Final inédita: Inter tem campanha histórica; Corinthians decide título pela 6ª vez

Corinthians e Internacional farão uma final inédita no Campeonato Brasileiro Feminino em 2022. A equipe do Parque São Jorge disputará sua sexta final consecutiva (desde 2017) após derrotar o Palmeiras nas duas partidas da semifinal. O primeiro jogo terminou com o placar de 2×1 para o time alvinegro na Neo Química Arena e a classificação foi sacramentada no último domingo (11), no Allianz Parque, vencendo a equipe palestrina por 4×0.

Do outro lado, uma final histórica para o Internacional. Após empatar com o São Paulo em 1×1 no jogo de ida, com direito a recorde de público no Beira Rio (7.025 presentes), as Gurias Coloradas venceram a volta por 1×0 no Morumbi na tarde da última segunda-feira (12). O Inter vai à decisão pela primeira vez e pode se tornar o primeiro time de fora do estado de São Paulo a ser campeão desde 2016.

Veja o resumo das semifinais:

Palmeiras se desmonta na semi e Corinthians goleia o rival no Allianz Parque
Partida entre Palmeiras e Flamengo, válida pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro Feminino, no estádio do Canindé, em São Paulo-SP. (Foto: Fabio Menotti)

O Palmeiras começou o ano com a equipe reforçada e disposta a brigar pelo título nacional – já que em 2021 chegou à final e não passou pelo Corinthians. Teve a melhor campanha da primeira fase sob o comando de Hoffman Tulio, depois trouxe de volta Ricardo Belli para o mata-mata e, com a goleada sobre o Grêmio nas quartas-de-final, chegou forte para enfrentar seu grande bicho-papão em jogos eliminatórios – o Corinthians.

Vale lembrar que o o Corinthians viveu um ano atípico em relação aos anteriores, acabando a 1ª fase da competição em 4º lugar (5 pontos atrás do líder Palmeiras). Com algumas baixas na equipe (saída de atletas) e chegada de jogadoras mais jovens, o time multicampeão sofreu demais com lesões (entre os mais significativos estão os desfalques estão a zagueira Erika, que rompeu o LCA no ano passado, a lateral direita Katiuscia que rompeu LCA no início do ano, a meia Gabi Zanotti, que passou grande parte da temporada tratando de uma entorse no tornozelo, a também meia Vic Albuquerque que chegou para o mata-mata, mas também se lesionou).

(Foto: Dibradoras)

O primeiro jogo entre as duas equipes na Neo Química Arena terminou com vitória por 2 a 1 da equipe alvinegra, mas a partida de volta seria no Allianz Parque e com apoio da torcida. Pela força do elenco alviverde, imaginava-se que seria um jogo duro e que, talvez, o Palmeiras conseguisse pela primeira vez eliminar seu rival num mata-mata.

A torcida alviverde fez sua parte e compareceu em peso no estádio para apoiar o time. Mas o dia não foi nada bom para as donas da casa que entraram em campo sem a zaga titular. O susto foi tamanho e até a bola rolar, o Palmeiras não havia feito nenhum comunicado sobre a ausência da dupla Augustina e Thais (inclusive no banco de reservas) no jogo mais decisivo do ano. A zagueira Day Silva e a volante Julia Bianchi atuaram como zagueiras.

Durante a transmissão da partida, as equipes da Band e do Sportv noticiaram que o afastamento das zagueiras teria acontecido por questões disciplinares. A defensora Augustina foi afastada e a companheira Thais, em solidariedade, optou por não jogar.

Logo nos primeiros minutos de jogo, o Corinthians abriu o placar. Jheniffer recebeu a bola por elevação na área, venceu na disputa corpo a corpo e bateu para o gol. Na marcação, a bola tocou no braço da zagueira Day Silva dentro da área e, na revisão do VAR, a penalidade foi marcada. Na cobrança, Adriana inaugurou o placar.

Adriana comemora o primeiro gol do jogo (Foto: Marco Galvão / Ag Corinthians)

Abaladas pelo gol sofrido logo no início do jogo, as palmeirenses não conseguiram criar boas chances. A mais perigosa veio com Katrine, aos 33 minutos, pela esquerda. A camisa 6 fez linda jogada e cruzou, mas a bola passou por todo mundo. Aos 44, a equipe corinthiana ampliou o placar. Jaqueline arrancou pela esquerda, pedalou em cima da marcação e cruzou na cabeça de Gabi Portilho, fazendo o 2º gol da partida.

Na volta do intervalo, o Corinthians foi letal, mais uma vez, no início da partida. Gabi Morais deu um ótimo passe pelo meio para Jheniffer, que dominou, venceu a marcação e, com muita calma, tocou na saída da goleira Amanda.

Enquanto as palmeirenses não conseguiram levar perigo ao gol adversário, do outro lado o Corinthians aproveitava. Com um placar agregado em 5 a 1, as alvinegras sacramentaram a vitória aos 17 minutos da etapa final, quando Yasmim levantou bola na área em cobrança de falta e Jheniffer, na pequena área, empurrou para o gol de peito para sacramentar a goleada. Esse foi o maior placar de um dérbi desde a retomada do investimento de Palmeiras e Corinthians no futebol feminino.

