Ela foi a 1ª gamer a ser contratada por um clube e quer mais mulheres no jogo

 

A principal jogadora de futebol eletrônico no Brasil cansou de ficar no topo sozinha e avisa: “Já passou da hora da gente se colocar no nosso lugar, não ficar se retirando por medo de ser a única mulher e sofrer preconceito”.

A paixão de Monik “monikstar_” Bisoni pelo Pro Evolution Soccer (PES) começou em 2016 com um incentivo masculino: o sobrinho do ex-namorado dela é o GuiFera, bicampeão mundial e atual campeão do e-Brasileirão de PES. Foi ele que apresentou o game para Monik, só que agora é ela que quer incentivar as mulheres. “Quem tem esse sonho de evoluir no jogo pode entrar em contato comigo, conheço meninas que jogam no mundo inteiro, elas não estão sozinhas. Tenho o contato dos organizadores dos campeonatos também pra gente poder expandir o cenário, seria muito legal!”, suspira a atleta natural de Jaú (SP).

 

Gui Fera e Monik / Arquivo Pessoal

Monik se tornou a primeira jogadora de PES a ser contratada por um clube brasileiro em setembro do ano passado, quando assinou com a Ferroviária. Mesmo assim, manteve o trabalhado como vendedora na empresa do pai e está no final da faculdade de Educação Física. Ela sempre curtiu o futebol dos gramados e planejava trabalhar na área até conhecer o futebol eletrônico. Das primeiras partidas por diversão até os primeiros pequenos campeonatos foi como apertar um botão e, diante dos bons resultados e dos muitos elogios, ela não parou mais de competir. “Para ser sincera foi tudo acontecendo sem eu esperar, jamais imaginaria estar onde estou hoje, porém quero muito e muito mais”, conta.

 

 

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Ainda não dá pra se dedicar exclusivamente ao game, até porque Monik tem o que chama, rindo, de “um estilo de vida caro”. Mas entrar para a Ferroviária, ao lado de atletas como Kauan “k13_legend” Victor, trouxe a confiança que faltava. “O sentimento de ser a primeira mulher num clube é indescritível!”, comemora. “Sempre questionei o motivo de não ter uma oportunidade como essa, se o fato de ser mulher era uma barreira. Além de mais confiança, minha técnica evoluiu porque o Kauan tem bem mais experiência e me ensinou muito, sem se preocupar se eu poderia ficar melhor do que os meninos da equipe”.

 

Kauan e Munik / Arquivo Pessoal

Monik treina mais de cinco horas por dia, quase todos os dias, descanso é só no domingo e olhe lá. Aos 25 anos, ela já participou de todas as principais competições nacionais da modalidade – entre elas o e-Brasileirão e o e-Paulistão – e chega como grande favorita para disputar o primeiro torneio de PES 2021 exclusivo para mulheres. “A minha opinião sobre ter um campeonato feminino fica dividida porque creio que não há diferença no quesito intelectual entre os gêneros. Ao mesmo tempo, essa competição é muito importante para atrair novas meninas que ficariam acanhadas de jogar num ambiente tão masculino”. 

Ela diz que as novatas, que ainda não viu jogar, são a principal preocupação no PES das Minas, mas que a expectativa é ser campeã para se manter no topo. Um topo que, a cada temporada, fica mais alto. Monik também está classificada para a segunda fase da PES League e mantém vivo o sonho de se destacar no campeonato mundial. “Pode ser em qualquer modalidade, um contra um, três contra três ou 11 contra 11… só não quero ser colocada lá por ser a única mulher, e sim por mérito!”, conclui. 

O PES das Minas começa no dia 15 de junho com cobertura das Dibradoras e transmissão no canal da Player1 na Twitch.

As inscrições, exclusivas para jogadoras brasileiras residentes no país e com mais de 13 anos, já estão abertas e podem ser realizadas até o dia 11 de julho no site da Player1.

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