Dérbi inédito decide 12º título brasileiro na Libertadores

Foto: Staff Images Woman / CONMEBOL

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A hegemonia do futebol feminino brasileiro só aumenta no maior campeonato de clubes da América do Sul. Palmeiras e Corinthians decidirão quem será o campeão da Libertadores Feminina 2023, no próximo sábado (21), às 20h30. O jogo terá transmissão apenas na TV fechada, com SporTV e BandSports (TV por assinatura), na Pluto TV (serviço de streaming gratuito da Paramount) e no canal GOAT (YouTube).

A final colocará o atual campeão do continente diante do atual campeão brasileiro e dono de três taças da Libertadores. Do duelo paulista, a única certeza é que o Brasil levantará o 12º troféu na competição, abocanhando 80% dos títulos em 15 edições disputadas desde 2009.

Mas essa é apenas a segunda vez que acontece uma final 100% brasileira na Libertadores feminina. A primeira vez foi em 2019, quando Corinthians e Ferroviária se enfrentaram e as Brabas levaram a melhor, superando as Guerreiras Grenás por 2 a 0. Interessante pensar como o cenário do futebol feminino mudou nesses últimos quatro anos. 

No início de 2019, o Palmeiras sequer tinha equipe feminina. Foi naquele ano que começou a valer a obrigatoriedade de ter times adultos e de base femininos imposta pela Conmebol e CBF a todos os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, da Libertadores e da Copa Sul-Americana. Agora, o alviverde briga pelo bicampeonato da Libertadores da América. 

Palmeiras avança com mais dificuldade do que diz o placar

Mas o Palmeiras não chegou até a segunda final de Libertadores consecutiva sem superar dificuldades. Nesta edição, a maior pedra no sapato foi o Atlético Nacional. O primeiro confronto entre os dois times foi pela terceira rodada da fase de grupos e o resultado foi um jogo aberto e cheio de gols e reviravoltas que terminou com a vitória palestrina por 4 a 3 sobre as colombianas, no Estádio Metropolitano de Techo, em Bogotá. 

Classificado em primeiro colocado do Grupo A, o Palmeiras passou com tranquilidade pelo Olímpia nas quartas de final (6×0) e voltou a cruzar com o Atlético Nacional, desta vez, na semifinal e novamente com vitória: 3 a 1. 

Mais uma vez, um jogo físico e muito disputado. –O Atlético Nacional começou a partida bem postado no meio de campo, buscando encaixar seus ataques nas costas da defesa palmeirense. Ainda assim, a equipe colombiana pouco ameaçou. Do outro lado, porém, o Palmeiras – que perdeu Andressinha aos 10 minutos por lesão – também estava muito espaçado e com pouco volume ofensivo. 

Aos 29 minutos, uma jogada que começou de um lançamento da Katrine lá do campo de defesa pela esquerda encontrou Laís Estevam em profundidade. A meia entrou na área e, ao tentar o passe, sofreu pênalti de Montoya. Bia Zaneratto converteu em bela cobrança e colocou o Palmeiras na frente do placar, aos 34 minutos. Com a vantagem, o Palmeiras se soltou e a boa movimentação das atacantes – com Bia Zaneratto e Duda Santos voltando para ajudar na criação – abriram os espaços necessários para Amanda Gutierres. 

Aos 39, Gutierres recebeu bom lançamento pela esquerda e acertou uma bela finalização, que ainda pegou no travessão e na trave direita antes de entrar no gol. Inspirada, Gutierres chegou perto de marcar um golaço, desta vez, pela direita, mas o gol foi anulado na revisão do VAR por toque de mão. Pelo Atlético, a Manuela González também teve um gol anulado por impedimento no primeiro tempo, que terminou 2 a 0 pro Palmeiras. 

