De Rebeca à Luisa Stefani: medalhistas olímpicas são os destaques do Brasil no Pan

(Foto: Anh Viet Chau e Reprodução Redes Sociais)

Os Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, começam nesta sexta-feira (20) e a delegação brasileira está quase dividida igualmente entre homens e mulheres – elas representam 45% do total de 621 atletas (279 mulheres e 342 homens).

Há quatro anos, as mulheres representaram 48% do total de 486 atletas e fizeram história, subindo ao pódio 74 vezes e representando 43% das medalhas brasileiras em 2019. Quatro anos depois, muitas daquelas que medalharam nos Jogos de Lima seguem figurando o posto de favoritas, entre elas, Ana Marcela Cunha (natação), Rafaela Silva (judô), Martine Grael/Kahena Kunze (vela) e Beatriz Ferreira (boxe). Entre os esportes coletivos, o handebol segue como destaque, buscando ampliar ainda mais a hegemonia na modalidade.

Assim como aconteceu em 2019, esta edição do Pan terá uma mulher carregando a bandeira do Brasil na cerimônia de abertura. A escolhida foi a tenista Luisa Stefani, medalhista olímpica nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela estará ao lado do nadador Fernando Scheffer, campeão pan-americano e medalhista olímpico também em 2021.

A transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 será realizada pelo Canal Olímpico do Brasil e pela CazéTV, ambos streamings.

Abaixo, destacamos alguns nomes femininos para ficar de olho nesta edição:

Rebeca Andrade

Rebeca Andrade é favorita ao ouro no seu primeiro Pan-Americano, em 2023 (Foto: Marina Ziehe/COB)

Medalhista olímpica e mundial, essa será a 1ª vez que a ginasta paulista representará o país em uma edição de Jogos Pan-Americanos. Em 2019, ela não pôde competir por conta da lesão que tanto a atrapalhou ao longo da carreira: foram três cirurgias de reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho direito.

Mesmo novata na disputa Pan-americana, Rebeca já estava competindo nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 com 17 anos e participando de seu primeiro Campeonato Mundial Sênior em 2018, em Doha.

Agora, aos 24 anos, mais experiente e vitoriosa (são duas medalhas olímpicas e oito em mundiais), Rebeca chega com o favoritismo lá no alto. A atleta vai brigar por quatro medalhas: por equipe, salto, barras assimétricas e trave – para se poupar, ela não disputará o individual geral (que é a soma dos quatro aparelhos) e não disputará o solo.

“A ginástica brasileira está se tornando referência, não só no nosso país, mas no mundo todo. O Brasil pode mostrar o quanto a gente cresceu e o quanto pode crescer ainda mais. Temos todo o apoio da nossa equipe multidisciplinar, do COB, da Confederação e dos clubes, o que nos orgulha muito. O resultado no Mundial foi esperado por gerações, e a gente conseguiu tirar do papel com muito trabalho. O resultado (no Pan) é consequência. Estamos felizes e saudáveis para fazer uma excelente competição, assim como foi no Mundial”, declarou Rebeca, em entrevista ao COB.

Para acompanhar: o dia 24/10 reserva as primeiras finais por aparelhos da ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos 2023. A escalação da equipe brasileira ainda não foi definida, mas pode ser a chance de ver Rebeca Andrade na decisão das barras assimétricas e/ou salto.

Rayssa Leal

Rayssa Leal quer aproveitar o Pan para confirmar o 2º lugar no Ranking Olímpico para Paris-2024 (Foto: Wander Roberto/COB)

Mais uma jovem atleta chega “grandona” na briga pelo ouro. Medalhista de prata olímpica no skate street aos 13 anos, Rayssa Leal (agora com 15) é a atleta mais jovem da equipe brasileira e também disputará seu primeiro Pan.

Neste ano, ela já faturou o Mundial em Sharjah e conquistou o bicampeonato do X Games Chiba. Agora, Rayssa quer confirmar a condição de segunda colocada do Ranking Olímpico para Paris 2024 – e melhor de todas as Américas – com a vitória em Santiago.

Para acompanhar: Rayssa já chega brigando por título, já que a modalidade é uma das primeiras a distribuir medalhas na capital chilena. As finais do skate street, tanto para homens quanto para as mulheres, estão programadas para o dia 21/10.

