Palmeiras goleia Boca e é campeão da Libertadores pela 1ª vez

O Palmeiras é o mais novo campeão da Libertadores da América! O time alviverde bateu o Boca Juniors na final em Quito e conquistou seu primeiro título de expressão no futebol feminino desde a retomada do investimento na modalidade em 2019.

O título veio com uma goleada na final. O placar terminou 4 a 1 para as Palestrinas, com gols de Ary Borges, Byanca Brasil, Poliana é Bia Zaneratto. Priori descontou para as argentinas.

A partida começou com gol de Ary Borges aproveitando a cobrança de falta de Andressinha. Priori empatou para o Boca ainda no primeiro tempo em uma falha defensiva do Palmeiras. Na etapa final, Byanca Brasil fez de cabeça após cruzamento de Bruna Calderan, depois Poliana também aproveitou a bola aérea pra ampliar. O Boca chegou a crescer, criou chances, mas não diminuiu a diferença, e Bia Zaneratto aproveitou pra fazer um belo gol aos 42 para selar a goleada e sacramentar o título.

A tarefa não foi simples. Fazendo uma final  inédita, o Palmeiras enfrentou o Boca, que  já tinha mais experiência na competição (disputou sua 7ª Libertadores nesta edição), mas nunca havia chegado à decisão. Além disso, a equipe argentina chegou com moral após ter conquistado o título do Campeonato Argentino pelo segundo ano consecutivo e tinha um histórico de apenas uma derrota em 30 jogos no ano.

 

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Mas o Palmeiras estava sedento para coroar um ano de alto investimento e algumas decepções com um título relevante. Depois de ter sido eliminado no Campeonato Brasileiro na semifinal pelo arquirrival Corinthians com uma goleada por 4 a 0 em pleno Allianz Parque, as Palestrinas juntaram os cacos e chegaram no Equador dispostas a fazer diferente.

Com seis vitórias em seis jogos e apenas três gols sofridos, o Palmeiras manteve a tradição brasileira na Libertadores e levou para casa uma premiação milionária – 1,5 mi de dólares. Depois das eliminações surpreendentes de Corinthians (para o Boca) e Ferroviária (para o Deportivo Cali nas quartas, as Palestrinas conseguiram se manter na competição para ficar com o título inédito.

Desafio

Thaís e Agustina não fazem mais parte do elenco alviverde (ainda que a diretoria não tenha dado uma explicação clara sobre o que aconteceu para o afastamento delas ainda na semifinal do Brasileiro), e o técnico Ricardo Belli passou a usar três defensoras com um pouco de improviso. Poliana, Julia Bianchi e Katrine faziam uma linha de três na defesa do Palmeiras e isso também fez com que o meio-campo ficasse mais preenchido, com Andressinha, Ary Borges, Duda Santos por dentro e Camilinha e Bruna Calderan jogando abertas. Na frente, Bia Zaneratto e Byanca Brasil completavam o ataque.

Se nas edições anteriores da Libertadores, os times brasileiros costumavam ter facilidade contra adversários estrangeiros, desta vez a história foi um pouco diferente. Na primeira fase, o Palmeiras até amassou alguns rivais, mas teve dificuldade contra a Universidad de Chile, quando começou perdendo e buscou a virada por 2 a 1 (já poupando algumas titulares para o mata-mata).

Nas quartas e semifinais, o Palmeiras testou o coração dos torcedores. Contra o Santiago Morning, também do Chile, as Palestrinas começaram perdendo e também precisaram da virada. Já diante do América de Cali, Ary Borges abriu o placar no segundo tempo, e o time precisou se defender bem para garantir o 1 a 0 que assegurava a classificação para a final.

Na decisão contra o Boca, o placar até faz parecer que o jogo foi fácil, mas o time teve dificuldades diante das argentinas antes de construir a goleada.

Uma arma encontrada pelo time de Ricardo Belli na competição foi a bola aérea. As soluções para os jogos mais difíceis estiveram nela. Quase metade dos gols anotados pelas palestrinas na competição tiveram origem nas bolas aérea. Day Silva marcou assim o gol decisivo nas quartas, e Ary também usou desse tipo de jogada na semifinal para fazer o gol que garantiu a classificação para a final.

Na decisão, dois dos quatro gols do Palmeiras saíram assim. O segundo com Byanca Brasil e o terceiro com Poliana.

Byanca Brasil comemora o segundo gol Palmeirense – Foto: Staff Images Woman/CONMEBOL

Histórico do Palmeiras no futebol feminino

O Palmeiras retomou o investimento no futebol feminino no fim de 2018, para cumprir a obrigatoriedade imposta pela CBF e Conmebol a partir de 2019. O clube montou sua sede em Vinhedo e trouxe Alberto Simão, dirigente mineiro conhecido de Alexandre Mattos (então diretor de futebol alviverde na época) para comandar o departamento. Inicialmente, o time tinha a base da Ponte Preta com as atletas trazidas pela treinadora Ana Lúcia Gonçalves.

Disputando a Série A2 do Brasileiro em 2019, o Palmeiras chegou às semifinais, acabou eliminado pelo São Paulo, mas com a campanha garantiu vaga na primeira divisão da competição nacional em 2020. No Paulista daquele ano, as Palestrinas foram eliminadas na primeira fase, agora já com o comando do técnico Ricardo Belli.

Em 2020, o Palmeiras disputou pela primeira vez a Série A1 e chegou até a semifinal, sendo eliminado pelo Corinthians. No estadual, foi até a semi e também acabou eliminado pelo rival alvinegro. Em 2021, conseguiu ser finalista do Brasileiro, mas de novo perdeu para o Corinthians e ficou sem o título – no entanto, a campanha garantiu classificação para a Libertadores. No Paulista, acabou eliminado na primeira fase.

Os títulos conquistados pelo Palmeiras no futebol feminino até então aconteceram na Copa Paulista, um torneio de tiro curto para quatro times que não se classificaram para as semifinais do estadual. As Palestrinas ficaram com o troféu em 2019 e 2021.

Ainda assim, faltava uma taça de respeito, um título do primeiro escalão do futebol feminino. Não falta mais. O Palmeiras que, recentemente, foi tricampeão da América no futebol masculino, agora já tem na sua galeria um troféu de campeão também da Libertadores feminina.

 

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