O Atlético Nacional voltou para o segundo tempo com mudanças e melhor no jogo. A pressão colombiana acertou a trave na finalização de Karina Valencia. Depois de quase 20 minutos de apuros, o Palmeiras chegou na linha de fundo pela esquerda com Flávia Mota, que cruzou na área. Amanda Gutierres contou com um cochilo da defesa adversária para acertar uma cabeçada no cantinho direito da goleira Restrepo. O terceiro gol abalou o ímpeto das donas da casa, que ainda descontaram com um belo gol de cobertura de Montoya, fechando o placar em 3 a 1.

Em jogo sofrido, Corinthians passa nos pênaltis pelo Inter

Dono de três taças da Libertadores Feminina, o Corinthians pode se tornar o maior campeão da competição – até o momento, o alvinegro está empatado com o São José. Mas a classificação para a final foi sofrida diante do Internacional A vaga foi decidida na última cobrança da decisão por pênaltis após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar, na quarta-feira (18), no Estádio Pascual Guerrero, em Cali. 

O Internacional foi muito aplicado à estratégia de se fechar com uma boa marcação e apostar na rapidez dos contra-ataques. Um estilo que, inclusive, encaixava perfeitamente ao do Corinthians, que, ao contrário, gosta de atuar com a bola no pé, tendo a posse para propor o jogo com troca de passes e aproximação das jogadoras.

Os treinadores promoveram mudanças nos times titulares. O Inter de Lucas Piccinato começou com Sandoval no lugar de Analuyza pela ponta direita. Já Arthur Elias foi mais ousado: deixou Luana e Gabi Portilho no banco, deixando o meio campo corintiano com Duda Sampaio e Gabi Zanotti. Não funcionou. Ainda no primeiro tempo, o técnico tirou Duda e Jheniffer para a entrada de Luana e Vic Albuquerque. 

Mas a essa altura o Inter já estava na frente do placar. Artilheira da Libertadores, Priscila marcou aos 31, em contra-ataque puxado por Belén Aquino após erro de passe da Zanotti. Depois, em outra jogada de velocidade, Tamara ficou livre dentro da área e de frente com a goleira, mas chutou na direção da Lelê, desperdiçando uma chance clara de ampliar a vantagem ainda no primeiro tempo.

O Corinthians voltou com tudo e bem melhor do intervalo. Mas foi ainda aos 6 minutos que o Inter recebeu o primeiro golpe duro do jogo. A uruguaia Belén Aquino sentiu em uma disputa de jogo com Katiuscia e Tarciane e precisou ser substituída, deixando as Gurias Coloradas sem a sua principal válvula de escape nos contragolpes em velocidade ao ataque. Aos 19, veio o segundo e mais duro golpe: Eskerdinha derrubou Vic Albuquerque no contra-ataque e recebeu o segundo cartão amarelo, deixando o Inter com uma jogadora a menos depois de fazer uma partidaça no meio campo. 

Com mais tranquilidade por não ser ameaçado, o Corinthians partiu com mais ímpeto ao ataque e empilhou oportunidades de gol. Aos 27, o chute de Fernanda só não balançou as redes por causa de Isa Haas, que estava no meio do caminho e salvou o Inter de cabeça. Apesar da entrega da zagueira e de todo o elenco colorado, Vic Albuquerque empatou a partida de cabeça aos 33, após cruzamento na medida de Gabi Portilho pela direita. O jogo terminou empatado em 1 a 1 e foi para a decisão por pênaltis. 

Logo na primeira cobrança, Vic Albuquerque acertou a trave esquerda da goleira Barbieri, que pulou para o canto oposto. Todas as jogadoras foram convertendo as suas cobranças até que na penúltima, Zóio acertou o travessão. Na sequência, Fernandinha acertou o gol, deixando o Corinthians pela primeira vez na frente do placar. Pelo Inter, Isa Haas que fez um excelente jogo, isolou sua cobrança, garantindo a classificação das adversárias. 

A festa foi toda corintiana, que terá pela frente um clássico paulista contra o Palmeiras na decisão – o primeiro dérbi da história na competição das Américas. Do outro lado, restou o choro das Gurias Coloradas, que terão a disputa de terceiro lugar contra o Atletico Nacional. Os dois jogos serão no sábado (21).

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