Martine Grael e Kahena Kunze

Donas da vela, as bicampeãs olímpicas (2016 e 2021) vão disputar os Jogos Pan-Americanos pela terceira vez (já conquistaram a prata na 49erFX skiff feminino em Toronto 2015 e o ouro em Lima 2019). Em agosto, elas terminaram na 12ª posição do Mundial de Haia, sem a vaga olímpica, mas foram prata no evento teste para Paris 2024, ouro no Princesa Sofia e bronze na Semana Olímpica de Hyeres.

Além de medalhar, Martina e Kahena estão de olho na vaga olímpica dada ao barco melhor colocado na classificação final das Américas Central e do Sul.

Para acompanhar: entre os dias 28 de outubro e 5 de novembro ocorrerão as disputas.

Bia Ferreira

Essa mulher está muito acostumada a vencer e, neste Pan, promete brigar, literalmente, pelo lugar mais alto do pódio. Seu histórico em grandes competições ilustra bem quem é Beatriz Ferreira: campeã mundial de boxe e Pan-American em 2019, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021 e, mais recentemente, campeã do Mundial em Nova Dehli, na Índia.

Bia chega forte para brigar pelo bicampeonato nesta edição do Pan, defendendo o título na categoria 60kg. Outra motivação é uma vaga para os Jogos de Paris 2024: sua categoria é uma das que vai distribuir quatro em vez de apenas duas vagas olímpicas, bastando chegar na semifinal.

Para acompanhar: 27/10 é o primeiro dia das finais do boxe nos Jogos Pan-Americanos 2023 e tem a categoria de Bia Ferreira.

Ana Marcela Cunha

Um dos grandes nomes da natação brasileira vai cair na água em busca do bicampeonato neste Pan-americano. São grandes as conquistas de Ana Marcela, entre elas, a medalha de ouro na maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021 e a conquista do pentacampeonato mundial nos 25km da natação em águas abertas.

A nadadora baiana retomou os treinamentos na água em fevereiro, após passar por cirurgia no ombro esquerdo, além de ter trocado de treinador. Atualmente, ela está treinando na Itália com o técnico Fabrizzio Antonelli.

Quinta colocada na prova de 10km (distância Olímpica) e com o bronze nos 5km no Mundial de Fukuoka (Japão), ela chega em Santiago para defender seu título na prova dos 10km dos Jogos Pan-Americanos.

Para acompanhar: as provas classificatórias da natação acontecem sempre pela manhã, a partir das 9h (horário de Brasília). Já as respectivas finais serão realizadas no fim da tarde, começando às 16h. 

Duda / Ana Patrícia

Duda e Ana Patrícia são favoritas no vôlei de praia do Pan (Foto: Dhavid Normando/FVImagem/CBV)

Campeãs mundiais em 2022 e vices na edição atual, Duda e Ana Patrícia vivem ótima fase nas areias e são favoritas ao título. Esta é a primeira vez desde Guadalajara, no México, em 2011, que o Brasil vai com força máxima para competir na modalidade.

Em agosto passado, elas alcançaram a marca inédita de sete vitórias consecutivas no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia (CBV). 

Para acompanhar: entre os dias 21 e 27 de outubro, acontecerão as disputas do vôlei de praia nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. 

Beatriz Dizotti

Ela tem apenas 23 anos e muita potência! Bia fará sua estreia nos Jogos Pan-Americanos. E sua classificação para a competição de Santiago aconteceu por conta de suas participações nos Jogos Pan-Americanos da Juventude do ano passado.

Recentemente, Bia também participou do Mundial de Natação em Fukuoka, no Japão, e acabou em 7º lugar nos 1.500m livre, conseguindo a segunda melhor marca da história da natação brasileira.

“Esse ano e o próximo, todas as competições, o Mundial, o Pan, é tudo para chegar bem e forte nos Jogos Olímpicos. Eu tenho meu sonho de ser finalista olímpica. Só de chegar na final hoje, para a natação feminina do Brasil, é uma grande coisa. Mas sonhos mudam ao longo do tempo e quem sabe no final do ano a gente não possa sonhar por coisas maiores”, contou ao Olympics.com, durante o Mundial de Natação.

Para acompanhar: no último dia da natação, Bia entra como uma das favoritas ao ouro na prova feminina de 1500m. Até hoje, apenas uma brasileira foi campeã dos Jogos Pan-Americanos na natação: Etiene Medeiros, com ouro nos 100m costas em 2015 e nos 50m livre em 2019.