O destaque positivo pelo lado alviverde ficou por conta da torcida, que não deixou de apoiar o time e registrou o maior público da história do futebol feminino palmeirense no Allianz Parque: no total, 11.450 torcedores compareceram ao estádio.

Com a vitória, além da sexta classificação seguida para a decisão do Campeonato Brasileiro, o Corinthians conquistou a vaga na CONMEBOL Libertadores 2023.

Após o término da partida, a atacante Bia Zaneratto falou com a imprensa e destacou que a equipe ficou muito frustrada com o resultado. “O pênalti no início acabou com a gente. Infelizmente era uma coisa que não estávamos contando. Sabíamos que precisávamos buscar o placar e tomar um gol logo no começo piorou bem a situação. Seguimos tentando, mas não conseguimos fazer os gols.”

A atleta também declarou que as jogadoras ficaram tristes com a ausência das defensoras. “Eram duas jogadoras muito importantes e a gente contava muito com elas. Mas a gente se fechou e entendemos que era o que temos e fomos dar o nosso melhor. Sabíamos da importância do jogo e infelizmente não tínhamos elas para nos ajudar. Mas fomos com o quem estava aqui e com quem queria nos ajudar”, disse Bia.

O diretor da modalidade, Alberto Simão, também atendeu os jornalistas e deu mais detalhes sobre o afastamento das atletas. Segundo ele, a ausência da zaga titular não abalou a equipe, nem mentalmente e nem fisicamente.

“Quinta-feira foi comunicado o afastamento da Augustina até terça-feira e a Thaís abandonou o treino e não quis treinar sexta e nem vir pro jogo. Emocionalmente não influenciou em nada, o grupo estava muito forte e muito confiante. Sabemos da força do nosso projeto e queríamos um resultado diferente para o nosso torcedor.”

Agora, o foco do time alviverde é dar seguimento no Campeonato Paulista, a Libertadores Feminina que será disputada em outubro e a Ladies Cup no final do ano.

A primeira final conquistada pelo Internacional
Crédito: Reprodução/@ColoradasGurias

Primeiro clube do Rio Grande do Sul a chegar a uma final de Campeonato Brasileiro Feminino: este foi o feito conquistado pelo Internacional na tarde da última segunda-feira (12). Jogando no Morumbi, a equipe gaúcha venceu a partida por 1 a 0 após os dois times empatarem em 1 a 1 no jogo de ida.

No Beira-Rio, um tento para cada time,, e um show da torcida colorada, que compareceu ao Beira-Rio para apoiar as Gurias (mais de 7 mil torcedores estiveram nas arquibancadas).

Jogando no Morumbi (após mudar o mando da Arena Barueri), o São Paulo até que pressionou para buscar o gol, principalmente apostando nas investidas de Fê Palermo pela direita e finalizações de Micaelly, mas quem abriu o placar foi o Inter.

Duda, mais uma vez, alçou a bola dentro da área no escanteio e em uma falha defensiva são-paulina, Mai Mai pegou a sobra livre para fazer o 1 a 0. A tarde fria e chuvosa acompanhou o abalado São Paulo, que foi para o intervalo com o placar adverso.

Na volta do segundo tempo, Lucas Piccinato colocou Cacau no lugar de Shashá. A pressão tricolor surtiu um pênalti para as donas da casa. No gol, a goleira Mayara defendeu com o pé a cobrança de Micaelly, que escorregou na hora da batida. Minutos antes, Carla fez uma ótima defesa em chute de Fabi Simões, mas a assistente já havia marcado impedimento. Aos 48 da segunda etapa final, Carol acertou a trave.

Mayara repete o feito de 2019, quando ainda na base também defendeu uma cobrança contra o São Paulo, garantindo o título sub-18 para o Internacional. Com passagem pela seleção brasileira de base, ela teve sua primeira chance na equipe principal em março deste ano.

“Eu vim com o pensamento de que eu não ia tomar gol. E quando deu o pênalti eu sabia que eu ia pegar porque eu estava sentindo, eu nem lembrei do sub-18 e a história se repetiu. É maravilhoso poder fazer história de novo no Inter, agora no profissional. Eu não tenho nem palavras, muita gente não acreditava e a gente batalhou desde o começo, entramos para ganhar. O foco agora é no Corinthians, serão jogos difíceis, mas estamos preparadas para isso”, disse a goleira de 21 anos de idade.

É a primeira final nacional da história do time feminino do Inter e também a primeira vez que a equipe garante vaga na Libertadores da América. Conquistam a chance de disputar o torneio continental as equipes finalistas do BR Feminino.

“Pra nós, vai ser muito especial jogar essa final, a gente pisa no gramado pra representar um estado maravilhoso que é o Rio Grande do Sul, e a gente vai pro máximo, muito longe do nosso limite, a gente vai lutar até o final. Já que nós estamos aqui, por que não buscar algo maior?”, disse a zagueira Bruna Benites após o jogo.

A final começa a ser decidida neste domingo (18) e o jogo da volta acontece na semana seguinte, no dia 25 de setembro – ainda não há horários confirmados. Tanto a torcida do Internacional quanto a do Corinthians já subiram campanhas nas redes sociais para chamar o público para comparecer no Beira-Rio e na Neo Química Arena. Tem tudo para ser uma decisão histórica!

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