Reinando absoluto no continente, o Brasil vai em busca do seu oitavo título de Copa América Feminina. As três primeiras colocadas no torneio garantem vaga para o Mundial 2023 (Austrália e Nova Zelândia) e as equipes campeã e vice se classificam para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
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Para esta temporada, a seleção vencedora receberá 1,5 milhão de dólares e a vice-campeã 500 mil dólares. Se na última edição o Brasil passou fácil (venceu todos os jogos, marcou 31 gols e sofreu apenas dois), na de 2022 algumas seleções podem dar certo trabalho. Vamos falar delas:
Argentina
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As Hermanas são as únicas que sabem o que é vencer a Copa América Feminina, além do Brasil. Elas conquistaram o título em 2006 deixando a seleção brasileira em segundo lugar (vencendo, inclusive, por 2 a 0 quando se enfrentam no quadrangular final) e aplicando a maior goleada daquela edição: 8×0 contra o Chile.
Por lá também foi preciso muita luta para profissionalizar o futebol de mulheres (o que aconteceu somente há 2 anos). Em 3 de junho de 2015, mais de 200 organizações feministas argentinas concordaram com um novo conjunto de demandas sob o lema “Queremos estar vivas, livres e independentes!”, então o #NiUnaMenos incluiu na pauta o futebol feminino. Primeira jogadora a assinar um contrato profissional no país – com o San Lorenzo, em 2019 -, a atacante Macarena Sánchez puxou o bonde da luta.
Se a AFA (Associação Argentina de Futebol) só foi reconhecer a prática do futebol feminino na década de 1990, hoje os clubes do Campeonato Argentino, que recebem um incentivo de R$ 10 mil a R$ 12 mil para arcar com despesas, precisam ter, pelo menos, oito atletas com contratos profissionais.
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Na lista de convocadas do técnico Germán Portanova para esta Copa América alguns nomes chamam a atenção, inclusive o de Sole James, ex-atleta do Santos e que assinou com o Flamengo há poucos dias – infelizmente não atuando em alto nível ultimamente. As atacantes Mariana Larroquette (29, do Sporting-POR) e Estefanía Banini (32, ex-Levante e hoje no Atlético de Madrid, camisa 10 na Copa de 2019) também podem fazer a diferença no torneio continetal.
Últimos resultados torneios internacionais:
Olimpíada de Tóquio – não disputou
Copa do Mundo 2019 – não venceu nenhuma partida na fase de grupos (precisava vencer a Escócia para avançar, empatou em 3×3), 3º Grupo D
Copa América 2018 – 3ª colocada (perdeu para o Chile por 4×0 no último jogo do quadrangular final)
Chile
Para falar sobre o desenvolvimento do futebol feminino do Chile é preciso passar pelos acontecimentos dos últimos anos no país. Em 2016, foi criada por lá a Associação Nacional das Jogadoras de Futebol Feminino do Chile (ANJUFF) com o objetivo de defender os interesses das atletas e melhorar as condições do esporte para elas.
A organização, que tem espaço para as jogadoras denunciarem abusos e assédios, além de contar com protocolos para combater qualquer forma de discriminação, foi presidida em 2017 por Fernanda Pinilla, atleta do Universidad de Chile e da seleção chilena. Engajada em assuntos político-sociais, Pinilla foi uma das atletas que saiu em defesa às manifestações por uma nova Constituição no país (derrubando a atual, que é a mesma desde os tempos da ditadura militar de Augusto Pinochet).
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Em março de 2022, a Câmara dos Deputados do país aprovou um projeto de lei que exige contrato e salário para as jogadoras. Até 2020 somente duas equipes tinham contratos profissionais dos 34 clubes participantes das divisões A e B.
Destaque do time que vai para a Copa América, Christiane Endler também é engajada em causas sociais, não tão publicamente, como sua companheira de equipe, Pinilla, mas nos bastidores ela financia escolinhas de futebol. Eleita melhor goleira do mundo em 2022, a atual campeã da Champions League com o Lyon vai tentar levar o Chile à conquista inédita da Copa América Feminina (ela esteve com o time no Brasil, em 2019, quando venceu o Torneio Uber em cima da seleção brasileira).
Últimos resultados torneios internacionais:
Olimpíada de Tóquio 2020 – não venceu nenhuma partida, 4º Grupo E
Copa do Mundo 2019 – estreante, venceu um único jogo na fase de grupos (2×0 contra a Tailândia), 3º Grupo F
Copa América 2018 – anfitrião, vice-campeão (fez 4×0 na Argentina no último jogo do quadrangular final)
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Colômbia
O dia 5 de junho de 2022 foi um marco para o futebol feminino colombiano. Na final do torneio nacional, 37.100 torcedores estiveram no Estádio Pascual Guerrero para ver o América de Cali vencer o Deportivo Cali por 3 a 1 e ficar com o bicampeonato.
Foi o novo recorde de público da modalidade no país, já que em 2017 o Santa Fé colocou mais de 33 mil torcedores no “El Campín”, em Bogotá, na conquista do seu primeiro título nacional diante do Huila. Artilheira da Copa América de 2018 com nove gols, Catalina Usme (32 anos) foi decisiva para a conquista do América de Cali, marcando duas vezes. Ela, Lina Salazar (atleta do Corinthians) e Linda Caicedo são os destaques da Colômbia para esta Copa América 2022.
Profissionalizada em 2017, a Liga Feminina Colombiana teve este ano pela primeira vez todas as suas partidas transmitidas. Além disso, a patrocinadora do torneio produziu conteúdos especiais sobre os times, as atletas e estatísticas da competição.
A Colômbia disputou sua primeira Copa do Mundo em 2011, mas ficou de fora das últimas principais competições internacionais de seleções (Mundial 2019 e Olimpíada 2020). Para 2022, a ideia é superar suas melhores marcas em Copa América: vice em 2010 e 2014.
Últimos resultados torneios internacionais:
Olimpíada de Tóquio 2020 – não disputou
Copa do Mundo 2019 – não disputou
Copa América 2018 – 4ª colocada (não venceu no quadrangular final)