Brasil não joga bem, mas conta com Cristiane e Lorena para superar Japão nos pênaltis

Resultado valeu o terceiro lugar para a seleção brasileira na She Believes Cup 2024
Seleção Brasileira feminina vence Japão nos pênaltis e fica com terceiro lugar da She Believes Cup 2024. Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Japão e Brasil decidiram o terceiro lugar da SheBelieves Cup em clima de aquecimento pros Jogos Olímpicos de Paris – já que voltam a se enfrentar pelo grupo C do torneio olímpico, em 28 de julho, no Parc des Princes. Por enquanto, o confronto disputado nos Estados Unidos, nesta terça-feira (9), mostrou que a seleção brasileira enfrentará dificuldades diante da boa marcação e movimentação japonesa. Mas que também poderá contar com a presença de área da artilheira Cristiane – que empatou o jogo em 1 a 1 no tempo regulamentar – e com a volta da goleira Lorena – que defendeu todos os pênaltis cobrados pelas japonesas na partida, sendo decisiva pro Brasil vencer nas penalidades máximas.

Com o intuito de dar oportunidade de jogar a todas as convocadas, o técnico Arthur Elias escalou a seleção brasileira completamente modificada em relação ao jogo em que perdeu para o Canadá na estreia da SheBelieves. O Brasil começou o confronto contra o Japão com Lorena de volta à titularidade do gol; Lauren, Tarciane e Fê Palermo formando a já tradicional linha defensiva com três zagueiras; Jaqueline e Tamires como alas; Júlia Bianchi e Angelina na dupla de meio campo; e Marta, Priscila e Cristiane no ataque.

Melhor no jogo, Japão abre o placar

Mesmo com bastante experiência em campo, o Brasil teve dificuldade de impor o estilo de jogo ofensivo que o Arthur vem tentando implementar na seleção. Afinal, era um duelo entre duas equipes que gostam de jogar com a posse da bola, trocando passes com bastante movimentação das jogadoras e adiantando a marcação em vários momentos do jogo para dificultar a saída de bola adversária. E foi o Japão que conseguiu ser mais efetivo nas suas ações, principalmente no primeiro tempo.

Depois de um começo muito ruim, o Brasil até conseguiu ficar um pouco mais com a bola próximo aos 20 minutos da partida, criando algumas jogadas de ataque com Marta pelo centro ou buscando Cristiane e Priscila como referências na entrada da área. Mas nenhum lance chegou a ser concluído na direção do gol. O Japão, por outro lado, estava melhor distribuído no campo e aproveitava a maior movimentação das suas jogadoras para explorar a liberdade que as atacantes japonesas encontravam pelas laterais do campo, aproveitando o espaçamento da linha defensiva brasileira.

Aos 34 minutos, Hasegawa fez ótima jogada no meio de campo fugindo da marcação de Angelina e do bote de Julia Bianchi e abriu o jogo para Hamano, que recebeu com liberdade na direita, avançou e cruzou à meia altura para a grande área. Tarciane voltou em velocidade, mas furou o corte e a bola sobrou para Mina Tanaka, que dominou livre e chutou sem chances de defesa para a Lorena: Japão 1 a 0.

As brasileiras reagiram ao gol sofrido se jogando ao ataque. Os dois lances mais perigosos vieram de chutes da entrada da área da Priscila: um passou perto da trave direita do gol defendido por Yamashita e o outro parou na defesa da goleira japonesa no meio do gol. Em outros dois lances, Cristiane tentou um voleio de dentro da área (em jogada anulada por impedimento) e, pouco depois, recebeu lançamento da Marta, que a deixou de frente pra goleira, mas caiu reclamando pênalti ao tentar driblar Yamashita. A árbitra não marcou nada.

O problema é que a marcação brasileira continuava cedendo muito espaço nas costas das alas. E foi o Japão que quase marcou o que seria o segundo gol da partida ainda no primeiro tempo. Aos 44 minutos, Kitagawa recebeu novamente com muita liberdade pela esquerda e cruzou para dentro da área na segunda trave, encontrando Fujino sozinha de frente para o gol. Apesar da chance clara, a atacante japonesa pegou mal na bola, finalizando para fora.

Cristiane volta a marcar pela seleção e empata jogo

O Brasil voltou do intervalo em busca do gol de empate, mas de forma desorganizada em campo. Aos 9 minutos, por exemplo, as brasileiras tentaram adiantar a marcação, mas sem sincronia – até a zagueira Tarciane subiu à frente do meio campo, mas sem sucesso. Diante do espaçamento cedido pela marcação brasileira, o Japão avançou trocando passes até encontrar Kitagawa sem marcação pela esquerda, que lançou para Fujino na direita. Ela teve tempo de dominar, cortar para perna esquerda e finalizar com perigo. Mas Lorena espalmou para fora.

Aos 18 minutos, o Brasil sofreu outro susto. Ao tentar afastar a bola no rebote do escanteio, Cristiane trombou com Hayashi e a árbitra marcou pênalti para o Japão. Tanaka cobrou sem muita força no canto direito da Lorena e a goleira brasileira defendeu!

Assim como no jogo contra o Canadá, Arthur Elias só mexeu no time brasileiro aos 20 minutos do segundo tempo. Entraram Thaís Ferreira, Yasmim, Gabi Portilho e Antônia nos lugares de Lauren, Tamires, Priscila e Fê Palermo. As substituições melhoraram o posicionamento do Brasil no meio campo, mas o time continuou sem criar tanto. Diante de um cenário difícil, a solução veio na bola parada. Aos 25, Cristiane marcou de cabeça após escanteio cobrado na pequena área por Yasmim.

O empate no placar deixou o fim do jogo aberto, com chances para os dois lados. Aos 33, o Brasil sofreu mais um lançamento nas costas da defesa. Desta vez, Miyazawa, que havia acabado de entrar no jogo, saiu sozinha de frente para Lorena e bateu na saída da goleira brasileira, que esticou a perna e evitou mais um gol. Dois minutos depois, Arthur fez mais duas substituições: Laís Estevam e Ludmila assumiram as vagas de Júlia Bianchi e Jaqueline. Mas o placar não se alterou e a decisão pelo terceiro lugar foi para os pênaltis.

Fim do jejum nos pênaltis

Foto: Lívia Villas Boas / CBF

O Brasil converteu todos os pênaltis, com Cristiane, Tarciane e Angelina. Já as três cobranças batidas pelas japonesas pararam nas mãos de Lorena, que garantiu o terceiro lugar da seleção brasileira na She Believes Cup e acabou com um jejum de cinco disputas de pênaltis sem vitória da seleção brasileira feminina: contra Chile, China (ambas em 2019), Canadá (nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021), Inglaterra (na Finalíssima, em abril de 2023) e Canadá (na semifinal da SheBelieves Cup, no último sábado). Como é bom ter a Lorena recuperada de volta ao gol da seleção brasileira!

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