“Não vou abrir mão de testar jogadoras”, diz Arthur após derrota do Brasil para Canadá

Foto: CBF TV/Reprodução

A Seleção Brasileira Feminina saiu com saldo de uma vitória e uma derrota nos dois primeiros amistosos disputados sob comando de Arthur Elias na Data Fifa de outubro. Após uma estreia empolgante com o triunfo por 1 a 0 diante do Canadá no último sábado (28) em Montreal, o Brasil voltou a enfrentar as canadenses e, desta vez, não conseguiu repetir o bom desempenho, sendo derrotado por 2 a 0 na terça-feira (31), em Halifax.

Na avaliação do treinador após o segundo jogo, a Seleção Brasileira foi “muito superior” no primeiro tempo e falhou em não conseguir transformar as chances criadas em gol. Já na segunda metade do jogo, Arthur Elias admitiu que a proposta do Canadá foi mais eficiente e observou os pontos que precisam ser melhorados na equipe brasileira, assim como aquilo que não vai abrir mão durante o trabalho à frente da seleção.

Foto: Leandro Lopes/CBF

Veja os principais pontos da coletiva de imprensa com Arthur Elias após a primeira derrota do treinador no comando da Seleção Brasileira.

Primeiro tempo “muito superior” do Brasil

Arthur: “Não acho que tivemos uma “certa superioridade”, acho que nós fomos muito superiores no primeiro tempo em termos de volume de jogo. Claro que esse volume precisa ainda se refletir em mais chances claras de gol criadas, acho que isso foi um fator no primeiro tempo que precisamos corrigir. Mas gostei muito do nosso primeiro tempo, em termos de entendimento das jogadoras, do volume, de conseguirmos tirar qualquer tipo de ação ofensiva do Canadá. O primeiro tempo mostra um caminho do que queremos da seleção brasileira”. 

Canadá mais eficiente no segundo tempo

Arthur: “Já no segundo tempo a proposta do Canadá foi mais eficiente, de uma maneira geral. As substituições do Canadá, sem dúvidas, influenciaram positivamente para a seleção delas na partida, foi também uma estratégia da treinadora. A Fleming é uma jogadora muito eficiente, diferenciada no meio campo e teve um impacto grande na partida, especialmente ela. Não que as nossas trocas fizessem com que o Brasil caísse na partida. Isso é um processo natural na equipe que eu não vou abrir mão de fazer: de testar jogadoras. Estamos iniciando o trabalho e é pra esse tipo de observação que trocamos tanto as 11 jogadoras iniciais quanto durante a partida”.

Foto: Leandro Lopes/CBF

Falhas a serem corrigidas nos dois gols sofridos pelo Brasil

Arthur: “O Canadá fez os gols dentro da característica do seu jogo, com cruzamentos. O primeiro veio de um cruzamento da direita para a esquerda. Acho até que a Huitema empurra um pouco a Adriana antes da disputa no alto. Depois, por estatura, ela acaba ganhando a disputa e fazendo o gol. O segundo gol começa de uma bola longa, em que a nossa cobertura não funcionou e a Deanne saiu na cara do gol. Nós sabíamos as armas do Canadá e conseguimos evitar muito esse tipo de jogo no primeiro tempo, mas no segundo tempo o Canadá cresceu e isso foi determinante pro resultado do jogo”

Aprendizados e pontos a melhorar após os dois amistosos

Arthur: “O aprendizado do primeiro tempo é que precisamos transformar esse volume e construção em chances claras de gol e fazer o gol. Isso, sim, foi uma deficiência nossa. Ainda que tenha tido alguma chance especial da Marta ou outros lances que faltaram só o último passe, mas construímos muito bem, às vezes uma posse de bola de mais de um minuto, tivemos uma posse de bola de quase 70%. Já na segunda parte, são vários ajustes que temos que fazer. Especialmente, manter nossa marcação pressão de forma eficiente, evitar o cruzamento e o nosso encaixe dentro da área ser melhor, além da bola longa, de onde acabou saindo o segundo gol. Tivemos algumas falhas defensivas na disputa pelo alto e na cobertura que precisamos melhorar”.

Estratégia para driblar a maior marcação canadense pelos lados

Foto: Leandro Lopes/CBF

Arthur: “A equipe canadense veio pro segundo jogo com uma linha de cinco na defesa, que provavelmente seria o ajuste do Canadá para conseguir nos marcar melhor. No primeiro amistoso, tivemos um volume de jogo com as alas, Tamires e Adriana, muito maior do que o Canadá teve com as alas delas. Então, o Canadá montou uma linha de cinco defensiva para tirar essa condição das nossas alas de receberem mais livres. Nós nos preparamos pra isso e tínhamos uma estratégia: as nossas atacantes pelos lados, ou meia-pontas como eu chamo a função exercida pela Bia Zaneratto e a Marta, jogaram por dentro também, se somando ao meio-campo que tinha a Angelina e a Ary Borges. Acho que deu muito certo essa estratégia no primeiro tempo. Mas no segundo tempo, o nosso deslocamento sem a bola e a nossa conexão já não foram os mesmos, e isso fez o Canadá crescer em termos de posse e de efetividade.

Campo ruim no estádio Wanderers Grounds, no Canadá

Arthur: “O campo e o estádio foram muito piores do que na primeira parte. Vimos uma arbitragem também bem complicada. Foram dificuldades que encontramos no jogo, mas o campo estava ruim pros dois lados e o que aconteceu foi que, estrategicamente, nós optamos por atacar no primeiro tempo com um campo que conseguíssemos trabalhar a bola e ruim pra defesa do Canadá sair jogando e com um pouco mais de dificuldade para nos marcar também. Essa foi a estratégia e conseguimos vencer a escolha do campo e deu certo no primeiro tempo. No segundo tempo, os lados mudaram, e nós tivemos esses problemas também. Acho que influenciou de certa forma, mas isso não é nenhum tipo de análise ou desculpa que temos que fazer. Agora, precisamos pensar no que corrigir”.

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