Libertadores: Corinthians e Palmeiras são favoritos pra manter hegemonia brasileira

Foto: Staff Images Woman/CONMEBOL

A Copa Libertadores da América Feminina deste ano será disputada de 5 a 21 de outubro, nas cidades de Cali e Bogotá, na Colômbia. E os 16 clubes participantes já começaram a entrar no clima da competição com o sorteio dos grupos realizado pela Conmebol nesta sexta-feira (15).  

Atual campeão da Libertadores, o Palmeiras é um dos cabeças de chave deste ano e ficou no Grupo A, ao lado de Barcelona SC (Equador), Caracas (Venezuela) e Atlético Nacional (Colômbia). Já o Corinthians é o cabeça de chave do Grupo C e chega na competição continental embalado pelo recente título no Campeonato Brasileiro, conquistado no último domingo (10). 

Dono de três taças do maior campeonato de futebol da América do Sul, o time do Parque São Jorge viveu uma Libertadores decepcionante no ano passado, em que caiu nas quartas de final para o Boca Juniors. Agora, as Brabas do Timão prometem voltar com tudo para que a última competição da equipe sob comando de Arthur Elias tenha um desfecho de ouro – depois o treinador se dedicará integralmente à seleção brasileira feminina. 

Arthur Elias agradece torcida após título no Brasileiro 2023 (Foto: Rodrigo Gazzanel / Ag Corinthians)

Corinthians e Internacional são os favoritos para manter a hegemonia brasileira no torneio continental – os dois primeiros são favoritos pelo elenco estrelado e por já terem títulos na competição. As equipes brasileiras somam 11 títulos nas 14 edições até agora da Libertadores Feminina: dois do Santos (2009 e 2010), três do São José (2011, 2013 e 2014), dois da Ferroviária (2015 e 2020), três do Corinthians (2017, 2019 e 2021) e um do Palmeiras (2022).

O terceiro representante brasileiro é o Internacional, que foi sorteado para cair na chave do Corinthians, mas o regulamento impede que times do mesmo país se enfrentem na primeira fase. Assim, as Gurias Coloradas foram para o grupo D, que é uma pedreira e tem Boca Juniors, da Argentina, América de Cali, da Colômbia, e Nacional, do Uruguai.

Veja como ficaram os grupos da Libertadores

Grupo A: Palmeiras, Barcelona SC (Equador), Caracas (Venezuela) e Atlético Nacional (Colômbia).

Grupo B: Santa Fé (Colômbia), Olimpia (Paraguai), Universitario (Peru) e Universidad de Chile (Chile).

Grupo C: Corinthians, Colo-Colo (Chile), Always Ready (Bolívia) e Libertad Limpeño (Paraguai).

Grupo D: Boca Juniors (Argentina), América de Cali (Colômbia), Nacional (Uruguai) e Internacional. 

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Como os times brasileiros conquistaram a vaga

A conquista inédita da Libertadores em 2022 garantiu ao Palmeiras a vaga para brigar pelo bicampeonato neste ano, além da condição de ser cabeça de chave do Grupo A. 

O Corinthians garantiu a participação pela conquista do Campeonato Brasileiro 2022 e, de quebra, ainda acabou como cabeça de chave pela CBF ser a associação mais bem posicionada no ranking da Conmebol. 

Já o Internacional vai estrear na competição continental feminina pela campanha histórica no Brasileirão do ano passado, quando foi vice-campeão. Nesta temporada, porém, o time perdeu alguns dos destaques do elenco, como Duda Sampaio e Fabi Simões. Por isso também não figura entre os principais candidatos ao título.

Finalistas do Brasileiro de 2022, Corinthians e Internacional garantiram vaga na Libertadores 2023 | Maxi Franzoi/Maxi Franzoi/AGIF

Como funciona a Libertadores Feminina

Essa é a 15º edição da Libertadores Feminina, que será realizada em Cali e Bogotá, na Colômbia, entre 5 a 21 de outubro. A competição é dividida em fase de grupos e fase final (quartas de final, semi e final), com um total de 32 jogos.

A fase de grupos conta com 16 times, divididos em quatro grupos, com quatro equipes cada um. Todos do grupo se enfrentam em rodada única e os dois melhores colocados de cada chave avançam às quartas de final.

Os classificados do Grupo A cruzam com os do Grupo B, e os do Grupo C com os do Grupo D. O chaveamento também indica que times do mesmo grupo podem se encontrar nas semifinais.

Diferentemente da versão masculina, a Libertadores feminina é um torneio de tiro curto, em que tudo se resolve em duas semanas. Na edição de 2022, atletas reclamaram do intervalo curto entre os jogos, da baixa qualidade dos gramados e dos locais de treino e dos erros graves de arbitragem, além de o VAR ter sido restrito apenas à partida da final. Que neste ano a Conmebol mostre maior valorização e melhorias à competição, que é seu principal produto na modalidade.

Premiação

A equipe campeã da Libertadores deste ano receberá US$1,7 milhão (aproximadamente R$8,3 milhões), enquanto a vice-campeã embolsará US$600 mil (R$2,9 milhões) e a terceira colocada, US$250 mil (R$1,2 milhão). Isso representa um aumento de 68% em premiação, em relação a 2022 (quando o primeiro e o segundo colocados receberam US$1,5 milhão e US$500 mil, respectivamente). 

Foto: CONMEBOL Libertadores Femenina / Twitter

Transmissão

A Libertadores Feminina terá maior visibilidade neste ano, com transmissão em diversos canais. O torneio deverá ser exibido na Globo (o jogo da final, se tiver clube brasileiro) e na Band, no SporTV e BandSports (TV fechada), na Pluto TV (serviço de streaming gratuito da Paramount) e no canal GOAT (YouTube).

