Pela mesma lesão, “motorzinho da equipe” e “xerifona” desfalcam final Majestosa

São Paulo e Corinthians abriram a decisão do Paulistão Feminino no último sábado (4), no Morumbi, e a equipe tricolor saiu em vantagem para a grande decisão, na próxima quarta-feira, às 21h, na Neo Química Arena. Com gol de Micaelly, o São Paulo derrotou o Corinthians por 1×0 e joga pelo empate.

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As duas equipes têm baixas importantes nesta final: Carol e Erika romperam o ligamento cruzado anterior do joelho durante esta temporada, um problema recorrente no futebol feminino infelizmente.

Primeiro foi a atacante do São Paulo, que se lesionou após marcar o gol que abriu o caminho para a goleada tricolor diante do Santos, no jogo da classificação para a final do estadual. Já Erika estava com o Corinthians no Paraguai disputando a Libertadores Feminina e sofreu a lesão durante treinamento.

Estamos falando da “xerifona” da zaga corintiana e do “motorzinho” da equipe são-paulina. Peças importantíssimas dentro de seus respectivos elencos, a falta das duas nas partidas decisivas do Paulista foi lamentada pelas companheiras e treinadores dos times finalistas.

“É uma jogadora que teve algumas lesões recentes que também a tiraram de competições importantes, inclusive de seleção brasileira e da Libertadores da temporada passada. A gente ficou triste por ela porque o atleta sempre sofre muito com essas lesões mais longas, além da jogadora excepcional que é. Considero uma das principais atletas da história do futebol, que nos ajuda muito, não só na parte técnica, no entendimento tático, mas na liderança da equipe, que se comunica muito bem, tem uma ótima leitura de jogo e antecipa a comunicação, organiza o setor dentro das nossas ideias de jogo, então é uma perda grande, sem dúvida nenhuma”, disse o técnico do Corinthians, Arthur Elias.

“Para nós atletas é um momento muito difícil. Estávamos assistindo ao jogo do São Paulo quando tudo aconteceu, é um sofrimento muito grande, nós sentimos por elas (jogadoras do São Paulo) também. Eu acho que ali no nosso dia a dia, tanto a força que a gente dá para a Erika, quanto ela estar ali no nosso meio também faz a diferença para ela poder se recuperar cada vez melhor tanto fisicamente quanto mentalmente”, comentou Giovanna Campiolo, companheira de Erika na zaga alvinegra.

“A lesão de LCA é difícil para qualquer atleta. A Carol vinha vivendo uma excelente temporada, fazendo um grande ano, talvez o melhor da vida e a gente lamenta muito ela ter que passar por essa situação, principalmente perdendo um momento importante que é a final do campeonato. A gente esteve sem ela no confronto contra o Internacional (quartas de final do Brasileiro), uma lesão que tirou ela do primeiro jogo, no segundo jogo ela só tinha condições de jogar 20 minutos. É uma atleta que faz a diferença para nós, é o nosso motor. É quem puxa as nossas pressões, quem dá o gatilho de pressão para a nossa equipe”, lamentou Lucas Piccinato, comandante tricolor.

“A Carol é uma atleta muito especial no nosso grupo, ela começa a nossa pressão e briga muito comigo porque eu só coloco ela pra correr, não jogo a bola no pé dela. Vou sentir muita falta. Para mim, que jogo armando bastante, não ter ela para ser o foguete vai ser uma perda muito grande. E a Erika eu sou fã, mandei uma mensagem brincando, falei: ‘Po, não queria te enfrentar, mas não precisava ser assim’. É uma atleta especial para mim, ela falou que não vai me marcar, mas espero que na próxima temporada a gente possa se enfrentar e conseguir fazer bons jogos. Espero que ambas se recuperem bem. Uma lesão é muito triste, eu já tive duas, sei o que elas estão passando, e a Carol sabe que pode contar com todas nós do São Paulo e do futebol feminino, a gente vai tentar buscar essa vitória no nome dela”, declarou Gláucia, parceira de ataque de Carol no São Paulo.

Em 2021, Erika atuou em 21 partidas pelo Corinthians e marcou quatro gols. No rival, Carol esteve em 26 jogos e balançou as redes nove vezes (inclusive, é a vice-artilheira tricolor no Paulistão com seis gols).

Baixas que serão sentidas dentro de campo. Os técnicos lamentam, mas garantem que ambos os clubes têm peças de reposição à altura.

“Eu tenho duas zagueiras, Poliana e Pardal, com a Poli sendo lateral também, que podem ser utilizadas de maneira conforme o jogo apresenta. São jogadoras de características diferentes. A escalação  da Yasmim na final da Libertadores, por exemplo, foi do que eu entendia do adversário que era de velocidade, do que precisávamos de qualidade e agilidade na saída de bola e a Yasmim treinou muito bem na posição, entende muito bem a composição da nossa da linha de 4. Eu tenho ótimas opções, a gente lamenta, precisa dar força para a Erika, mas o Corinthians vai seguir forte independentemente de qualquer ausência para qualquer confronto que for disputar”, apontou Arthur Elias.

“A gente tem que solucionar o problema, temos um grupo muito capacitado, atletas que podem entrar no setor, como Micaelly, Duda, Naná. A gente vai precisar muito do grupo como um todo para suprir uma ausência tão sentida quanto a dela (Carol), porque foi uma atleta muito importante durante toda a temporada. Espero que ela possa voltar o mais rápido possível, assim como a Erika, atletas de nível de seleção brasileira. A gente viveu outras ausências na temporada e resolvemos o problema ali, naquele momento”, disse Lucas Piccinato.

O segundo e decisivo jogo da final do Campeonato Paulista está marcado para a quarta-feira do dia 8, na Neo Química Arena, às 21h. O São Paulo tem a vantagem do empate.

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