Depois do boom de audiência da Copa do Mundo feminina em 2019, a Globo decidiu apostar de vez no futebol feminino. Na última quinta-feira, houve a confirmação de que a emissora exibirá pela primeira vez uma competição oficial de clubes com as mulheres em campo – a Supercopa do Brasil. Mas há mais novidades por aí.

Além do torneio que inicia em fevereiro, a Globo fechou com a CBF os direitos de transmissão para os amistosos da seleção feminina até 2023 e também para o Campeonato Brasileiro feminino – esse até 2024.

A emissora já tentava adquirir os direitos da principal competição nacional do futebol das mulheres desde o ano passado, mas esbarrava numa cláusula de exclusividade do contrato firmado com a Band no ano anterior – que vale até 2023.

Em 2021, o Sportv chegou a exibir alguns jogos a partir da fase mata-mata (quartas-de-finais, semifinais e finais), e para 2022, já está fechada a exibição de jogos ao longo de todo o campeonato, desde a primeira fase, no canal fechado.

Já a partir de 2023, quando acaba o contrato de exclusividade do Brasileiro feminino com a Band, a Globo passará a exibir também na TV aberta jogos da Série A1. Os direitos foram negociados para as edições do Brasileiro de 2022 (no Sportv), 2023 e 2024 (na Globo e no Sportv).

O futebol feminino é uma aposta da emissora depois do grande sucesso da Copa do Mundo de 2019 e também dos jogos do Brasileiro feminino exibidos no Sportv em 2021.

No Mundial, o primeiro exibido por completo na Globo (com todos os jogos da seleção feminina, além da final), os números impressionaram. Para se ter ideia, o Brasil bateu recorde de audiência mundial nas partidas da seleção brasileira. Até hoje, o jogo de futebol feminino mais visto no mundo foi Brasil x França, pelas oitavas-de-final da Copa de 2019, com mais de 30 milhões de pessoas acompanhando a partida ao vivo – número muito impulsionado pela transmissão da Globo.

A final daquele Mundial, entre Estados Unidos e Holanda, teve mais audiência no Brasil do que nos Estados Unidos. Por aqui, foram quase 20 milhões de espectadores – em território americano, foram 15,5 milhões.

Essa Copa foi considerada um divisor de águas para o futebol feminino no Brasil. Depois dela, a Globo passou a exibir com maior frequência os amistosos da seleção feminina – o primeiro deles a ser mostrado na emissora foi Brasil x China, em novembro daquele ano, num torneio amistoso. Se antes era quase impossível conseguir assistir a jogos do Brasil com as mulheres em campo na TV – só havia transmissões da CBF TV -, a partir de 2019 isso se tornou frequente. Quando a Globo não exibia, o Sportv mostrava os jogos da seleção, que agora também foram negociados com a emissora para esse ano e o próximo.

Os números das transmissões do Brasileiro feminino também evidenciam o aumento do interesse do público em consumir o futebol das mulheres. A Band registrou números recordes em 2021, principalmente com a final, disputada entre Corinthians e Palmeiras. Essa mesma partida também foi exibida no Sportv, que foi líder absoluto entre os canais da TV fechada.

A quem ainda insiste em repetir que “futebol feminino não dá audiência”, fica o recado: tá cada vez mais difícil te defender. E, pelo menos até 2024, as transmissões estão garantidas na TV aberta e na TV fechada. Não gostou? O controle remoto é a serventia da casa 😉

Supercopa do Brasil

A Supercopa começa no dia 4 de fevereiro e terá quatro jogos (dos oito) transmitidos na Globo – todos os outros estarão no Sportv. No dia 6, a emissora mostrará Flamengo x Esmac para o Rio de Janeiro às 10h30, e Corinthians x Palmeiras no mesmo horário para São Paulo. Além desses, uma semifinal e a final também terão transmissão da Globo.