Com a decisão da Ladies Cup do domingo (19) podemos, enfim, dizer que a temporada 2021 do futebol feminino brasileiro chegou ao fim. O responsável por levantar o último troféu do ano foi o São Paulo.
No Allianz Parque, a equipe do técnico Lucas Piccinato venceu o Santos por 3 a 2 e ficou com o título do torneio internacional de futebol feminino. Duda, Naná e Thaís Regina fizeram para o Tricolor. Brena e Ketlen descontaram para as Sereias da Vila.
A Ladies Cup não representou uma conquista apenas para o São Paulo, que terminou a competição com 100% de aproveitamento. O torneio foi uma vitória para o futebol feminino como um todo, já que teve todas as suas partidas transmitidas no SporTV e a grande final em canal aberto, na Globo, dentro da programação do Esporte Espetacular.
Ter um São Paulo x Santos transmitido na Rede Globo foi somente um dos muitos êxitos que a modalidade teve em 2021. Números expressivos de transmissões e quebras de recordes fizeram parte de todo o ano do futebol feminino brasileiro.
Brasileirão nas diferentes plataformas
Nunca o Brasileirão Feminino foi tão visto como em 2021. A competição esteve presente em seis diferentes meios: Band, Desimpedidos, ELEVEN Sports, SporTV e Tik Tok em duas contas.
Durante as 15 primeiras rodadas que transmitiu pelo Youtube, o Desimpedidos teve uma média de 309 mil visualizações por partida e mais de 4,6 milhões de visualizações no canal. Quando migrou para o Tik Tok na fase mata-mata, somou junto com a conta oficial do Brasileirão Feminino 655 mil espectadores nas duas finais entre Corinthians x Palmeiras.
Aliás, a grande decisão que culminou com o primeiro título das Brabas do Timão na temporada foi histórica para a TV Bandeirantes. Segundo os números do Kantar Ibope Media, a partida teve uma média de 5,2 pontos de audiência, com picos de 6,1 ao longo do jogo, o que representou a melhor noite de domingo da Band em 2021 até então.
O #BrasileirãoFemininoNeoenergia 2021 foi histórico!
Novidade nas transmissões, audiência recorde, mais acordos comerciais, aumento de nível técnico…
E o futuro promete muito mais! pic.twitter.com/38qnV0HzbB
— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) September 30, 2021
Quem também transmitiu nas telinhas a final histórica com dérbi feminino foi o SporTV. O canal chegou à liderança entre a TV fechada, com 1,5 ponto na Grande São Paulo.
Além dos recordes de transmissão, a CBF registrou um número altíssimo de credenciamentos de imprensa. Foram mais de 100 profissionais de mídia querendo cobrir a grande decisão, o que se assemelha aos jogos mais importantes do futebol masculino.
O fã de futebol feminino pôde escolher onde consumir o produto, que em 2021 esteve mais valorizado (a Neoenergia entrou como patrocinadora oficial do Brasileirão e cinco marcas estamparam o backdrop da competição) e acirrado. Apenas um ponto separou na primeira fase o Corinthians, líder (38), do Palmeiras, vice-líder (37).
Libertadores na televisão
A segunda grande competição da modalidade a acontecer neste ano foi a Libertadores Feminina. Com final única no Uruguai e todo o restante no Paraguai, o torneio teve transmissão dos canais Disney, da Conmebol TV e do Facebook Watch.
O tricampeonato do Corinthians na partida contra o Independiente Santa Fé (2×0) fez a Fox Sports liderar a audiência da TV por assinatura. Os dados mostram que o jogo marcou 0,8 ponto com picos de 1,3.
O Facebook da Conmebol transmitiu todos os jogos do torneio, e tanto o meio digital quanto a Conmebol TV contaram com uma grande equipe liderada por mulheres. Foi histórico!
¡UN PASO GIGANTE!
A partir de 2022, las campeonas de la CONMEBOL #LibertadoresFEM recibirán US$ 1.500.000 y las vicecampeonas US$ 500.000.
⭐ UM PASSO GIGANTE! A partir de 2022, as campeãs da CONEMBOL #LibertadoresFEM receberão US$ 1.500.000 e as vice-campeãs US$ 500.000. pic.twitter.com/YnuxOvEuxB
— CONMEBOL Libertadores Femenina (@LibertadoresFEM) December 20, 2021
Também foi importante a repercussão na TV do ato de racismo sofrido pela jogadora do Corinthians, Adriana, durante esta Libertadores. Na semifinal contra o Nacional-URU, a camisa 16 foi xingada de “macaca” por uma atleta que não teve seu nome divulgado. A agilidade na informação chegou rapidamente às redes sociais, e os torcedores (não só do Corinthians) pressionaram a Conmebol por respostas, assim como o clube uruguaio.
Paulista e a volta da torcida
O estadual feminino mais disputado do Brasil de novo nos presentou com um recorde. Como em 2019, a decisão do título ficou entre Corinthians e São Paulo, e depois de mais de uma temporada sem torcida, os jogos da final puderam ter público.
No Morumbi, aproximadamente 10 mil torcedores viram o São Paulo abrir a vantagem de 1 a 0 diante do Corinthians. Na volta, a Neo Química Arena recebeu um público de 30.077 pessoas, batendo o seu próprio recorde de 2019, que era de 28.862. O bando de loucos encheu novamente o estádio para ver a virada das Brabas do Timão por 3 a 1 e mais um tricampeonato acontecendo.
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Tamanha festa foi televisionada pelo SporTV, que liderou a audiência entre todos os canais da TV por assinatura, ficando 14% acima do segundo colocado. Foi a maior audiência de um jogo de futebol feminino no canal desde 2014.
Com diversas câmeras, drone e uma equipe 100% feminina, a FPF TV chegou com a final Majestosa à maior audiência de um jogo de futebol feminino da história da FPF TV em seis anos de transmissões. Foram 427,2 mil espectadores únicos, 5,9 milhões de impressões e 532,6 mil visualizações de impressões.
Ladies Cup em rede nacional
O último campeonato do ano durou apenas uma semana e contou com times da América do Sul. O Ladies Cup foi televisionado pelo SporTV, e a decisão entre Santos e São Paulo passou, ao vivo, no Esporte Espetacular.
Nunca antes a TV Globo havia mostrado uma partida de futebol feminino entre clubes – somente jogos da seleção brasileira. O título do Tricolor marcou 8 pontos em São Paulo, com 25% de participação (de cada 100 televisores ligados na capital paulista no horário, 25 estavam na TV Globo). Já no Rio de Janeiro marcou 7 pontos e 21% de participação.
Foi um 2021 especial para a modalidade, com algumas críticas, é verdade – a própria Ladies Cup deixou marcas negativas, como lesão de atletas em fim de temporada e a exigência dos torcedores sem camisa de time na final.
Que ao fim de 2022 voltemos aqui para trazer novos recordes, números, conquistas e boas notícias. Que possamos noticiar o engajamento de federações, confederações, marcas e clubes. Todo mundo ganha com o crescimento do futebol feminino.