Copa América 2022 será a mais vista e tem Brasil favorito ao octa

(Foto: CBF)

Contagem regressiva: faltam 30 dias para começar a 9ª edição da CONMEBOL Copa América, torneio que existe desde 1991 a cada quatro anos. Porém, a partir desta edição, o torneio será organizado em um intervalo mais curto, de dois em dois anos.

Esta edição será realizada na Colômbia entre os dias 08 e 30 de julho. As partidas serão realizadas em três cidades: Bucaramanga, Armênia e Cali – onde também será realizada a grande final.

O Brasil chega com elenco renovado para a disputa, que promete ser mais competitiva do que nos anos anteriores. Esta será a primeira competição em que a seleção feminina não contará com a presença de nenhuma das representantes do trio (Marta, Cristiane ou Formiga) – que foi alicerce da equipe brasileira por mais de uma década.

A equipe comandada por Pia Sundhage não terá Marta em campo (que se recupera da ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo), nem Formiga (que se aposentou do time em novembro do ano passado). Cristiane também não tem aparecido nas convocações há um ano.

O atual e o maior vencedor da Copa América é o Brasil, com sete títulos conquistados: em 1991, 1995, 1998, 2003, 2010,2014 e, por último, em 2018. A seleção feminina perdeu apenas a edição de 2006 para a Argentina – quando não levou suas principais jogadoras para o torneio.

O BRASIL FOI HEPTA E NINGUÉM VIU

Cenário

A conquista do 8º título brasileiro é uma aposta quase que certa, mas com o fortalecimento do futebol feminino na América do Sul, a Copa América promete entregar bons duelos.

Além do desenvolvimento que vem acontecendo em alguns países, a Libertadores Feminina – organizada pela Conmebol – tem contribuído bastante para a evolução das equipes. A entidade também tem feito, por meio do Programa Evolución, torneios de base que ajudam no processo de formação de novas atletas. Além disso, há uma plataforma virtual da Conmebol ,que pode ser acessada em qualquer lugar da América do Sul e do mundo, com o objetivo de educar e contribuir com a profissionalização de quem trabalha com o futebol dentro e fora de campo.

LIBERTADORES DE BASE: CENTRO OLÍMPICO E INTER DISPUTAM NO SUB-14 E SUB-16

A Argentina – primeira adversária do Brasil na competição -, por exemplo, iniciou um processo (ainda que timidamente) de desenvolvimento do esporte em seu país. Em sua última participação na Copa do Mundo da França, as hermanas enfrentaram a Escócia, perdiam por 3×0 e conseguiram um resultado histórico, empatando em 3×3 e alcançando pico de audiência na TV argentina.

Após a campanha da seleção argentina no Mundial de 2019, o futebol feminino recebeu maior atenção e agora conta com uma liga profissional.

O Chile também tem desenvolvido o futebol feminino local e conta com uma excelente embaixadora: a goleira Christiane Endler, eleita no último Fifa The Best como a melhor goleira do mundo. Ela foi a primeira chilena a conquistar um título de Champions League. A seleção local, inclusive, costuma impor dificuldades nos confrontos com o Brasil, principalmente por conta de suas defesas.

O último confronto entre Brasil x Chile aconteceu em dezembro do ano passado, no Torneio Internacional de Manaus. O Brasil venceu por 2×0, mas a equipe adversária mostrou bom volume de jogo.

A Colômbia é outra equipe que tem alcançado ótimos resultados nos últimos anos e coleciona conquistas recentes, como a 1ª edição do Campeonato de futebol profissional feminino da história, realizado em 2017.

As colombianas contam com dois vices na Copa América Feminina e participaram de duas edições de Jogos Olímpicos. Já no Pan, após a quarta colocação em 2011, elas chegaram à prata em 2015 e, em 2019, foram as campeãs derrotando a Argentina nos pênaltis. Além disso, a jogadora  Catalina Usme foi a artilheira da última edição do torneio (9 gols).

Mas a evolução caminha a passos bem lentos em outros países, como Bolívia, Equador e Peru.

Mecânica da competição 

As equipes foram classificadas em dois grupos.

Grupo A: Colômbia, Chile, Equador, Paraguai e Bolívia

Grupo B: Brasil, Peru, Venezuela, Argentina e Uruguai

Na primeira fase, todos enfrentam os adversários de seus respectivos grupos. Classificam-se os dois melhores de cada grupo para semifinais e, posteriormente, os dois vencedores fazem a grande final.

