Craque na areia, Zanotti foi para o campo aos 21 e virou 10 do Corinthians

*Por Mariana Pereira O futebol se faz presente na vida de Gabriela Maria Zanotti Demoner desde sempre. O pai quase um atleta profissional, a mãe acompanhando a filha inclusive dentro de quadra, o avô o fã número um da sua carreira. “Eu diria que os maiores incentivadores da minha carreira foram meus pais. Meu pai […]

Por Mariana Pereira

O futebol se faz presente na vida de Gabriela Maria Zanotti Demoner desde sempre. O pai quase um atleta profissional, a mãe acompanhando a filha inclusive dentro de quadra, o avô o fã número um da sua carreira.

“Eu diria que os maiores incentivadores da minha carreira foram meus pais. Meu pai jogava, minha mãe sempre gostou muito, jogou comigo, foi mais presente pela disponibilidade. Meu avô, que hoje não está mais aqui, sempre foi um apaixonado pelo meu futebol, fazia questão de levar todas as matérias de jornal nos lugares que ia. Sempre esteve presente em viagens, fazia tudo para ajudar até o próprio time onde eu estava”, conta a atleta. View this post on Instagram  

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Mas, se engana quem ache que o futebol que Gabi Zanotti pratica hoje na carreira é o mesmo de anos da sua vida. Natural do Espírito Santo, foi com o beach soccer que a camisa 10 do Corinthians fez sua primeira viagem internacional para defender o Brasil. “Eu comecei no interior do Espírito Santo, depois fui morar em Vitória. Jogava beach soccer e viajei para disputar um torneio na Espanha representando a Seleção Brasileira”, explica a jogadora.

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A migração para o campo acontece apenas quando Zanotti vai para os Estados Unidos, em 2006. Antes disso, foi o futsal que tirou a atleta pela primeira vez do Espírito Santo. “Meu início mesmo de forma profissional posso dizer que foi no futsal, em Santa Catarina. Foi a primeira vez que eu saí do meu estado para jogar em algum clube, então grande parte da minha carreira foi no futsal. Aí quando eu fui para os EUA que fiz a transição para o campo pela Universidade. Fiquei por lá de 2006 a 2010”, afirma Gabi.

Ao voltar para o Brasil, a meio-campista chama a atenção do Santos durante um torneio em que defendia o Foz Cataratas, do Paraná. Na mesma época, recebe a primeira oportunidade na Seleção Brasileira e logo depois que sai do Peixe, já encontra Arthur Elias, seu atual técnico e com quem conquistou seu primeiro Campeonato Brasileiro, em 2013 no Centro Olímpico, e posteriormente Libertadores, Paulista e mais dois nacionais com o Corinthians.

“Eu e o Arthur começamos a trabalhar em 2012 após minha saída do Santos. Ele tem uma comissão técnica maravilhosa, então quando você trabalha ao lado de pessoas capacitadas, empenhadas como é o Arthur e toda a comissão dele, em um clube que te dá toda uma estrutura, tem uma diretora que luta pela modalidade, facilita muito nosso trabalho dentro de campo”, aponta Zanotti.

Foto: Reprodução Instagram

Ao desembarcar no Parque São Jorge, em 2018, a camisa 10 já encontrou um projeto em ascensão na modalidade. Não à toa e muito graças à Cris Gambaré, mulher forte por trás do futebol feminino do clube, o Timão chega à sua oitava final consecutiva dos últimos campeonatos que participou desde 2016. “Realmente eu só tenho a agradecer por isso, por ter conseguido responder muito bem esse papel. É consequência de muito trabalho, sequência num trabalho, isso tem dado muito resultado e muitos frutos para essa equipe do Corinthians”,

Além dos Estados Unidos, Gabi Zanotti também passou por Coréia e China. Aos 35 anos e com uma boa bagagem na modalidade, a atleta reconhece o crescimento do futebol feminino no Brasil, especialmente o de São Paulo, e coloca Corinthians e Ferroviária como as grandes forças. “A cada ano que passa, com o investimento de clubes de camisa, tem fortalecido ainda mais nossa modalidade aqui, abrindo mais espaço para atletas”, explica a jogadora.

Foto: Rodrigo Corsi / FPF

“Corinthians e Ferroviária são as grandes potências que hoje temos no Brasil e isso mostra também que quando você tem um planejamento, uma sequência de um trabalho, isso dá resultado. É importante que os outros clubes também vejam dessa forma”, enfatiza.

A menina que começou na rua com a molecada, que se divertia nas pracinhas e pulava muro de quadra para jogar futsal, chega para esta final de Paulistão com o prêmio de Craque da Partida da final do Brasileirão 2020 na bagagem. Ela, Arthur Elias e o Corinthians buscam mais uma vez fazer história no futebol feminino. “É muito bacana. A modalidade só tem a crescer com isso e a gente, lógico, mais uma vez feliz de estar participando de mais uma final de Campeonato Paulista”, finaliza a camisa 10 do Timão.

Você achou mesmo que ia ter uma entrevista calminha, Zanotti? #BrasileirãoFeminino pic.twitter.com/qI2y1bO9j1 — Brasileirão Feminino (@BRFeminino) December 7, 2020

Corinthians e Ferroviária buscam o bicampeonato do Paulistão Feminino. O Timão é o atual campeão, já o time Grená se considera tetra (2002, 2004, 2005 e 2013), porém, a Federação Paulista de Futebol aponta que em 2002 não houve Campeonato Paulista. Já em 2004 e 2005, o campeão foi o Extra/Fundesport, time da cidade de Araraquara que posteriormente recebeu a marca da Ferroviária no projeto.

As finais acontecem neste domingo (13 de dezembro) e no próximo (20 de dezembro) às 11h com transmissão do Facebook, da Cultura, SporTV e rádio CBN.

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