Bia Ferreira faz história e conquista prata olímpica em Tóquio

A brasileira Bia Ferreira fez história ao subir no ringue na madrugada deste domingo. Foi a primeira vez que uma mulher representou o Brasil numa final olímpica do boxe. Diante da irlandesa, Kellie Harrington, Bia fez uma luta equilibrada, mas os juízes deram a vitória para a adversária dela no terceiro round.

Foto: Jonne Roriz/COB

A prata conquistada pela baiana Bia Ferreira representa muito para o Brasil, um país onde a luta foi proibida para as mulheres por praticamente 40 anos por um decreto-lei entre 1941 e 1979. Nos Jogos Olímpicos, inclusive, o boxe foi a última modalidade a ser permitida na categoria feminina, finalmente igualando a participação delas em todas as modalidades que eles podiam disputar. Ainda com menos categorias, é verdade, mas agora com a oportunidade de lutar.

 

Ainda em 2012, primeiro ano do boxe feminino, o Brasil teve Adriana Araújo conquistando um bronze histórico na modalidade. Agora, em 2021, Bia Ferreira chegou à final inédita e conquistou a primeira prata do país na modalidade.

Foto: Jonne Roriz/COB

A medalha dela foi a oitava das mulheres nesta edição dos Jogos Olímpicos, que ainda teria a nona do vôlei feminino a ser confirmada após a final contra os Estados Unidos.

Isso já representa a melhor participação das mulheres brasileiras em uma só edição olímpica. Antes disso, Pequim-2008 havia sido nosso recorde de medalhas, com as brasileiras conquistando sete medalhas. Desta vez, fechamos Tóquio-2021 com nove, que representam 42% de todas as medalhas conquistadas pelo Brasil nos Jogos.

A luta

No ringue, Bia fez uma luta muito equilibrada com a irlandesa. Mesmo sendo bem mais baixa do que ela, a brasileira apostou na sua estratégia de manter a guarda baixa e ir contra-atacando. Ela terminou o primeiro round com a vitória por 10 a 9 decretada por três dos cinco juízes.

Foto: Jonne Roriz/COB

No segundo round, Kellie Harrington conseguiu encaixar melhor seus golpes. A brasileira tentou se esquivar, mas a irlandesa conseguiu tocar mais vezes o rosto da adversária e levou a decisão dos juízes por 10 a 9 por unanimidade.

 

Já o terceiro round pareceu bastante equilibrado para quem estava assistindo. Kellie Harrington acertou alguns golpes, Bia devolveu encaixando outros, e os brasileiros ficaram, obviamente, ao lado dela na decisão final. Mas não foi essa a opinião dos juízes, que decidiram também por unanimidade dar a vitória por 10 a 9 no terceiro round para a irlandesa.

Foto: Jonne Roriz/COB

Ela havia sido campeã mundial em 2018, Bia Ferreira foi campeã mundial em 2019 e já se imaginava que o confronto teria bastante equilíbrio.

“Desculpa pai, desculpa Brasil”, disse a brasileira após a luta.

Desculpa o quê?, Bia? A sua trajetória é um orgulho para o seu Sergipe, que te incentivou a dar os primeiros passos no boxe, e também para todos nós brasileiros.

Depois de ter subido ao pódio, Bia conversou com a reportagem do Sportv e já avisou: Paris-2024 é logo ali!

“Saí do Brasil com a meta de conseguir estar no pódio. Vou continuar trabalhando para que ela mude de cor. To muito feliz de representar meu país. É muito trabalho, eu sou medalhista olímpica, isso é para poucos”, afirmou.

“Quero agradecer a todos pelas mensagens, minha família que sempre me apoiou. Acredito que eu representei bem, não foi a medalha de ouro, mas foi a prata com sabor de ouro. Paris é logo ali, me aguardem!”

Lute como uma garota. Lute como Bia Ferreira.

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