Tênis feminino

Luisa e Laura levaram o bronze nas Olimpíadas de Tóquio-2021 (Foto: Reprodução / Time Brasil)

Com a participação das medalhistas olímpicas, Luisa Stefani e Laura Pigosi, o time brasileiro no Pan contará também com Carolina Meligeni.

“Temos uma equipe forte e as meninas gostam de jogar com um pouco de altitude. Então, vamos fazer de tudo para buscar novamente o pódio”, comentou a capitã da equipe feminina, Roberta Burzagli, que esteve nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, em declarações divulgadas pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT).

No Pan de Lima-2019, Stefani e Meligeni foram bronze nas duplas. Para o Pan de Santiago, a medalhista olímpica chegará credenciada por um 2023 com três títulos em duplas na WTA, além do troféu nas duplas mistas do Australian Open, ao lado de Rafael Matos, e após retornar ao top 10 do circuito feminino. Seja qual for a parceria, a chance de a paulista Luisa Stefani subir um ou dois degraus no pódio é muito grande.

A expectativa de medalhas para as mulheres do Brasil é real. E, lembrando que o Pan é classificatório Olímpico para o tênis em Paris 2024, ofertando duas vagas para os finalistas de simples.

Para acompanhar: as disputas do tênis no Pan vão acontecer de 23 a 29 de outubro.

Judô feminino

Bia Souza chega forte na briga por pódio nos 78kg do judô (Foto: Emanuele Di Feliciantonio/IJF)

Essa modalidade sempre rende bons resultados aos brasileiros em qualquer competição e categoria. E aqui, claro, citar apenas um nome não basta. O Brasil terá 19 representantes no judô em Santiago, sendo nove homens e 10 mulheres.

Bia Souza (78kg) é a maior favorita ao pódio. Neste ano, ela ficou com o bronze no último Mundial e faturou o ouro no Grand Slam de Baku.

Larissa Pimenta (52kg) também vem conquistando bons resultados e somando pontos em busca da vaga olímpica. No Pan de 2019, ela foi campeã e, recentemente, faturou sua quarta medalha de ouro no Campeonato Pan-Americano de Judô, disputado em Calgary, no Canadá.

Larissa Pimenta lutará no Pan de olho no ranking pra conquistar a vaga olímpica Foto: Lara Monsores/CBJ

Com o resultado, a atleta ficou mais próxima da vaga para Paris. Atualmente a brasileira é a 14ª do ranking. “Eu cheguei aqui com muita energia, com muita vontade de conquistar essa medalha. Acredito que faz parte do meu processo, desde o último Pan-Americano até hoje. E é isso, estou muito feliz”, comentou.

E, claro, não podemos deixar de mencionar a nossa campeã olímpica em 2016, Rafaela Silva (57kg), que também vai em busca da inédita medalha de ouro na competição. Rafa participou de três edições de Jogos Pan-Americanos (2011, 2015 e 2019), levando a prata em Guadalajara e o bronze em Toronto.

Para acompanhar: as lutas eliminatórias do judô acontecem sempre pela manhã, a partir das 10h (horário de Brasília). Já as respectivas finais e disputas por medalhas serão realizadas à tarde, começando às 15h. O chaveamento detalhado ainda será divulgado.

Handebol feminino

O time feminino brasileiro é hexacampeão pan-americano e nesta edição não vai ser diferente: as jogadoras prometem brigar para ampliar ainda mais a hegemonia na modalidade. Em busca de mais um título, elas desejam também assegurar a vaga em Paris 2024.

O handebol feminino é soberano na competição pan-americana: a equipe brasileira não perde uma partida desde a edição de 1995, realizada em Mar del Plata, na Argentina. Na época, o time ficou com a medalha de bronze após ser derrotado pelos Estados Unidos por 29 a 26 na semifinal. 

No elenco atual estão oito atletas que foram campeãs nos Jogos de Lima, em 2019, e todas as convocadas atuam na Europa.

Para acompanhar: as disputas do handebol começam no dia 29/10.

Confira abaixo como acompanhar os Jogos Pan-Americanos Santiago 2023:

Canal Olímpico do Brasil (plataforma): Link 
Canal do Time Brasil (YouTube): Link
CazéTV (YouTube): https://www.youtube.com/@CazeTV
CazéTV (Twitch): Link 

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