O que muda no Praia Clube após o título de bicampeão da Superliga? 

Foto: Eliezer Esportes/Praia Clube

Após a conquista do bicampeonato da Superliga, o Praia Clube teve que virar a chave rapidamente, pois já tinha o Campeonato Sul-Americano de clubes para tentar confirmar, mais uma vez, o favoritismo. “O título que nós ganhamos da Superliga é muito importante e dá uma bagagem muito grande pra gente, mas não dá o título de sul-americano, temos que conquistar esse título”, ponderou a levantadora Claudinha às Dibradoras. 

O Sul-Americano de clubes de vôlei feminino está sendo disputado em Uberlândia até domingo (14/05), quando está marcada a decisão. São sete times na disputa pelo título e os finalistas carimbam vaga para o mundial de clubes, marcado para o fim do ano. A competição terá transmissão pela internet no YouTube da Confederação Sul-Americana de Voleibol e, a partir das semifinais, do Sportv 2.

Além do anfitrião Praia Clube, o Minas Tênis Clubes e o Sesi Vôlei Bauru são os representantes brasileiros, também considerados como favoritos. O torneio ainda conta com a participação de Regatas Lima, do Peru; Juan Ferreira, do Uruguai; Olympic, da Bolívia; e Boston College, do Chile.

Mas ninguém permanece igual depois de um título tão importante e aguardado como o conquistado no último domingo, ainda mais diante do algoz Minas após três vice-campeonatos. “Claro que estar com o título muda tudo. A gente ganha confiança, ganha mais agressividade. Pensa que tudo o que passou e construiu valeu a pena, porque era o que faltava”, afirmou Claudinha, levantadora eleita a melhor jogadora da final da Superliga.

Com o bicampeonato confirmado pelo Praia Clube, as jogadoras protagonizaram uma enxurrada de comemoração regada a muita emoção, choro e desabafos. “Era o mundo contra nós”, desabafou Claudinha. “A gente sabe o que é ser ridicularizado”, disse a central Angélica. “Fomos chamados de amarelão. E eu vou parafrasear o Zé Roberto em 2008: É amarelo, mas agora é ouro”, reforçou Paulo Coco, eleito o melhor técnico da Superliga.

A oposta dominicana e um dos grandes destaques do time foi uma das que mais chamou atenção no meio da quadra. Brayelin Martínez terminou o jogo no sacrifício depois de defender uma bola já no set decisivo e sentir as costas. Logo após a vitória, a oposta caiu em um choro compulsivo nos braços da irmã Jineiry. 

“Fiquei muito emocionada mesmo. A gente viveu muita pressão nesses dias, quase ficamos fora da final, mas o mais importante é que nunca paramos de acreditar na gente. Também acho que é um momento muito importante para mim e para minha irmã, para as meninas que vão sair, ter conquistado esse título”, comentou Brayelin, ao fim do jogo.

Na sexta temporada no comando do Praia Clube, Paulo Coco afirmou que o aspecto mental e a coletividade foram os ingredientes necessários para que o desfecho, após três vice-campeonatos diante do Minas, fosse diferente. “O que a equipe mais cresceu foi neste aspecto: mental, resiliência, saber lidar com os momentos de dificuldade, as pressões. Este quesito atrapalhou muito nas últimas finais”, disse ao ge. A equipe de Uberlândia passou sufoco contra o Sesi-Flamengo, quando perdeu o primeiro jogo da série de três das semifinais e precisou correr atrás do prejuízo. 

As atletas também mencionaram o crescimento do aspecto emocional da equipe e como esse fator foi fundamental para que o Praia Clube finalizasse a boa campanha ao longo da temporada em título. Teve algo diferente nessa temporada. A gente acredita que o que realmente pegava era a questão emocional. Além de cada uma buscar por fora o seu trabalho emocional, tivemos também um trabalho coletivo do Praia para a gente. Isso foi fundamental”, reforçou Claudinha. O clube conta com o trabalho de um psicólogo de fora do clube para fazer atendimentos de tempos em tempos. 

Claudinha, levantador

Perder é sempre muito difícil, muito ruim, e a gente sabia do potencial dessa equipe, do potencial individual de todos que estão aqui”, ressaltou Claudinha. Uma das jogadoras mais antigas do Praia, a levantadora destaca que essa atmosfera vencedora foi construída ao longo da temporada e, principalmente, na reta final da Superliga. “O título foi uma construção e uma consequência do trabalho feito, principalmente, no final da temporada, quando cada uma conseguiu dar o seu algo a mais”, completou. 

Além da moral elevada, a concretização do título da Superliga aumenta o interesse de patrocinadores para manter a equipe de Uberlândia entre as de maior investimento do vôlei nacional. O que ganha relevância no contexto atual. Ao contrário do ano passado, em que o time manteve a maioria do elenco, o Praia Clube será reformulado para a próxima temporada devido, principalmente, às transferências para o mercado europeu.

Titulares absolutas do Praia, as centrais Carol e Jineiry Martínez, a ponteira Anne Bujis e a oposta Brayelin Martínez vão defender clubes da Europa em 2023/2024; enquanto a levantadora reserva Lyara não teve o contrato renovado e está acertada com o Maringá. Além do técnico Paulo Coco, ao menos, três jogadoras importantes da linha de passe do bicampeão da Superliga vão permanecer: a líbero Suelen e as ponteiras Kasiely e Tainara. 

O Praia também já anunciou parte dos nomes novos que terão a missão de manter o clube no topo. Entre as novidades, estão a levantadora Naiane Rios, ex-Minas e Pinheiros, a central Adenízia e a líbero Natinha, ambas ex-Osasco, e a ponteira búlgara Dobriana Rabadzhieva.

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