Luisa Stefani vai à final de duplas no Australian Open e pode alcançar feito inédito

Luisa Stefani volta a figurar entre as grandes atrações do tênis mundial após recuperar-se de uma grave lesão no joelho sofrida no auge da carreira, em novembro de 2021. De volta às quadras, a tenista brasileira está na final de duplas mistas do Australian Open, chegando à sua primeira final de Grand Slam.

Dessa vez, a parceria da medalhista olímpica em Tóquio-2020 é com outro brasileiro: Rafael Matos. Também é a primeira vez que os dois jogam juntos um slam e já têm a chance de tornarem-se a primeira dupla 100% brasileira a ser campeã de um Grand Slam. 

A conquista da vaga para a final do Australian Open foi com direito à muita emoção. A dupla brasileira teve de salvar um match point no set tie-break para vencer de virada os australianos Olivia Gadecki e Marc Polmans, por 2 sets a 1 (parciais de 4/6, 6/4 e 11/9), nas semifinais, em Melbourne, nesta quarta-feira (25/01).

A final será contra os experientes indianos Sania Mirza e Rohan Bopanna, na quinta-feira (26/01), às 22h (horário de Brasília), com transmissão da ESPN 2. 

Mesmo com pouco tempo de entrosamento, Luisa e Rafael já igualaram o feito de Cássio Mota e Cláudia Monteiro como a única dupla inteiramente brasileira a chegar a uma final de Grand Slam, quando foram vice-campeões de Roland Garros em 1982. 

Agora, a mais nova dupla brasileira do tênis quer se juntar aos compatriotas que gravaram seus nomes como campeões – mesmo que tenham conquistado o feito com parceiros estrangeiros –, casos de Maria Esther Bueno, Bruno Soares, Marcelo Melo e Thomaz Koch. 

Do auge à lesão grave

Chegar à final é a prova de que Luisa Stefani deixou um capítulo delicado da carreira para trás. Em 2021, a tenista viveu o ano mais marcante da carreira até o momento. Chegou à primeira final de um WTA 1000, em Miami, ao lado da americana Hayley Carter. Foi surpreendida com a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio oito dias antes da estreia e ainda competiu ao lado de Laura Pigossi, com quem não disputava torneios habitualmente. Nesse caso, a amizade cultivada desde os 12 anos fora das quadras fez toda a diferença, pois as duas deixaram o Japão com a medalha de bronze. 

Após as Olimpíadas, Stefani conquistou o primeiro título de WTA 1000, em Montreal, ao lado da canadense Gabriela Dabrowski, e foi subindo de colocação no ranking mundial no mesmo compasso em que quebrava marcas históricas do tênis brasileiro. Até chegar pela primeira vez à uma semifinal de Grand Slam, no US Open, quando quebrou um jejum de 53 anos sem brasileiras em semifinais do US Open – a última havia sido Maria Esther Bueno, também em Nova York, em 1968.

O empenho também rendeu à Luisa o seu melhor ranking de duplas na WTA: 9º lugar.  Mas ainda no primeiro set da semifinal do US Open, a brasileira rompeu o ligamento do joelho direito, saiu de quadra em uma cadeira de rodas e precisou passar por cirurgia. “Esse ano de 2021 foi mágico, tive os melhores momentos da minha carreira, a Olimpíada, a medalha com a Lau (Laura Pigossi), outros ótimos resultados e até momentos mais difíceis”, disse Luisa, em entrevista ao Dibradoras, durante a recuperação. O retorno às competições foi em novembro de 2022.

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