Foto: Getty Images
Com Julia Belas e Renata Mendonça
Além de ter carimbado a eliminação da seleção americana nas oitavas de final da Copa do Mundo pela primeira vez na história, a vitória da Suécia em cima dos EUA também marcou a despedida de mais uma jogadora icônica que encerra trajetória em Mundiais sem brilho: depois da brasileira Marta e da canadense Christine Sinclair, ambas eliminadas na fase de grupos, agora foi a vez de Megan Rapinoe.
A atacante de 38 anos, que foi peça importante para a conquista do tetracampeonato mundial da seleção dos EUA em 2019, na França, passou em branco na Austrália e na Nova Zelândia. Assim como as colegas veteranas, não marcou e, pior, desperdiçou cobrança de pênalti.
Rapinoe não escondeu a tristeza e a frustração da eliminação ter acontecido de forma precoce. No entanto, ela garantiu estar satisfeita com as conquistas ao longo da carreira. “Não apaga nada dessa experiência em geral. Sinto-me muito sortuda e muito grata por ter jogado nos times bem sucedidos que joguei, com as jogadoras que joguei, das experiências que vivi, de tudo que conquistei até aqui. Claro que existe a decepção de sair (de forma precoce) do torneio, mas estou bem”, disse na zona mista após a partida.
Esta é a primeira vez na história que a seleção americana não disputa, pelo menos, a semifinal da Copa do Mundo: a pior colocação dos EUA, até então, tinha sido o terceiro lugar conquistado em 1995. Mesmo assim, Rapinoe preferiu apontar para a grandeza da equipe mais vencedora da competição.”São três finais, dois títulos. Essa seleção tem quatro Copas do Mundo. Estou orgulhosa deste time”.
A atleta, que soma dois títulos de Copa do Mundo (2015 e 2019), um ouro olímpico (Londres-2012) e um bronze em Tóquio-2020, também falou sobre a despedida de Marta, quem considera uma das maiores jogadoras de todos os tempos. Ela disse que “foi emocionante viver mais uma Copa do Mundo dividindo o ambiente com jogadoras tão importantes”, e que compartilha do sentimento da rainha de ter testemunhado e feito parte da evolução do futebol feminino no mundo.
“Escutei o que ela falou outro dia. Eu sinto isso por ela. Pelo que ela fez pelo jogo, pela maneira como ela joga. A alegria com que ela joga. Nunca vi nada igual. Sobre o discurso dela de viver o jogo em um momento melhor do que quando ela começou me sinto parte do time que fez isso. Estou muito orgulhosa disso. É sempre triste sair . É algo que eu amo fazer e faço desde que eu era criança. Mas sinto que me aposento com um sorriso no meu rosto sabendo do incrível espaço que o jogo está, sabendo de quanto impacto eu pude causar, quando sucesso pude ter. Estou muito agradecida”, completou.
Moedor de veteranas?
Uma curiosidade a mais é o local da despedida de Megan Rapinoe: o Estádio de Melbourne, que também foi o palco da “última dança” de Marta e Sinclair.
No caso da canadense de 40 anos, campeã olímpica maior artilheira de seleções entre homens e mulheres, com 190 gols marcados, a despedida da sexta e última Copa do Mundo aconteceu diante das australianas. A partida terminou 4×0 para as donas da casa, na última partida da fase de grupos.
Já Marta, maior artilheira de Copas do Mundo com 17 gols marcados em seis edições de mundiais, sendo vice-campeã em 2007, e com duas pratas olímpicas (Atenas-2004 e Pequim-2008) na carreira, encerrou a participação em Mundiais num empate sem gols diante da Jamaica, também na última partida da fase de grupos.