Vai começar o Sul-Americano sub-17: Brasil busca o tetra com geração promissora

Na próxima quarta-feira (2), a seleção feminina de futebol Sub-17 estreia no Torneio Conmebol Sul-Americano, no Uruguai, em busca do tetracampeonato.

A competição será disputada por 10 equipes divididas em dois grupos de cinco participantes – Brasil e Uruguai são cabeças de chaves. Na primeira fase, as equipes enfrentam os times de sua chave e, ao final dos quatro jogos, as duas seleções melhores colocadas de cada grupo avançam para a segunda fase.

Na fase seguinte, as quatro melhores equipes vão disputar três vagas. Os vencedores garantem o passaporte para o Mundial Feminino Sub-17, que será disputado na Índia, entre 11 e 30 de Outubro deste ano. Ainda nesta fase, todos se enfrentam e, ao final do quadrangular, a equipe que liderar será a grande campeã da competição.

A Seleção Sub-17 é a atual campeã do torneio e a estreia da equipe comandada por Simone Jatobá será contra as argentinas no Estádio Charrúa, em Montevidéu, às 18h30 (horário de Brasília). A partida terá transmissão do SporTV.

“A expectativa para o Sul-Americano é muito boa. Por conta da pandemia, no ano passado a gente não pode participar porque foi cancelado. Nossa estreia é contra a Argentina, um clássico logo de cara e sabemos que essa rivalidade está presente. Mas temos que encarar o que vem pela frente e sabemos que quem joga contra o Brasil irão vir fortes para tentar ganhar de nós, precisamos estar focadas. Precisamos nos sobressair em vários aspectos, além do tático e físico, mas também o mental e o autocontrole”, afirmou a treinadora Simone ao site.

Créditos: Adriano Fontes/CBF

“O objetivo é colocar em prática tudo que treinamos e aprendemos nesse um ano de trabalho de convocações. De fevereiro pra cá, foram sete convocações no total sendo uma delas com cinco dias voltados para dois amistosos contra o Uruguai. Algo que nos faltou muito foram jogos amistosos pra gente saber como outras seleções estão. Primeiro objetivo agora é jogarmos bem e depois a classificação. E aí a gente vai pensar na Copa do Mundo em seguida”, declarou a treinadora.

“Mesmo com todos os problemas por conta da pandemia, ficamos tristes porque não aconteceu o Sul-Americano passado, mas claro que o mais importante era preservar a vida das pessoas. Depois da confirmação, a gente buscou se preparar dentro do que era possível. Algumas convocações foram canceladas por conta da pandemia ainda. Tivemos sete encontros e foi muito pouco, precisaríamos de muito mais. Mas sabemos que temos poucos campeonatos de base pelo país, precisávamos jogar. Era necessário ter mais jogos amistosos e não tivemos. Agora a gente vai encarar seleções que não conhecemos, mas nos preparamos dentro do que foi possível e vamos em buscar do nosso objetivo que é grande: ser campeão e ir ao Mundial”, concluiu Simone.

A técnica brasileira – que chegou ao cargo em 2019 – enxerga o desenvolvimento no futebol feminino de base praticado no Brasil, mas ressalta que sem competições para as garotas disputarem em todo o país, fica bem mais difícil de fazer a modalidade alavancar.

(Foto: Thais Magalhães/CBF)

“Acredito que podemos muito mais, e claro, comparado há alguns anos já temos evolução. Vemos São Paulo e Sul se desenvolvendo, mas temos nada de base no Paraná, por exemplo. Eu sou paranaense e ver que o futebol não tem apoio no Paraná é muito triste. A gente vê que existem meninas com qualidade, mas não tem oportunidade. E pelo fato de ser futebol de base, elas precisam sair de casa, onde vivem com os pais e às vezes elas não tem essa oportunidade”, reforçou Simone.

“Tem muitos clubes em vários estados que precisam abraçar para termos uma crescente na base. É ela quem vai fomentar a equipe profissional no futuro. Poderíamos explorar muito mais essas qualidades que estão perdidas porque não tem oportunidades. Não tem como todo mundo ir pra São Paulo, mas acho que os outros estados poderiam seguir esse exemplo.”

Preparação para um ano intenso

Concentradas na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), a equipe iniciou a fase de treinamentos no dia 11 de fevereiro e disputou um jogo-treino com a equipe do América-MG, vencendo as adversárias por 5×0 (os gols brasileiros foram marcados por Dudinha, Aline, Lara, Rhaissa e Ana Júlia).

O grupo encerra a preparação para o Sul-Americano na última sexta-feira (25) e a treinadora Simone convocou 25 jogadoras para a competição. São elas:

Goleiras:
Leilane Soares – Ferroviária
Eluiza Kavalek – São Paulo

Defensoras:
Luana Gusmão – Fluminense
Yasmin Maciel – Ferroviária
Amanda Dias – São Paulo
Manuella Olivan – Corinthians
Maria Augusta – Internacional
Ana Grazyelle – Ferroviária
Kedima Gabrielly – São Paulo
Luiza Calazans – Fluminense

Meias:
Ana Carolina Firmino – São Paulo
Ana Julia – São Paulo
Rebeca Costa – Fortaleza
Lara Dantas – IMG Academy (Estados Unidos)
Gabi Berchon – Internacional
Duda Calazans – Fluminense

