Para se prevenir de lesões, Brasil terá 26 jogadoras em preparação na Austrália

(Foto: CBF)

A seleção feminina tem sofrido com um problema grande de atletas lesionadas ao longo da preparação para a Copa do Mundo. E para prevenir qualquer desfalque que possa acontecer de última hora, o Brasil levará para a Austrália 26 jogadoras. Só 23 poderão permanecer lá para o início da Copa do Mundo, mas durante os 20 dias de preparação no país, a comissão técnica já planeja contar com um número maior de atletas para “se proteger” caso algum problema de última hora aconteça.

A logística para uma Copa do outro lado do mundo não é simples e, por isso, a comissão técnica entende que é melhor ter mais atletas à disposição lá em caso de uma eventualidade do que ter que improvisar uma viagem de última hora (ainda mais com um fuso horário tão grande).

Angelina se lesionou na final da Copa América (Foto: Cintia Barlem, ge.globo)

A Fifa permite a troca de nomes até a estreia no Mundial, mas, depois disso, não é possível mais desconvocar ou convocar jogadoras. Sendo assim, quem não fizer efetivamente parte das 23 não poderá ficar com o grupo ao longo do torneio.

Nas duas últimas principais competições da seleção, houve cortes de jogadoras importantes por lesão. Na Copa de 2019, a atacante Adriana não pôde se apresentar – sofreu lesão no joelho em jogo do Brasileiro feminino -, e a zagueira Erika chegou a viajar para a França, mas não se recuperou de lesão e foi cortada também. Na Olimpíada de Tóquio, novamente Adriana se lesionou antes da viagem – Angelina foi chamada no seu lugar.

O Brasil tem sofrido com lesões de jogadoras importantes nos últimos meses. No ano passado, Marta foi o primeiro grande desfalque ao constatar uma lesão de ligamento no joelho em março que a tirou dos gramados por 10 meses. Depois, em julho, foi a vez de Angelina, volante titular da seleção, também romper o ligamento do joelho – ela ainda não retornou. Antonia, lateral direita, sofreu um problema no joelho, mas voltou agora a ficar disponível e estará nos amistosos de abril.

Duda Sampaio ficou fora das duas últimas convocações por lesão e voltou agora (Foto: Thais Magalhães/CBF)

Ainda assim, a técnica Pia Sundhage não poderá contar com a goleira que vinha sendo titular até agora, Lorena, que trata um problema no joelho e tenta voltar a tempo da Copa. Além dela, a zagueira Tainara e a atacante Debinha também se lesionaram e ficaram fora da convocação, mas não preocupam para a Copa, segundo a comissão técnica.

Inclusive, a ideia de não tê-las agora é para preservar possíveis problemas futuros. A comissão técnica da seleção conversou com as comissões técnicas dos clubes das duas jogadoras para entender as condições que elas estariam em abril. Sem garantia de que estariam 100%, acharam melhor não convocar.

“Conversamos com as comissões dos clubes delas para entender o que seria melhor para elas, não para a seleção. Elas precisam estar 100%. E elas vão voltar, não estou preocupada”, afirmou a treinadora em coletiva.

Preparação focada na parte física

Todo o planejamento que tem sido feito para a Copa do Mundo está levando em consideração o desafio de deixar todas as jogadoras no auge físico antes da competição. Isso é um desafio não só pela longa viagem até a Austrália e pelo fuso, mas também porque o Brasil hoje tem atletas de três diferentes localidades – as da Europa, que já terão terminado a temporada, as dos Estados Unidos, que começaram a temporada agora em março, e as do Brasil que começaram a temporada em fevereiro.

Para não deixar as jogadoras que atuam na Europa muito tempo sem atividade, o Brasil planeja um período de preparação especial para elas, que estarão disponíveis em junho – a temporada lá terminará no fim de maio.

Marta retornou à seleção após se recuperar de lesão no joelho (Foto: Daniela Porcelli/CBF)

Ainda não se sabe se esse período de treinos e preparação física será na Granja Comary, o Centro de Treinamento da seleção brasileira em Teresópolis, ou em algum outro lugar.

É possível também que, ainda no fim de junho, antes da viagem para a Austrália (programada para acontecer na primeira semana de julho), a seleção feminina faça algum amistoso no Brasil para se despedir da torcida.

“Estamos vendo a possibilidade de ter um amistoso no Brasil pra que a gente possa se despedir da nossa torcida, pra que a gente possa ter alguns treinamentos por aqui”, disse Ana Lorena Marche, supervisora da seleção feminina.

A partir da primeira semana de julho, a preparação então será toda em Brisbane, cidade escolhida como “a sede” da seleção feminina na Copa. A escolha se deu pelo foco do Brasil no jogo contra a França, o segundo do Mundial, que deve definir o primeiro lugar do grupo. A partida será nesta cidade e, com isso, o Brasil não precisará ter nenhum deslocamento para esse jogo e sofrerá menos desgaste. Além disso, o time estará mais adaptado ao clima da cidade estando lá 20 dias antes da sua estreia na Copa, marcada para Adelaide, contra o Panamá.

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