Primeira vitória e primeira atleta com hijab na história: as conquistas de Marrocos na Copa

Na primeira participação numa Copa do Mundo Feminina, o Marrocos teve duas conquistas maiúsculas para a modalidade do país (e também no mundo) no último domingo (30/07), diante da Coreia do Sul: marcou o primeiro gol, venceu a primeira partida e teve, pela primeira vez na história, uma jogadora atuando com hijab.

O único gol da partida veio aos seis minutos do primeiro tempo dos pés da atacante Ibtissam Jraidi, que foi eleita a melhor jogadora do duelo. Ao sair de campo, Jraidi falou da emoção de fazer história. “Estamos muito felizes porque todo esforço valeu a pena. Essa vitória é para o Marrocos e os árabes, é fruto do nosso trabalho duro”.

O resultado foi uma demonstração de resiliência após a derrota para a Alemanha por 6 a zero logo na estreia – e, embora seja difícil pensar em classificação para as oitavas de final, o Marrocos ainda está no páreo: está na terceira posição do Grupo H, com 3 pontos, atrás da Alemanha, que tem a mesma pontuação. A Colômbia, embalada pela jovem Linda Caicedo, é a primeira colocada, com 6 pontos, e a Coreia do Sul a lanterna sem ter sequer pontuado.

Foto: Getty Images)

Mas não é só isso: além do gol e da vitória, Marrocos também fez história de outra forma. Pela primeira vez num Mundial feminino, uma atleta entrou em campo usando hijab, que é conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica. No Islã, o hijab é o vestuário que permite a privacidade, a modéstia e a moralidade. Nesse caso, a atleta foi Nouhaila Benzina, defensora de 25 anos que ficou no banco de reservas na partida de estreia.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, não deixou o marco passar em branco e publicou o seguinte nas redes sociais: “Nouhaila Benzima se tornou hoje a primeira jogadora a usar hijab numa partida de Copa do Mundo da Fifa. O futebol é inclusivo, tolerante, universal e diverso”.

Desde 2014 a Fifa autoriza atletas cobrirem a cabeça por motivos religiosos. No entanto, a Copa do Mundo de 2019 na França manteve o veto anterior, que impedia jogadoras como Benzina de defenderem seus países. Com esse marco, a expectativa é que mais meninas e mulheres muçulmanas se sintam representadas e confortáveis para jogarem futebol.

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