi para a cobrança e abriu o placar para o Brasil. Este foi o 54º gol marcado pela camisa 9 defendendo a seleção.

Debinha comemora gol marcado (Foto Staff images Woman – CONMEBOL)

As colombianas sentiram o gol sofrido, mas pediram para a torcida não deixar de apoiá-las. Depois disso, as duas equipes seguiram na busca pela posse de bola e criação de chances. As donas da casa apostaram também no jogo aéreo, mas não conseguiram finalizar com perigo.

Para a segunda etapa, os times voltaram a campo sem alterações. No início de jogo, o Brasil pressionou a Colômbia em seguidas cobranças de escanteio e numa cobrança de falta próxima a área. Bia fez a cobrança buscando o canto direito, mas a bola pegou muito efeito e foi para a linha de fundo.

Aos 8 minutos, Adriana deu um lindo passe em profundidade para Debinha. A camisa 9 ganhou na corrida e, na hora de finalizar, a goleira Pérez conseguiu fazer uma boa defesa. Até pouco mais de 20 minutos, o jogo seguiu muito truncado e faltoso, com arbitragem confusa e distribuindo cartões para os dois times.

A treinadora do Brasil mexeu na equipe pouco antes dos 30 minutos, colocando Luana e Gabi Portilho nos lugares de Ary e Kerolin. As colombianas seguiram brigando pela posse e, quando recuperavam a bola, partiam ao ataque, mas acabavam finalizado de fora da área, sem sucesso.

Em uma descida perigosa, aos 30 minutos, Leicy Santos foi acionada em profundidade e avançou para área. Rafaelle conseguiu recompor a marcação e protegeu bem a defesa. Sem conseguir finalizar, ela passou para Caicedo que arriscou um chute ao gol de Lorena que passou muito perto do travessão.

Nos últimos 10 minutos finais, o jogo ficou ainda mais quente e pegado. Os dois times passaram a rifar a bola e o Brasil ficou mais exposto, vendo as colombianas tentar o ataque em longos lançamentos. A equipe brasileira enfrentou alguns sufocos, mas conseguiu afastar o perigo, além de contar também com a falta de poder de finalização das adversárias.

Nos cinco minutos finais, a tensão se intensificou. Bia cedeu lugar à Geyse e a Colômbia buscava o empate. Pouco antes dos 45 minutos finais, Catalina Usme arriscou um chute de fora da área e obrigou Lorena a espalmar o perigo pra fora.

A goleira Lorena não sofreu gols durante a Copa América (Foto Staff images Woman – CONMEBOL)

Nos acréscimos, Luana teve a chance de ampliar o placar após ótima jogada de Geyse pela linha de fundo. Ela serviu a meio campista dentro da área, mas a finalização foi muito ruim e para fora. E assim, a partida acabou com vitória magra do Brasil que levantou a taça pela oitava vez na competição.

Campanha do Brasil na Copa América 2022

Essa foi a primeira vez que a Seleção Brasileira Feminina venceu uma competição oficial com uma mulher no comando técnico. Pia Sundhage é a primeira treinadora campeã da história do Brasil.

(Foto: Thais Magalhães/CBF)

Brasil 4×0 Argentina (dois gols de Adriana, Bia Zaneratto e Debinha)
Brasil 3×0 Uruguai (dois gols de Adriana e  Debinha)
Brasil 4×0 Venezuela (gols de Bia Zaneratto, Ary e dois de Debinha)
Brasil 6×0 Peru (gols de Duda Francelino, Duda Sampaio, Geyse, Duda Santos, Fê Palermo e Adriana)

Semifinal

Brasil 2×0 Paraguai (gols de Ary e Bia Zaneratto)

Final

Brasil 1×0 Colômbia (gol de Debinha)

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