Na manhã desta segunda-feira (30), a atleta Beth Gomes fez história nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A brasileira competiu no atletismo, na classe F52 e foi a última a fazer seus lançamentos com o disco.
Ela era a grande favorita da modalidade e logo na primeira tentativa, mostrou sua força. Fazendo a marca de 15,68m no primeiro lançamento, ela garantiu o tão sonhado ouro, mas não parou por aí.
Na sequência, Beth quebrou o recorde mundial duas vezes, estabelecendo a nova melhor marca em 17,62m. Com a vitória da atleta santista, o Brasil chegou a 99 medalhas de ouro na história dos Jogos e fica a uma da centésima.
“Parece um sonho, mas um sonho que se tornou realidade. Foram cinco anos esperando por esse feito, quando fiquei fora das Paralimpíadas do Rio de Janeiro, por conta de uma reclassificação funcional. E hoje posso comemorar esse feito, que venho galgando com a minha treinadora a cada treino, a cada suor derramado. Essa medalha também são para meus pais, que estão no céu. Esse grande feito é para vocês. Quero agradecer a minha família, que tanto me apoiou, e meus amigos, que não me deixaram para trás – disse a atleta, de 56 anos, em entrevista ao SporTV.
A fênix do atletismo
Beth Gomes sempre amou esportes e não seria qualquer adversidade que a afastaria dele. Nem mesmo uma esclerose múltipla descoberta aos 28 anos.´
#Gold medal AND a new world record – just look at what it means!
Elizabeth Rodrigues Gomes, you have made #BRA very proud! #ParaAthletics #Paralympics #Tokyo2020
@cpboficial pic.twitter.com/ENlfTL7KS2
— Paralympic Games (@Paralympics) August 30, 2021
Nascida em Santos, ela começou sua vivência esportiva com o voleibol, na escola, aos 14 anos. Disputou campeonatos, defendeu o time da cidade e, depois do diagnóstico, precisou se adaptar à sua nova condição.
Em 1993, @atletabethgomesoficial descobriu que sofria de esclerose múltipla, doença autoimune que atinge o sistema nervoso central, causando lesões cerebrais e na medula. E além da adaptação para o dia-a-dia, ela precisou se reinventar para seguir fazendo aquilo que amava.
Ela ingressou no Movimento Paralímpico pelo basquete em cadeira de rodas e defendeu a seleção brasileira nos Jogos de Pequim, em 2008. Depois disso, ela conheceu o atletismo, trocou a quadra pelas provas de campo e se tornou um dos principais nomes do esporte paralímpico.
Quebrando recordes e conquistando títulos importantes, Beth ganhou o apelido de “fênix” por sua capacidade de se reinventar e agora, ela terá sua trajetória eternizada em um livro que a jornalista Luciane Tonon está prestes a concluir.
A autora acompanhou a atleta nos Jogos Paralímpicos para escrever o último capítulo da biografia da lançadora de disco. “O desfecho merecido dessa história é poder presenciar a Beth no lugar mais alto do pódio”, declarou a @lucianetonon.
Agora, é certo: o livro terá o desfecho que merece e nós não duvidamos em nenhum momento que Beth Gomes escreveria mais um lindo capítulo nessa caminhada cheia de amor e resiliência que ela dedicou ao esporte.