(Foto: Leto Ribas/CBF)
Nesta segunda-feira (31), o técnico da Seleção Sub-20, Jonas Urias, esteve em Brisbane e acompanhou o último treino da seleção principal no Complexo Esportivo Moreton Bay, onde a equipe brasileira fez grande parte de sua preparação para os jogos da primeira fase do Mundial.
Durante a Copa do Mundo, Jonas desempenha a função de observador técnico dos adversários do Brasil e é responsável por colher informações necessárias sobre os potenciais adversários da equipe brasileira, analisando destaques individuais, plataformas de jogo, variações táticas e os principais padrões de jogo dessas equipes.
Em entrevista ao Dibradoras, Jonas falou que sentiu muito honrado com o convite e revelou que construiu uma relação de confiança com a técnica Pia Sundhage. “Esse convite foi construído porque é um cargo de muita confiança. Desde a vinda da Pia (para o comando da seleção principal), que coincide com a minha chegada (na seleção Sub-20), nós sempre estivemos próximos. Nosso trabalho diário, dentro da CBF e fora das convocações, construiu uma relação de confiança. E após a Copa do Mundo Sub-20 (realizada no ano passado), a comissão da Pia me fez esse convite e eu me senti muito honrado e feliz com essa responsabilidade”, declarou.
Foi durante a campanha da seleção de base na Copa América no ano passado, que o lema #SempreJuntas ganhou força e impulsionou a equipe comandada por Jonas a conquistar a medalha de bronze no Mundial Sub-20. Nesta Copa, o lema também foi incorporado pelo principal. “Solidificar o trabalho em cima de valores é uma coisa que nós preconizamos na Sub-20 através do ‘Sempre Juntas’ e é lindo de se ver como a Pia está cuidando disso também, porque vai fazer muita diferença nos momentos mais difíceis”, disse Jonas.
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Revolução na modalidade
Analisando as equipes nessas primeiras semanas de Copa do Mundo, Jonas destaca o equilíbrio durante as partidas e as atletas mais novas que já assumem um papel de protagonismo.
“Está sendo uma revolução da modalidade essa Copa do Mundo. Nitidamente os trabalhos estão mais completos, com mais disciplinaridades envolvidas e isso reflete na qualidade do jogo e das jogadoras, desde a captação, preparação e na estratégia de quando se vai para um jogo. Então, todo mundo que está aqui, está cuidando muito bem desse momento e a gente pode ver isso no espetáculo. Tem jogos mais equilibrados, jogadoras em plenas condições de ser em campo quem são e naturalmente se destacarem, se forem talentosas. E temos muitos talentos jovens, acho que a modalidade está muito boa, mas quando a gente projeta pro futuro, já vemos jogadoras protagonistas com 18, 19, 20 anos. Isso é muito bom e me motiva ainda mais a fazer um trabalho de elite nas categorias mais novas”, analisou.
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Analisando o desempenho da seleção principal nos dois primeiros jogos da Copa (vitória contra o Panamá e derrota para a França), Jonas enxerga que a equipe está no rumo certo e declarou que consegue visualizar o Brasil perto do título.
“Eu acho que a seleção está com o trilho normal do que seria essa Copa do Mundo. Então, se pensa em ser campeão do mundo, você vai enfrentar as melhores seleções e, como a Pia sempre fala nas coletivas, se pegar o histórico, todo mundo já ganhou de todo mundo. E cada jogo é uma história, é uma enciclopédia um jogo entre duas seleções top 10. Muitas coisas podem e devem acontecer em partidas como essas. Então, a seleção brasileira tem ciência disso, tem talento para enfrentar essas equipes e tem uma comissão preparada e experiente para trazer as melhores propostas e precisamos confiar muito. Eu, estando fora da delegação, observando por aí e vendo as outras seleções, a cada fim de jogo eu ligo para o Anders (Johansson, assistente técnico) e digo: ‘a cada jogo, eu sinto que a gente tá mais perto’ e esse é o meu sentimento. Eu olho os adversários e consigo projetar a gente sendo campeão mundial.”
O próximo jogo do Brasil será contra a Jamaica, no dia 2 de agosto, em Melbourne. A partida é decisiva para a seleção, que precisa vencer a adversária para avançar às oitavas de final.