Histórico: veja os brasileiros que levantaram a taça

O Brasil é maior campeão da Libertadores Feminina: são 11 títulos conquistados desde 2009. São José e Corinthians são os maiores vencedores com três troféus cada.

2009 – SANTOS
O primeiro campeão foi o Santos Futebol Clube, em 2009. Cristiane e Marta jogavam pelo clube da Vila Belmiro e fizeram história ao levantar a taça derrotando por 9×0 a Universidad Autonoma, time paraguaio.

Santos FC, o primeiro campeão da Libertadores Feminina (Foto: Reprodução Twitter / Santos FC)

2010 – SANTOS (bicampeonato)
Em 2010, as Sereias da Vila conquistaram o bicampeonato. Derrotaram o Everton – equipe de Viña del Mar, no Chile – por 1×0, com gol de Maurine no último minuto de jogo.

Sereias da Vila: bicampeãs (Foto: Reprodução Twitter / Santos FC)

2011 – SÃO JOSÉ
Em 2011 foi a vez de outro brasileiro conquistar o título. O São José, time do interior de São Paulo, bateu o Santos na semifinal por 2×1 (gols de Formiga e Francielle) e venceu o Colo-Colo por 1×0 na final.

2013 E 2014 – SÃO JOSÉ (bi e tricampeonato)
Em 2012, o Foz Cataratas chegou na final, mas perdeu o título para o Colo-Colo por 4×2 nos pênaltis. Nos dois anos seguintes, o São José chegou ao tricampeonato, derrotando o Formas Íntimas (Colômbia), em 2013, e o Caracas (Venezuela), em 2014. Na final de 2014, as Meninas da Águia venceram o Caracas por 5×1 no Martins Pereira com gols de jogadoras de seleção: Rosana, Andressa Alves e Poliana.

Formiga com a taça do tricampeonato do São José (Foto: Prefeitura de São José dos Campos)

2015 – FERROVIÁRIA
Em 2015, a Libertadores foi disputada na Colômbia e mais uma vez o Brasil levantou a taça. A Ferroviária foi campeã pela primeira vez, derrotando o Colo-Colo por 3×1. A cidade de Araraquara recebeu as campeãs em um desfile em carro aberto pela cidade.

Em 2016, o título ficou com o Sportivo Limpeño do Paraguai que venceu o Estudiantes de Guárico por 2×1. O Foz Cataratas ficou na terceira colocação.

2017 – AUDAX/CORINTHIANS
Em 2017, o torneio foi realizado no Paraguai e o grande vencedor foi o Audax/Corinthians. Sob o comando de Arthur Elias, a equipe derrotou o Cerro Porteño na semifinal (3×0) e, após empate em 0x0 com o Colo-Colo, conquistou o caneco nos pênaltis: 5×4 para o time brasileiro graças à goleira Lelê.

Em 2018, as Sereias da Vila chegaram à final, mas foram derrotadas nos pênaltis pela equipe do Atlético Huila: 1 a 1 no tempo regulamentar e 5 a 3 nas penalidades máximas. O Iranduba ficou na terceira colocação ao vencer o Colo Colo também nas penalidades. Os jogos da 10º edição do torneio foram em Manaus, no Brasil.

Audax/Corinthians: campeão em 2017 (Foto: AFP/CONMEBOL.com)

2019 – CORINTHIANS (bicampeonato)
Em 2019, no Equador, aconteceu algo inédito: foi a primeira final disputada por duas equipes do mesmo país na história da competição. Corinthians x Ferroviária se enfrentaram e a equipe de Arthur Elias saiu melhor: trouxe o bicampeonato para casa. A partida terminou 2×0 para as alvinegras: Giovanna Crivelari e Juliete foram as responsáveis pelos gols da partida.

2020 – FERROVIÁRIA (bicampeonato)
Em 2020, com sede na Argentina, foi a vez da volta por cima da Ferroviária. Disputou a final contra o América de Cali, venceu por 2×1 e pôde gritar “é campeão” pela segunda vez: Sochor e Aline Milene fizeram os gols que deram o título para as Grenás. As Brabas ficaram com a terceira colocação após a goleada em cima da Universidad de Chile por 4×0.

Ferroviária, bicampeã da América em 2020 (Foto: Conmebol / Divulgação

2021 – CORINTHIANS (tricampeonato)
Em 2021, no Paraguai, o Corinthians venceu a competição pela terceira vez e igualou a marca de maior campeão da América, junto com a equipe do São José com três títulos. Adriana e Gabi Portilho foram as responsáveis pelo placar de 2×0 em cima do Santa Fé que deu o título e ainda a conquista da tríplice coroa: campeões da Libertadores, Brasileirão e Paulista. Naquele ano, a Ferroviária ficou com a medalha de bronze, ao vencer o Nacional nos pênaltis.

2022 – PALMEIRAS
Já a Libertadores de 2022, em Quito, no Equador, foi a primeira edição disputada pelo Palmeiras, que já levantou a taça de campeão. A festa brasileira teve direito a goleada na final contra o Boca Juniors, com gols de Ary Borges, Byanca Brasil, Poliana e Bia Zaneratto. Brisa Priori descontou para as argentinas. Os outros dois brasileiros, Corinthians e Ferroviária, foram eliminados nas quartas de final. A competição terminou com os colombianos América de Cali e Deportivo Cali na terceira e quarta colocações, respectivamente. 

Palmeiras com a taça de campeão da Libertadores Feminina 2022 (Foto: Staff Images Woman/CONMEBOL)

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