Pia surpreende com veteranas improváveis; seleção terá 11 estreantes na Copa

(Foto: Thais Magalhães/CBF)

Nesta terça-feira (27), a técnica Pia Sundhage anunciou as 23 jogadoras – e mais três suplentes – que representarão a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia (de 20 de julho a 20 de agosto).

Entre as selecionadas, 11 das 23 atletas são estreantes em Mundiais: Camila (goleira), Antônia, Bruninha, Lauren, Duda Sampaio, Kerolin, Adriana, Ana Vitória, Ary Borges, Nycole e Gabi Nunes. As suplentes também são estreantes: Tainara, Angelina e Aline Gomes.

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Entre as surpresas da lista, estão dois nomes que não fizeram parte das últimas convocações feitas por Pia Sundhge: o da goleira Bárbara e da zagueira Mônica. A arqueira, que atua pelo Flamengo, tem 34 anos e foi a goleira titular do Brasil durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, mas depois disso, não esteve nas convocações da treinadora. Já a defensora foi chamada pela última vez por Pia ainda em 2019.

Questionada sobre a convocação de Bárbara, Pia disse: “Lorena (goleira do Grêmio) se machucou e agora temos a Lelê como primeira goleira e precisamos de apoio. Com toda experiência que a Bárbara tem e que eu já convivi com ela, acho que as goleiras juntas vão fazer com que a Lelê brilhe e isso é fazer parte da equipe. Bárbara vai trazer força e experiência, o que é bom para o time.”

Outro nome que causou surpresa foi o da zagueira Mônica, de 36 anos, que fez parte da seleção somente no início do trabalho da Pia antes das Olimpíadas, em novembro de 2019. Questionada sobre a convocação da defensora, a treinadora respondeu.

“Não tivemos muita sorte com a Tainara (zagueira) que se machucou e ela não estava jogando desde abril. Então, para substituí-la, precisávamos de experiência e a Mônica estava jogando toda semana (com o clube) e também é uma excelente líder. Acho que ela vai ajudar nossa equipe com sua presença e experiência.”

Outro nome que chamou a atenção na convocação foi o da meio-campista Andressa Alves, que não era uma presença constante nas convocações de Pia, mas foi o destaque da partida entre Inglaterra e Brasil, em abril deste ano, quando empatou o jogo em 1×1, levando a decisão para os pênaltis no Estádio de Wembley. “Andressa aproveitou a chance que teve e um dos motivos que a fez ser bem-sucedida é porque ela jogou muito bem em seu time (Roma) e quando foi chamada para a Finalíssima (Brasil x Inglaterra), ela jogou muito bem. E uma coisa que ela traz para a equipe é que ela cobre uma área muito grande, então é uma das melhores atletas e isso é contagioso.”

Antes da estreia na Copa do Mundo, a Seleção enfrenta o Chile no domingo (02/06), às 10h30, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. A estreia no Mundial será no dia 24 de julho diante do Panamá. Na sequência do Grupo F, o Brasil jogará com a França, no dia 29, em Brisbane (AUS). A equipe fecha a participação na primeira fase, no dia 2 de agosto, contra a Jamaica, em Melbourne (AUS). 

Convocação histórica

Créditos: Thais Magalhães/CBF

Antes da técnica Pia Sundhage anunciar as jogadoras que iriam para a Copa, Ana Lorena Marché, Gerente de Seleções Femininas na CBF, declarou que essa convocação seria histórica porque a delegação feminina terá a maior delegação de sua história com 31 integrantes (contando com comissão técnica, dirigentes e um chefe de delegação) e a primeira mulher como treinadora do time em uma Copa do Mundo.

Além disso, essa será a delegação com maior presença feminina em um Mundial, com 17 mulheres na comissão – em 2019 eram apenas três. “Mais de 50% da nossa delegação será composta por mulheres. Isso é algo inédito e importante de ser frisado, de que o futebol feminino também é feito por mulheres, homens e pessoas que são conhecedoras do futebol feminino”, declarou a dirigente.

