Pia elogia brasilidade do ataque e alegria de Ary após hat-trick: ‘Contagiante’

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

A treinadora Pia Sundhage não escondeu o orgulho pela vitória do Brasil por 4 a 0 sobre o Panamá no estádio de Hindmarsh, em Adelaide, na Austrália, na estreia da Copa do Mundo Feminina 2023. Durante a coletiva de imprensa, a comandante da seleção celebrou o resultado e destacou a brasilidade do ataque como força para as próximas partidas. A treinadora comemorou a postura da equipe durante a partida e afirmou que as surpresas fazem parte do estilo brasileiro de jogar.

“Houve vezes em que eu esperava um chute ao gol, mas que elas foram imprevisíveis até para mim. Isso é importante. Eu não ensino nada quando o Brasil está perto da área ou próximo ao gol. Mas quando elas estão mais abertas, eu espero algumas coisas. Acho que esse tipo de combinação no ataque pode funcionar muito bem”, explicou Pia.

A técnica ainda fez questão de celebrar a performance de Ary Borges, que marcou três gols e deu uma assistência no primeiro jogo dela em mundiais: “A personalidade da Ary no ataque nos ajudou muito. E ela é uma pessoa muito feliz. Isso é contagioso, o que também é bom para o time”.

A seleção de Pia entrou em campo com Lauren como titular. Segundo a treinadora, a escolha foi pelo desempenho da jovem zagueira nos treinamentos. Pia explicou que a decisão foi “fácil” de ser tomada, por causa da performance da jogadora durante a preparação. Outra escolha que ficou em evidência foi a de Bia Zaneratto, deixando Geyse como opção no banco de reservas para entrar no segundo tempo.

“Detalhes decidem quem entra em campo. Este time é muito competitivo, nós temos boas jogadoras”, ressaltou Pia. “O jeito que a Bia Zaneratto joga e marca gols é muito interessante para esse time, por outro lado, o jeito que Geyse entra em campo e coloca a bola na área adversária também é ótimo. Nós precisamos de todas essas qualidades. É por isso que falamos sobre as ‘super substitutas’ e sobre jogar juntas. Durante o jogo, isso é tão importante quanto o hat-trick.”

Autora de três dos quatro gols da seleção na estreia do Brasil nesta Copa, Ary Borges também participou da coletiva de imprensa após o jogo. O prémio de melhor jogadora da partida, Ary disse que deve ficar na casa da mãe. Sobre a comemoração da estreia dos sonhos, ela comentou que vai comemorar com cautela por causa do próximo duelo, contra a França.

“Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida. Eu não estava pronta para comemorar esses três gols. Nem nos meus melhores sonhos, eu poderia esperar isso na minha estreia em uma Copa do Mundo. É um momento muito especial para mim, mas vou comemorar descansando. Obviamente, vou celebrar muito, mas é só o começo de uma caminhada bem longa do time. Estou muito feliz, mas vou comemorar me recuperando para o próximo jogo.”

Após abrir o placar para o Brasil, ainda aos 18 minutos de jogo, Ary se emocionou durante a comemoração. “Eu lembrei de toda a minha trajetória para estar vivendo aquele momento ali”, contou. Ela ainda nem imaginava a montanha-russa de emoções que a esperava durante aquele jogo de estreia.

“O dia foi cheio de emoções. Tive altos e baixos que todo ser humano poderia sentir antes de estrear em uma Copa. Sorri, chorei, senti alegria, nervosismo e fiquei ansiosa para começar o jogo. Não esperava os três gols. Se me contassem que aconteceria desse jeito antes do jogo, eu daria risada na cara da pessoa. Mas estou muito feliz.”

Antes mesmo de existir a Ary Borges, a Ariadna fez sacrifícios para que a Ary existisse. Então lembrei da minha família, das pessoas que vivem esse sonho comigo e que eu sabia que estavam vendo a partida. Eu queria dar orgulho para essas pessoas e consegui.”

https://twitter.com/dibradoras/status/1683555201708335105

Outro tema presente na coletiva foi Marta. A lendária camisa 10 do Brasil entrou em campo aos 30 minutos do segundo tempo e consolidou a sua sexta participação em Copas do Mundo. “Existe uma razão para trazermos jogadoras no banco. Não importa o nome delas, esperamos que façam certas coisas do ponto de vista tático. Marta, por exemplo, fazia tempo que não jogava e queríamos que estivesse pronta para os próximos desafios. Esse foi um dos motivos para ela ter alguns minutos em campo.”

Marta entrou no jogo no lugar de Ary, que celebrou o fato de estar presente no momento em que a ídola iniciou sua jornada na sexta Copa do Mundo da carreira. “Poder ver ela entrando em um momento tão especial, poder ter saído para ela entrar, com certeza é uma honra. Fiz questão de pedir para a Marta me entregar o troféu de melhor da partida, porque ela é um exemplo, é uma pessoa muito querida pelo grupo e a nossa maior referência dentro da seleção.”

“Jogar com a Marta era um sonho e eu consegui realizar. Mas depois que se conhece a Marta como ser humano, se começa a admirar ela ainda mais e entender o porquê a tratam como Rainha do futebol. Ela é um exemplo para a gente dentro e fora de campo.”

https://twitter.com/dibradoras/status/1683513375056175106

O próximo compromisso da seleção brasileira é no sábado (29/01(, a partir das 7h (de Brasília), desta vez contra a França, principal adversária do Brasil pela liderança do Grupo F da Copa do Mundo.

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