Nesta quinta-feira (29), véspera do jogo entre Brasil x Canadá pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a técnica Pia Sundhage e a zagueira Érika participaram de uma coletiva de imprensa.
Sob o comando de Pia, a seleção brasileira tem ao seu favor o retrospecto positivo diante da equipe canadense: são duas vitórias (4×0 e 2×0) e dois empates (2×2 e 0x0). E a defensora brasileira fez questão de frisar a força que as adversárias tem.
“Enfrentar o Canadá sempre é duro, independente dos resultados. A gente sabe a qualidade que aquela seleção tem e que individualmente também existem jogadoras ali que te desconcentram, mas nós sabemos a qualidade que temos desse lado. E isso é fundamental, acreditar no nosso trabalho”, afirmou.
Mesmo com vitória magra no último jogo diante da Zâmbia, a treinadora fez questão de ressaltar os pontos positivos da equipe durante a partida. “Eu acredito em olhar para as situações de modo positivo, mesmo que não tenhamos jogado tão bem contra Zâmbia, mas nós criamos algumas chances, marcamos um gol importante. Amanhã, eu realmente espero que a gente tenha um bom time, façamos um bom jogo, porque nós trabalhamos duro por isso, para tentar colocar nossa energia, ter uma boa tática e fazer gols.”
A zagueira Érika afirmou que a equipe estudou bastante o estilo de jogo das canadenses e valorizou o estilo de jogo da equipe brasileira. “Vimos muitos vídeos no passado e recentes (das canadenses) e sabemos como elas jogam. Mas futebol é futebol, a gente não pode desconcentrar e nem perder o foco em nenhum momento do jogo porque tem qualidade daquele lado. Mas a gente tem uma proposta de jogo muito boa e do outro lado elas vão ter trabalho também.”
Uma das jogadoras que exige maior atenção do plantel brasileiro é a experiente Christine Sinclair. A atacante de 38 anos defende a seleção desde os 18 anos e é a maior artilheira do futebol de seleções de todos os tempos (entre homens e mulheres). Desde 2000, quando defendeu seu país pela primeira vez, ela já anotou 187 gols, três a mais que a norte-americana Amy Wambach, a recordista anterior.
CHRISTINE SINCLAIR! THE ALL TIME INTERNATIONAL GOAL SCORING RECORD HAS BEEN BROKEN!!!#Sincy185 #CANWNT pic.twitter.com/E707CKgX3u
— Canada Soccer (@CanadaSoccerEN) January 29, 2020
E Pia falou sobre a importância de parar a principal jogadora canadense. “O Canadá é um bom time, temos que prestar atenção na Sinclair, ela é experiente, é uma jogadora esperta, vamos tentar que ela não seja dominante no jogo. Mas é claro que ela tem um time por trás, com velocidade no ataque, jogadoras duras na defesa. Elas têm um padrão, e temos que descobrir qual é o padrão para preparar as jogadoras, especialmente no ataque. Nós marcamos gols contra elas, e acho que está na hora de marcar também em escanteios. Acho que estamos fazendo um bom trabalho, espero que se tivermos um escanteio, todos possam pensar ‘vem um gol aí'”, disse a treinadora.
Questionada pelo Dibradoras sobre como a comandante pretende agir para que o psicológico da equipe não seja abalado após episódio recente envolvendo a goleira Bárbara (em que ela discutiu com outra atleta nas redes sociais), a treinadora disse que é uma situação difícil, mas que conta com ajuda de uma equipe para cuidar do assunto.
COLETIVA SELEÇÃO FEMININA! Perguntamos para Pia Sundhage sobre como ela pretende agir para que o psicológico da equipe não seja abalado após episódio recente envolvendo a goleira Bárbara (em que ela discutiu com outra atleta nas redes sociais).
⬇️SEGUE O FIO pic.twitter.com/rHJuYsEwzU
— dibradoras (@dibradoras) July 29, 2021
“É difícil para mim te dar uma resposta sincera, porque psicologia é algo que a gente trabalha muito todo dia, o comportamento de todos. Eu também acho difícil quando se trata de mídias sociais, porque eu não sou boa nisso. É por isso que temos um time por trás do time, temos uma especialista que me dá informações sobre o que dizer, o que pensar e como preparar o time. No fim, temos uma quarta de final olímpica, você tem todo o tipo de obstáculos, e tem que gerenciar esses obstáculos, porque você realmente quer jogar dois tempos de 45 minutos, e talvez mais alguns minutos se tiver uma prorrogação. Meu trabalho é colocar junto esse time por trás do time, para garantir que nós vamos dizer a coisa certa, vamos fazer a coisa certa e vamos estar prontas para o jogo. Na preleção que vamos ter mais tarde, é sempre sobre o jogo, como vencer o Canadá, trazer boas situações, acreditar em algo”, declarou.
Quando foi questionada sobre como sua equipe chega para o jogo decisivo diante do Canadá, Pia voltou a falar em compactação. “Quando você pensa nos melhores momentos da seleção, a palavra é compactação. Isso vale tanto para a defesa como para o ataque. Tivemos algumas situações em que a habilidade individual se sobressai, como na defesa com a Rafaelle, e também no ataque. Estamos na mesma página, se você tem boa compactação, estamos bem.”
A treinadora também comentou sobre a importância de vencer o Canadá nas quartas para seguir com o sonho de conquistar uma medalha para o Brasil no futebol feminino após 13 anos.
“Agora, quando falamos sobre futebol feminino no Brasil, tem sido uma grande jornada até agora nesses dois anos, e acho, como já disse antes, que se voltarmos ao Brasil com uma medalha, as pessoas vão ouvir, e acho que vão ouvir também se não voltarmos com medalha, mas será mais fácil conseguir a atenção de alguém quando você vence. Por isso acho que se você olhar para esse aspecto, esse jogo é muito importante, nós realmente queremos jogar bem e realmente chegar à semifinal.”
Quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio
Brasil x Canadá
5h (horário de Brasília)
Transmissão: Globo, SporTV, BandSports
Uma resposta
Só espero que o Brasil faça um Bom jogo