Brasil faz bom 1º tempo contra EUA, mas sofre gol e é vice-campeão da Copa Ouro

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Foto: Gregory Bull/Staff/Associated Press

O Brasil não tinha tarefa fácil diante dos Estados Unidos na final da Copa Ouro Feminina da Concacaf, neste domingo (10), no Snapdragon Stadium, em San Diego (EUA). Ainda assim, a seleção brasileira entrou em campo com uma postura agressiva e foi melhor por 40 minutos. Mas foi a equipe americana que soube ser mais efetiva após equilibrar a partida e abrir o placar com Lindsey Horan, de cabeça, no fim do primeiro tempo. O gol cravou o primeiro título dos EUA em 2024.

Tetracampeã mundial, a seleção feminina dos Estados Unidos vive um momento delicado desde a eliminação nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2023. Neste início de temporada, a equipe teve tropeços ao longo da Copa Ouro (derrota pro México e classificação sobre o Canadá nos pênaltis), mas chegou até a final e soube confirmar o favoritismo sendo mais eficiente nas poucas oportunidades que criou.

Copa Ouro Foto: Leandro Lopes/CBF
Foto: Leandro Lopes/CBF

Do lado brasileiro, o bom desempenho que teve no primeiro tempo não se repetiu na etapa seguinte. Atrás no placar, o time comandado por Arthur Elias se apresentou afobado e desorganizado, sem conseguir mostrar grande poder de reação. As substituições tão pouco surtiram efeito. Vale destacar que o desafio do Brasil era ainda maior pelos desfalques da zagueira Rafaelle (fratura no pé esquerdo) e da meia Ary Borges (trauma no tornozelo esquerdo). Além disso, esse foi um torneio em que a seleção brasileira não contou com jogadoras experientes e de confiança do treinador, como Tamires e Marta.

Apesar da derrota na final da Copa Ouro para os EUA por 1 a 0, o vice-campeonato do Brasil traz um saldo positivo da competição. A equipe evoluiu ao longo do torneio e apresentou uma maior compreensão da proposta de jogo do Arthur Elias, com destaque para a postura agressiva, marcada pela marcação bem encaixada sem a bola e o bom volume ofensivo em vários jogos. Além disso, o treinador pôde avaliar em campo quase todas as atletas que levou para o campeonato – apenas a goleira Amanda, do Fluminense, não atuou. Entre os destaques individuais que melhor aproveitaram a competição, foram Duda Santos, Gabi Nunes, Gabi Portilho e Antônia.

Copa Ouro Foto: Leandro Lopes/CBF
Foto: Leandro Lopes/CBF

Brasil domina EUA no começo do jogo

A decisão começou bastante truncada, com as duas equipes se estudando. Os Estados Unidos eram os grandes favoritos pelo histórico dos confrontos e por estar jogando diante de mais de 30 mil torcedores na Califórnia. Mas foi o Brasil que chegou com perigo ao gol pela primeira vez, aos 10 minutos, em uma falta cobrada por Duda Sampaio que chegou a balançar a rede pelo lado de fora, enganando o próprio Arthur Elias, que até comemorou antes de perceber que a bola não havia entrado. 

Com uma marcação alta e bem encaixada, a seleção brasileira entrou em campo com uma postura agressiva e que conseguiu fazer seu jogo se sobressair em relação ao da equipe adversária nos primeiros minutos. Aos 21, em uma boa movimentação brasileira, Gabi Portilho recebeu nas costas da defesa sem marcação para finalizar. Livre dentro da área, a atacante chutou cruzado pelo alto do gol defendido por Alyssa Naeher.

O Brasil ficava mais com a posse de bola e conseguia pressionar as adversárias assim que perdia a bola, recuperando a posse rapidamente e se postando bem no campo de ataque. A finalização da Portilho, porém, foi uma das poucas vezes em que o Brasil converteu a superioridade do primeiro tempo em finalização, ou seja, que conseguiu concluir as jogadas criadas em chance real de gol. Em outras oportunidades, o time brasileiro sofreu mais duas faltas próximas da área, que foram levantadas na área, mas sem maiores perigos.

Copa Ouro 
Foto: Leandro Lopes/CBF
Foto: Leandro Lopes/CBF

O problema é que os Estados Unidos também dificultavam a saída de bola brasileira quando podiam, usando a mesma estratégia do Brasil de subir as linhas na marcação. Na maior parte do primeiro tempo, as americanas esbarraram nos erros de passes para dar continuidade às jogadas de ataque. Mas no fim da etapa, os EUA encaixaram melhor a marcação, conseguindo se posicionar mais no campo de ataque e cresceram na partida.

Aos 40 minutos, a seleção americana chegou à primeira finalização na cabeçada de Lindsay Horan após cobrança de escanteio. A bola ficou nas mãos da goleira Luciana. Aos 45, porém, uma sequência de falhas da marcação brasileira permitiu com que a bola chegasse em Emily Fox com liberdade pela direita. Ela cruzou muito alto para a área, mas, mesmo com tempo para a defesa brasileira se posicionar, Horan surpreendeu a marcação da Antônia e da Gabi Portilho e cabeceou pro gol, sem chances de defesa da Luciana. Estados Unidos 1 a 0 sobre o Brasil.

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Seleção brasileira sente o gol e cai de rendimento

Os Estados Unidos mantiveram a alta intensidade na volta do intervalo. Já o Brasil se reapresentou afobado e desorganizado. Aos 11 minutos, Arthur Elias colocou Vitória Yaya no lugar da Duda Santos e, aos 19, Geyse assumiu a vaga da Gabi Nunes. Mas as substituições não surtiram efeito. Aos 33, a zagueira Tarciane falhou ao receber um passe da Antônia no campo de defesa brasileiro. A americana Purce aproveitou a displicência, roubou a bola na entrada da área e tocou para Lynn Williams, que marcou o que seria o segundo gol dos EUA. Para a sorte do Brasil, Williams estava impedida e o lance foi anulado.

Arthur Elias mexeu mais na seleção brasileira. Júlia Bianchi e Debinha foram a campo no lugar de Duda Sampaio e Bia Zaneratto. Mas o time continuava errando muitos passes e apresentando dificuldade na construção das jogadas, já que se mostrava muito previsível. Mesmo sem muita organização, o Brasil ameaçou o gol de empate na base do abafa no fim do jogo.

Aos 39, a Debinha bateu uma falta pra área que Geyse desviou, levando perigo ao gol americano. Aos 50, a equipe brasileira novamente arrancou suspiros após um cruzamento fechado da Yasmim, que a americana Krueger afastou de cabeça na pequena área. No último lance do jogo, Geyse desperdiçou uma grande oportunidade! A atacante brasileira recebeu a bola na entrada da área de costas pra marcação, protegeu bem entre duas defensoras e, em vez de tocar na Adriana, livre dentro da área à direita dela, acabou perdendo a bola.

O duelo acabou 1 a 0 para a festa dos Estados Unidos. Do lado do Brasil, foi um jogo competitivo em que pesou o emocional após sofrer o gol. Mas a sensação após uma boa campanha na Copa Ouro é que o trabalho está evoluindo, de olho nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, que serão disputados entre julho e agosto.

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