Atacantes:
Rhaissa Silva – Ferroviária
Aline Amaro – Ferroviária
Natalia Coelho – Ferroviária
Ingrid Borges – Toledo
Ana Flávia – São Paulo
Duda Rodrigues – São Paulo

“Temos uma geração que tem uma capacidade imensa, mas que precisa ser trabalhada fisicamente, taticamente e mentalmente, principalmente. Comparada às outras gerações que precisavam lutar muito porque não tinha base, hoje a gente vê que os poucos pontos que tem base pelo Brasil, a qualidade é muito boa, então elas precisam ser desenvolvidas e encaminhadas para a direção certa e ter uma mentalidade mais forte, vencedora e que não aceite qualquer coisa. A melhora vem com o investimento cada vez mais cedo, como acontecem em outros países, desde o Sub-9 até o Sub-23”, avaliou a técnica brasileira.

Seleção Feminina Sub-17, campeã do torneio em 2018, na Argentina. Créditos: Fernanda Coimbra/CBF

O Sul-Americano Sub-17 é um torneio classificatório para a Copa do Mundo FIFA e foi realizado em seis edições (2008, 2010, 2012, 2013, 2016 e 2018). O Brasil é tricampeão do campeonato (2010, 2012 e 2018) e em duas foi vice (2008 e 2016), perdendo para Colômbia e Venezuela, respectivamente.

A competição deste ano era pra ser realizada em 2020, mas por conta da pandemia foi adiada duas vezes.

Histórico do Brasil na competição

2010

A Seleção Brasileira conquistou o primeiro título de forma invicta, em casa, e com 100% de aproveitamento. Foram seis vitórias (3 a 0 na Bolívia, 15 a 0 no Equador, 5 a 1 no Paraguai, 5 a 0 no Peru, 6 a 2 sobre a Venezuela na semifinal, e 7 a 0 contra o Chile na final).

Ao todo foram 41 gols marcados e apenas três sofridos. A decisão aconteceu em São Paulo no estádio do Pacaembu. O time campeão contava com: Dani; Roberta, Ingrid, Lilian e Jucinara; Lucimara, Bianca (Rayanne), Andressa, Beatriz, Thaís (Luana) e Paula (Gláucia).

O treinador da equipe era Edvaldo Erlacher. Os gols da decisão foram marcados por: Beatriz (2), Jucinara (2), Paula, Andressa e Gláucia.

(Bruno Miani / ZDL)

2012

Em 2012, o Brasil superou o Uruguai por 1 a 0 e chegou ao seu segundo título do sul-americano da categoria, se tornando bicampeão do torneio e, ainda por cima, levou para casa o troféu Fair-Play da competição. O único gol da partida foi marcado pela Andressinha.

Igual na edição passada, em 2010, a seleção foi campeã de forma invicta. Foram seis jogos (7 a 0 no Paraguai, 3 a 0 na Venezuela, 5 a 1 contra a Colômbia, 9 a 0 contra o Chile, 3 a 1 em cima da Colômbia e, na final, 1 a 0 sobre o Uruguai), só goleada e nenhuma derrota.

A Canarinho marcou 28 gols e sofreu apenas dois em toda a competição. As bicampeãs: Nicole, Julia, Thainara, Carol e Leticia; Djenifer, Andressinha (c), Brena (Maxynni) e Chaiane (Mayara); Gaby e Byanca. O sul-americano desse ano aconteceu na Bolívia.

2018

O Brasil é o atual campeão do Torneio, venceu a Venezuela por 3 a 0 e chegou ao seu terceiro título no sul-americano da categoria. Foram sete jogos, com cinco vitórias (1 a 0 no Equador, 2 a 0 na Argentina, 3 a 0 no Peru, 1 a 0 sobre a Colômbia e, na final, 3 a 0 na Venezuela), e apenas duas derrotas (contra o Uruguai por 2 a 1 e contra a Colômbia por 1 a 0).

Ao todo foram 11 gols marcados e apenas três sofridos. Jheniffer da Silva, Julia Daltoe e Emily Assis foram as autoras dos gols da Amarelinha na final. As campeãs sul-americanas de 2018 foram: Lucilene; Isabela, Isadora, Yasmin e Gisseli; Miriam (Victoria), Maria Eduarda e Julia (Larissa); Queila, Jheniffer e Emily (Layssa).

A equipe era comandada por Luizão e seleção fez a final no estádio del Bicentenario, em San Juan, na Argentina.

Acompanhe a seleção no Torneio Sul-Americano Sub-17 – 2022

1ª Rodada
Brasil x Argentina
Data: 2 de março
Local: Estádio Charrúa, Montevidéu (URU)
Horário: 18h30

2ª Rodada
Brasil x Bolívia
Data: 4 de março
Local: Estádio Charrúa, Montevidéu (URU)
Horário: 18h30

3ª Rodada
Brasil x Paraguai
Data:
 8 de março
Local: Estádio Charrúa, Montevidéu (URU)
Horário: 18h30

4ª Rodada
Brasil x Venezuela
Data:
 10 de março
Local: Estádio Charrúa, Montevidéu (URU)
Horário: 18h30

Caso avance de fase, a Seleção Brasileira Sub-17 volta a campo nos dias 13, 16 e 19 de março em busca do título e uma vaga no Mundial da categoria.

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