Seleção encerra 2023 com goleada sobre Nicarágua, mas não chega a convencer

Foto: Nayra Halm / Staff Images Woman / CBF

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Após enfrentar o Japão por duas vezes (com uma vitória e uma derrota), Arthur Elias escalou o Brasil em um 4-2-4 (diferentemente do 3-2-5 do amistoso anterior) contra a Nicarágua. O treinador também deu oportunidade de começar jogando a quem não vinha sendo titular nesta data Fifa. Uma delas foi Marta, que se movimentou bastante, chamou a responsabilidade e marcou na goleada brasileira por 4 a 0, nesta quarta-feira (6), diante de 5.237 pessoas na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara (SP). Gabi Nunes, Luana e Aline Milene anotaram os outros gols.

Claro que encerrar 2023 com goleada é bom, ainda mais no primeiro ano de Arthur Elias no comando da seleção. Mas, considerando a fragilidade do adversário que ocupa a 113ª posição do ranking mundial da Fifa, o rendimento brasileiro deixou a desejar. Repetiu certa dificuldade de criação no início do jogo, abusou dos passes longos e, principalmente, pecou nas tomadas de decisão e na efetividade das conclusões das jogadas.

Em uma data Fifa com três amistosos em um intervalo de dez dias, o último jogo deixou a impressão de que valeu, principalmente, para resgatar a confiança das jogadoras, conforme o treinador vem pregando. “Foi uma partida com pouco tempo entre um jogo e outro, muito desgastante. Eu entendo que a gente teve um confronto contra uma equipe muito fechada e vejo que o saldo do trabalho em geral é muito positivo. Também temos conversado com as jogadoras sobre ter a melhor decisão quando estamos com a posse de bola para criar mais chances de gol e é algo que temos amadurecido”, analisou Arthur Elias.

Muitas novidades no time titular

No primeiro confronto contra a Nicarágua no futebol feminino, o Brasil foi a campo com uma linha defensiva com Antônia e Kathellen sendo a dupla de zaga, Julia Bianchi (que é volante de origem) fazendo a função de lateral direita e Tamires na lateral esquerda. O meio-campo começou com Luana e Ary Borges; e o ataque entrou com Marta, Gabi Nunes, Bia Zaneratto e Eudimilla. No gol, Lelê deu lugar à goleira Camila. 

Mais uma vez, a seleção Brasileira começou o jogo apresentando dificuldade de trabalhar a bola com qualidade para fazê-la chegar às atacantes, recorrendo com frequência aos passes longos e aos cruzamentos na área. Aos 15 minutos, porém, Tamires achou um bom passe para Bia Zaneratto na entrada da área. A atacante usou muito bem o corpo para girar sobre a defensora e cruzar na cabeça de Eudimilla, que acertou a trave e, na sobra, Gabi Nunes finalizou para o fundo da rede.

Na frente no placar, o Brasil passou a encontrar mais espaços para encaixar os ataques e contou com a boa movimentação de Marta em diferentes lados do campo. Aos 22, a Camisa 10 roubou a bola da Nicarágua na área adversária e cortou a zagueira, mas tirou demais da goleira Lorena na finalização. Três minutos depois, a Rainha já estava na esquerda acionando um cruzamento na direção de Bia Zaneratto. Kathellen também teve boa oportunidade de cabeça e Zaneratto levou perigo de longe, mas foi Marta quem ampliou a vantagem, aos 39, após bate-rebate na área. 

Segundo tempo de mais gols (e desperdícios)

No intervalo, Lauren entrou no lugar de Julia Bianchi, reposicionando a Antônia para a lateral direita, e Aline Milene assumiu o lugar de Ary Borges. Do outro lado, o técnico brasileiro Doriva, que comanda a Nicarágua, conseguiu amenizar um pouco do domínio brasileiro no meio campo com a entrada de Alys Cruz e Reyna Hernández nos lugares de Aryveri Mejía e Doriana Aguilar. 

Aos 14, a entrada de Geyse, Priscila e Adriana no lugar de Marta, Bia Zaneratto e Gabi Nunes terminaram de dar mais velocidade ao ataque brasileiro, que seguiu pressionando. O problema que passou a ficar evidente foram os muitos impedimentos (sete ao total) e a falta de precisão na definição das jogadas (das 32 finalizações do Brasil no jogo, 13 foram no gol), desperdiçando inclusive chances claras de gol. 

Já que as atacantes estavam desperdiçando as oportunidades criadas, o terceiro gol saiu aos 18 minutos do segundo tempo de um chute de longe da volante Luana, que ganhou mais liberdade para jogar próximo da área com as substituições no meio-campo brasileiro. A Seleção seguiu dominante na partida e chegou ao quarto e último gol aos 22, com Aline Milene em uma finalização de primeira após a bola sobrar dentro da área. A meia entrou muito bem no jogo e se emocionou ao ser recompensada com um gol.

Com o resultado positivo sobre a Nicarágua, Arthur Elias encerra 2023 com três vitórias e duas derrotas nos cinco amistosos disputados no comando da Seleção Brasileira, que se prepara para os Jogos Olímpicos de Paris, entre julho e agosto de 2024.

“Tive um tempo para respirar nessa última convocação e aproveitei o final do jogo para poder sentir o quão bom é estar na seleção brasileira, é estar com esse grupo, com essas jogadoras. Eu acredito que podemos ter uma seleção cada vez mais organizada e sei que ganhamos muito não só dentro de campo, mas principalmente fora de campo. Claro que tem muito a se ajustar como fizemos nesses jogos, mas tenho ficado satisfeito com a evolução das atletas”, analisou Arthur Elias, após a vitória sobre a Nicarágua.

FICHA TÉCNICA

BRASIL (4):  
Camila; Julia Bianchi (Lauren), Antonia, Kathellen; Eudimilla (Gabi Portilho), Luana, Ary Borges (Aline Milene) e Tamires; Marta (Adriana), Bia Zaneratto (Geyse) e Gabi Nunes (Priscila).
Treinador: Arthur Elias.

NICARÁGUA (0):
Lorena Gutiérrez; Lisbeth Moreno, Yorcelly Humphreys (Niurka Molina), Vanessa Altamirano e María Rivas (Mariela Medina); Ninoska Solís, Hannah Rose Lee (Yansy Aguirre), Aryeri Mejía (Alys Cruz) e Doriana Aguilar (Reyna Hernández); Maykeling Márquez e Yessenia Flores.

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