Foto: CANWNT/Divulgação

A boa impressão da estreia da seleção brasileira sob comando de Arthur Elias não se repetiu no segundo amistoso contra o Canadá, nesta terça-feira (31), diante de 6.400 pessoas no estádio Wanderers Grounds, em Halifax, no Canadá. Desta vez, o Brasil não conseguiu ser eficiente na criação das jogadas para empilhar oportunidades de gol como na vitória do último sábado. Pelo contrário, a equipe brasileira sentiu a melhora da marcação canadense, principalmente no segundo tempo, e sofreu muito no setor defensivo, acabando derrotado por 2 a 0, com gols de Jordyn Huitema e Deanne Rose.

No segundo amistoso contra o Canadá desta Data Fifa de outubro, Arthur Elias repetiu a formação com três zagueiras na seleção brasileira, com Antônia, Lauren e Rafaelle. Mas o treinador promoveu quatro alterações no time titular: Angelina ganhou a vaga de Luana no meio-campo; Yasmim entrou na lateral esquerda mais adiantada no lugar de Tamires; e Bia Zaneratto e Gabi Nunes começaram o jogo formando o trio de ataque com Marta, nas posições de Geyse e Cristiane. 

Diferentemente do primeiro confronto, em que o Brasil sofreu com a imposição canadense nos primeiros 15 minutos, desta vez, a partida começou equilibrada e mais truncada. A seleção brasileira até teve mais posse da bola até os 30 primeiros minutos, mas se deparou com uma marcação canadense bem encaixada, que primeiro ficou postada na altura do meio-campo e depois subiu as linhas, dificultando ainda mais a iniciação das jogadas pelo elenco brasileiro. 

Ainda assim, foi no primeiro tempo que o Brasil criou as melhores chances de gol. A primeira foi de um lançamento da Bia Zaneratto na entrada da área buscando Marta nas costas da defesa canadense, mas a camisa 10 não conseguiu chegar na bola. Depois, aos 27 minutos, o Brasil interceptou a saída de bola do Canadá e Angelina tocou para a Gabi Nunes na marca do pênalti. A atacante brasileira ficou cercada, caiu no chão e, mesmo sentada, arrancou um passe na medida para Marta, que bateu cruzado perto da trave, mas pra fora. 

Do outro lado, o Canadá também pouco criou no ataque e não havia feito nenhuma finalização até os 35 minutos de jogo. As principais investidas foram na bola aérea, mas o Brasil se portou bem defensivamente nas ocasiões em que foi ameaçado pelo alto no primeiro tempo. O lance de mais perigo canadense foi quando Lauren tentou cortar um cruzamento do Canadá e a bola quase encobriu a goleira Lelê, já aos 39 minutos. Para alívio das brasileiras, a bola saiu pela direita do gol.

Brasil cai de rendimento e sofre dois gols

O Canadá começou o segundo tempo com Fleming no lugar de Regan no meio-campo, alteração que fez as donas da casa melhorarem e chegarem à chance mais perigosa de gol aos 15 minutos, justamente em uma jogada iniciada dos pés da Fleming. A meia do Canadá encaixou ótimo passe nas costas da defesa brasileira para Lacasse, que havia acabado de entrar em campo na vaga de Adriana Leon. Lacasse chutou na saída da goleira Lelê, mas a trave evitou o que seria o primeiro gol das donas da casa!

Diante da queda de rendimento do Brasil, Arthur Elias sacou duas substituições: Cristiane e Tamires entraram no lugar de Gabi Nunes e Yasmim, aos 11 do segundo tempo. Aos 17, a equipe brasileira recuperou uma bola pela direita e Ary Borges cruzou para Cristiane à meia altura na entrada da área. A camisa 9 tentou finalizar de primeira, mesmo sem conseguir ajustar bem o corpo, mas não pegou bem e o chute saiu fraco pela linha de fundo.

Esse foi o lance mais agudo do Brasil no segundo tempo. Em vez da posse de bola para trabalhar as jogadas no campo de ataque, a equipe comandada por Arthur Elias passou a errar muitos passes e sofrer diante da melhora da marcação canadense. Com vantagem nos duelos de meio-campo, o Canadá conseguiu anular as jogadas de criação brasileira e passou a dominar a partida, abrindo espaço para chegar com perigo na área brasileira, principalmente pelos lados do campo. 

Aos 24, Lawrence recebeu na área pela direita e cruzou alto para Huitema subir mais alto do que a marcadora brasileira na segunda trave e abrir o placar de cabeça: Canadá 1 a 0 sobre o Brasil. O treinador da seleção brasileira reagiu com mais substituições. Aos 25, Bruninha e Debinha entraram no lugar de Marta e Adriana. Aos 32, foi a vez de Duda Sampaio e Gabi Portilho assumirem as posições exercidas por Ary Borges e Bia Zaneratto. Mas as mudanças não surtiram efeito algum. O fôlego novo das jogadoras que saíram do banco não melhorou a equipe em campo. 

Sobrando no confronto, o Canadá ainda ampliou a vantagem em uma falha da defesa brasileira no último minuto da partida. A jogada que começou de uma reposição longa da goleira D’Angelo foi seguida de uma disputa no alto, que terminou nos pés de Deanne Rose. A atacante entrou livre na área e chutou no canto esquerdo da goleira Lelê para fechar a vitória canadense por 2 a 0.  

De volta à seleção, Cristiane ressaltou os testes que foram feitos pelo técnico Arthur Elias nos dois amistosos do Brasil contra o Canadá realizados na Data Fifa de outubro e que fazem parte da preparação brasileira para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. “Acho que, para dois amistosos e com pouco tempo de treino, esse é o caminho. Vamos ganhar, vamos perder, mas é importante fazer todos os testes agora para quando chegar nas Olimpíadas tudo estar ajustado”, avaliou a atacante.

FICHA TÉCNICA

CANADÁ (2)
D’Angelo; Gilles, Zadorsky e Buchanan; Riviere (Gabby Carle), Quinn (Grosso), Regan (Fleming) e Lawrense; Adriana Leon (Lacasse), Huitema (Sinclair) e Viens (Deanne Rose)
Técnica: Bev Priestman

BRASIL (0)
Lelê; Antônia, Lauren e Rafaelle; Adriana (Debinha), Ary Borges (Duda Sampaio), Angelina  e Yasmim (Tamires); Marta (Bruninha), Gabi Nunes (Cristiane) e Bia Zaneratto (Gabi Portilho). 
Técnico: Arthur Elias