Ana Lorena também destacou outra implementação inédita na comissão, que foi a criação do Núcleo de Saúde e Performance. “Vamos ter nessa delegação algumas áreas que não existiam em 2019, como massagista, psicologia, nutrição e ginecologia. Crescemos nesse aspecto de saúde com relação a 2019”, acrescentou.

Presente na convocação da equipe para a Copa, o Dr. Jorge Pagura falou sobre as novidades de modernização e ampliação do Departamento Médico para esse Mundial. ” O objetivo é uma ampliação para toda saúde da mulher e também de fatores relacionados à performance. E assim, mudamos toda a estrutura do Departamento Médico, agregando outros profissionais da CBF, como fisiologistas, analistas de desempenho, parte médica, nutricional, fisiológica e psicológica para ter uma melhor performance”, declarou o médico.

Dr. Pagura esteve com a seleção feminina nos amistosos de abril (Thais Magalhães/CBF)

Além disso, a comissão técnica seleção feminina contará com a participação de dois observadores na Austrália. Um deles é Jonas Urias (treinador da seleção Sub-20) que observará as seleções de outros grupos e adversários do Brasil e a analista sueca Ann Helen (que já esteve com a equipe nos Jogos Olímpicos de Tóquio), também fará parte do setor de análise de desempenho.

Outro ponto importante a se destacar é que essa será a primeira vez que a equipe feminina irá viajar para uma Copa do Mundo com voo fretado, onde somente atletas e comissão estarão a bordo.

As diferenças do elenco de 2019 para 2023

Quatro anos atrás, sob o comando do técnico Vadão, a equipe brasileira foi anunciada pela 1ª vez em uma coletiva de imprensa organizada pela CBF (nos anos anteriores, a lista era divulgada apenas no site da entidade e pelas redes sociais). E, para efeito de comparação, 15 das 23 jogadoras disputaram o Mundial da França foram as mesmas que haviam atuado no Mundial de 2015, no Canadá. Agora, serão apenas 10 jogadoras repetidas com relação à lista de quarto anos atrás.

Outro dado interessante da convocação de 2019, é que entre as 23 selecionadas, apenas seis jogavam no Brasil, sendo cinco delas remanescentes do outro Mundial: Bárbara, Fabiana, Erika, Mônica e Cristiane. A única jogadora que foi convocada atuando no Brasil na época foi Adriana, atacante do Corinthians (mas a atacante acabou cortada por conta de uma lesão sofrida às vésperas da Copa).

Neste ano, sete atletas convocadas para a Copa atuam no Brasil: as goleiras Lelê (Corinthians), Camila (Santos) e Bárbara (Flamengo), a lateral Tamires, as meio-campistas Duda Sampaio e Luana (Corinthians) e Bia Zaneratto (Palmeiras). Entre as suplentes, Aline Gomes também atua por aqui, na Ferroviária.

Convocadas para a Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia

Goleiras
Bárbara – Flamengo
Camila – Santos
Leticia Izidoro – Corinthians

Defensoras

Antonia – Levante UD (Espanha)
Bruninha – NJ/NY Gotham (Estados Unidos)
Kathellen – Real Madrid (Espanha)
Lauren – Madrid CFF (Espanha)
Mônica – Madrid CFF (Espanha)
Rafaelle
Tamires – Corinthians

Meio-campistas

Adriana – Orlando Pride (Estados Unidos)
Ary – Louisville City (Estados Unidos)
Ana Vitória 
Duda Sampaio – Corinthians 
Kerolin – North Carolina Courage (Estados Unidos)
Luana – Corinthians 

Atacantes
Andressa Alves 
Bia Zaneratto – Palmeiras
Debinha – Kansas City (Estados Unidos)
Gabi Nunes 
Geyse – Barcelona (Espanha)
Marta – Orlando Pride (Estados Unidos) 
Nycole Raysla – Benfica (Portugal)

Suplentes
Defensora: Tainara (Bayern de Munique-ALE)
Meio-campista: Angelina (OL Reign-EUA)
Atacante: Alines Gomes (Ferroviária) 

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