A seleção brasileira chegou à final do vôlei em Tóquio com uma campanha invicta. Com tudo o que apresentou na primeira fase, quartas de final e semis (Sérvia e Rússia pelo caminho, por exemplo), o ouro era mais do que possível. Mas, os Estados Unidos, adversário da decisão, foi impecável em quadra e o Brasil não conseguiu ser aquele time que vinha sendo até aqui.
Por 3 a 0 (parciais de 21×25, 20×25 e 14×25), a equipe americana dominou a brasileira de ponta a ponta. O Brasil estava irreconhecível. Com erros individuais e de cobertura, a seleção não conseguiu segurar Larson e Bartsch pelos cantos, e nem as invertidas com Natália e Roberta no lugar de Rosamaria e Macris, respectivamente, evitaram a derrota no primeiro set.
No segundo, o Brasil continuou errando muito, e as americanas, acertando. Muito bem no contra-ataque, os Estados Unidos vibravam a cada ponto, enquanto a seleção brasileira errava com suas principais jogadoras até aqui: Rosamaria, Gabi, Carol Gattaz. Fê Garay vez ou outra salvava um ponto.
No tudo ou nada, a equipe do técnico Zé Roberto começou melhor o terceiro set, mas não durou muito. As americanas, líderes no ranking mundial, seguiram dominando os ataques, as defesas e o nervosismo brasileiro. “Nós temos que melhorar esse astral”, pediu Zé Roberto em um determinado momento. Mas não deu tempo.
Ao fim, o Brasil ficou com a prata, e méritos dos Estados Unidos. “Eu prometi para mim que não ia chorar. A gente sempre vem em busca da vitória, ainda mais numa final olímpica. Os EUA jogaram melhor, elas fizeram ciclo muito bom. A gente lutou muito. No início desse ciclo, poucas pessoas acreditavam nesse grupo. Chegar aqui já é uma grande vitória. Chegamos como quinta, sexta força”, desabafou Natália ao SporTV.
A prata coroa uma campanha impecável do time até a final, e se torna mais expressiva quando olhamos a preparação do Brasil nesse ciclo olímpico, que foi longe do ideal. O ouro não veio, mas Gabi, Fê Garay, Carol Gattaz e companhia mantém a hegemonia do vôlei em Olimpíadas: desde 1992 o Brasil conquista medalha nesta modalidade.
Agora é olhar para frente que Paris é logo ali. “Ver Gabizinha assumindo a responsabilidade do time, Brait primeira Olimpíada dela, a Rosamaria assumiu o lugar da Tandara, acho que é pegar sua responsabilidade e cuidar bem. Muitas delas estão começando, vão levar uma bagagem grande para o futuro na seleção”, concluiu Natália.