O Brasil estreia diante da Argentina no dia 09 de julho. Depois enfrenta as uruguaias no dia 12 de junho e encara as venezuelanas no dia 15 de julho. Sua participação na primeira fase acaba no dia 21 de julho, diante da seleção do Peru. Todos os confrontos serão realizados na cidade de Armênia, exceto o último jogo, contra as peruanas, que será em Cali.

As semifinais acontecerão nos dias 25 e 26 de julho e a decisão está marcada para o dia 30 de julho, ambos os jogos em Bucaramanga.

Ao final do torneio, o campeão, o vice e o terceiro colocado estarão classificados para disputar a Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2023, que será realizada na Austrália e na Nova Zelândia. Além disso, esta edição será classificatória também para os Jogos Olímpicos de 2024, com uma vaga direta e uma vaga para repescagem e para os Jogos Pan-americanos de 2023, em Santiago, no Chile (3º, 4º e 5º lugares).

Transmissão

Diferente do que aconteceu na última edição, em 2018, a Copa América deste ano terá transmissão em TV aberta e fechada. O SBT transmitirá os jogos do Brasil na competição, e o SporTV será o responsável pela exibição na TV paga.

Quatro anos atrás, o cenário foi bem diferente. Pouca gente soube que havia uma Copa América sendo disputada pelas mulheres e que ela valia vaga para Mundial e Olimpíada. Quase ninguém conseguiu acompanhar os jogos, aliás: não houve transmissão de nenhum deles em nenhum canal de televisão.

Os amantes da seleção feminina puderam ver alguma coisa apenas pelas redes sociais e pela CBFTV. De resto, nenhuma manchete de jornal, nenhum minuto gasto nos telejornais esportivos, nada. Não se falou sobre o feito da seleção feminina em competição disputada no Chile.

Hoje, além da transmissão do torneio, a imprensa brasileira se dedica um pouco mais (ainda longe do ideal) à cobertura do futebol feminino. Algumas equipes jornalísticas cobrirão a Copa América in loco – nós seremos uma delas – e já houve grande movimentação na coletiva de imprensa da convocação para o torneio nesta semana na CBF.

Vale lembrar que ultimamente o Brasil tem registrado ótimos índices de audiência no futebol feminino. Na Copa do Mundo de 2019, o duelo Brasil x França das oitavas de final registrou mais de 35 milhões de pessoas assistindo à partida (somando a transmissão de Globo, Band e SporTV). 

Sem falar que até mesmo a final entre Estados Unidos e Holanda (ou seja, sem Brasil em campo), teve mais de 19 milhões de brasileiros assistindo, uma audiência maior do que a registrada nos dois países que disputavam o título. No mundo todo, mais de 1 bilhão de pessoas acompanharam o Mundial na França pela TV.

Histórico
Brasil campeão da Copa América em 2014 (Foto: Micaela Ayala V./Andes)

O campeonato começou a ser disputado em Maringá, cidade do estado brasileiro do Paraná, com a participação do Brasil, Chile e Venezuela. Foi o único critério adotado pela CONMEBOL como classificatório para a primeira Copa do Mundo Feminina, realizada no mesmo ano.

As dez equipes das Associações Membro da CONMEBOL participaram pela primeira vez da terceira edição, em 1998, celebrada na Argentina.

Confira as sedes e os campeões da Copa América Feminina:

1991 – Sede: Brasil
O Brasil foi campeão no sistema de pontos corridos e o Chile ficou com o vice-campeonato. A Venezuela ficou em terceiro lugar

1995 – Sede: Brasil
Brasil campeão ao derrotar a Argentina por 2×0. Chile foi o 3º colocado

1998 – Sede: Argentina
Brasil campeão ao derrotar a Argentina por 7×1. Peru foi o 3º colocado

2003 – Sede: Peru
O Brasil foi campeão no sistema de pontos corridos e a Argentina ficou com o vice-campeonato. A Colômbia ficou em terceiro lugar

2006 – Sede: Argentina
A Argentina foi campeã no sistema de pontos corridos e o Brasil ficou com o vice-campeonato. O Uruguai ficou em terceiro lugar

2010 – Sede: Equador
O Brasil foi campeão no sistema de pontos corridos e a Colômbia ficou com o vice-campeonato. O Chile ficou em terceiro lugar

2014 – Sede: Equador
O Brasil foi campeão no sistema de pontos corridos e a Colômbia ficou com o vice-campeonato. O Equador ficou em terceiro lugar

2018 – Sede: Chile
O Brasil foi campeão no sistema de pontos corridos e o Chile ficou com o vice-campeonato. A Argentina ficou em terceiro lugar

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