Pia aprova estreantes e quer ambiente competitivo na seleção e nos clubes

O novo ciclo da seleção brasileira feminina sob o comando de Pia Sundhage começou com duas vitórias sobre a Argentina e muitos testes feitos com as jogadoras dentro de campo. E se na convocação, a treinadora havia trazido seis novidades, cinco delas tiveram a oportunidade de mostrar um pouco de serviço nos amistosos.

A única que não recebeu uma chance foi a goleira Lorena, do Grêmio. De resto, a zagueira Lauren, do São Paulo, as laterais Katrine, do Palmeiras, Bruninha, do Santos, e Yasmim, do Corinthians, e a meio-campista Thais, do Palmeiras, entraram em campo e agradaram a treinadora, sedenta por novos nomes para fazerem parte desse recém-iniciado ciclo da seleção brasileira.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

“Todas foram bem. E estou ansiosa pra ver essas novas jogadoras de novo. Temos que lembrar que essa foi a primeira vez que elas estiveram com esse grupo, que jogaram, elas atuaram bem, nós vamos dar o feedback e esperamos que todas voltem. Precisamos encontrar novas jogadoras e aqui elas estão, nós só precisamos desenvolvê-las no estilo de jogo que nós adotamos”, afirmou a treinadora em coletiva de imprensa após a goleada por 4 a 1 sobre a Argentina.

Entre as estreantes que mais se destacaram estão a lateral direita Bruninha, que deu assistência para o gol de Nycole na primeira partida, e a lateral esquerda Yasmim, que deu uma assistência e fez um gol na partida desta segunda-feira. A treinadora, que já tinha elogiado Bruninha pelo primeiro jogo, também gostou do que viu da lateral corintiana em João Pessoa.

“Gostei da Yasmim e gostei da Tamires no primeiro tempo também. Acho que temos boas opções agora para a lateral esquerda e isso é ótimo. Na parte ofensiva, foi muito interessante. Na parte defensiva, ainda precisamos de algumas respostas, porque não houve tanto teste por ali, no um contra um, por exemplo”, analisou a sueca.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Além das estreantes, outras jogadoras que ganharam oportunidades como titulares se destacaram. Foi o caso de Antônia, que atuou como zagueira na primeira partida e depois como lateral direita no jogo desta segunda-feira, o de Angelina, que tomou conta do meio-campo, e o de Nycole, que atuou como atacante centralizada.

“Todas foram bem. E estou ansiosa pra ver essas novas jogadoras de novo. Temos que lembrar que essa foi a primeira vez que elas estiveram com esse grupo, que jogaram, elas atuaram bem, nós vamos dar o feedback e esperamos que todas voltem. Precisamos encontrar novas jogadoras e aqui elas estão, nós só precisamos desenvolvê-las no estilo de jogo que nós adotamos”, disse Pia.

A treinadora também teve cuidado para falar dos erros defensivos que a seleção cometeu e que geraram os dois gols da Argentina nessas duas partidas. No primeiro jogo, quando Katrine acabou não cobrindo a profundidade no passe de Nuñez para Bonsegundo, a técnica reforçou que “está tudo bem cometer um erro na primeira vez que você vai para a seleção brasileira”. Desta vez, ela fez questão de destacar a recuperação da zagueira Lauren, de apenas 19 anos, após o vacilo que gerou o gol na saída de bola do Brasil.

Zagueira Lauren foi elogiada por Pia pela recuperação após o erro cometido na saída de bola (Foto: CBF)

“Também fiquei feliz com a zagueira Lauren. Ela cometeu um erro, mas ela voltou e fez um bom jogo, fiquei impressionada com a recuperação dela. Ela é uma das jogadoras mais jovens e será o futuro da seleção”.

Para que a seleção evolua ainda mais, a técnica destacou a importância de se criar um ambiente competitivo no futebol feminino brasileiro, tanto dentro da equipe brasileira, quanto nos clubes. Ela sempre reforçou que ninguém tem “vaga cativa” no time e costuma estimular a competitividade entre suas comandadas. A sueca chama a atenção também para a evolução do Campeonato Brasileiro, porque tendo uma liga forte, é possível ter uma seleção ainda mais forte.

“Vamos evoluir se tivermos um ambiente competitivo. E se cada uma delas tiver isso nos clubes também. Elas treinam bastante, trabalham muito no que são boas e no que ainda não são tão boas, e competem. O Campeonato Brasileiro evoluiu bastante. Esse tipo de competição é muito importante”, disse.

Desafiar a linha

Pia prometeu melhorar a parte ofensiva do Brasil depois dos Jogos Olímpicos. Com o ataque um pouco engessado em Tóquio (especialmente na partida contra o Canadá), a sueca queria mudar as estratégias lá na frente para que a seleção fosse menos “previsível”.

Uma dessas mudanças foi a aposta em infiltrações das atacantes na área e passes que desafiavam a linha defensiva da Argentina. Em alguns momentos, funcionou, como quando Marta quase fez um gol antológico no final do primeiro tempo após o bom passe de Angelina. Em outros, a falta de “entrosamento” da jogada ficou evidente, já que as atacantes saíam um pouco antes e ficavam em impedimento quando penetravam na área.

(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

“Hoje tivemos muitos impedimentos, mas vou considerar isso como um bom sinal, porque nos Jogos Olímpicos não tivemos nenhum. Então nesse ponto, considero que é algo positivo. Há uma pequena modificação que precisamos fazer, às vezes em vez de jogar essa bola e ficar no impedimento, uma das jogadoras precisa dar um passo pra trás para receber a bola e dar continuidade a jogada”.

“Não podemos jogar como jogamos em Tóquio, porque se não vamos perder. Temos que fazer algo diferente, adicionar algo àquilo que fizemos de bom nos Jogos Olímpicos. E uma dessas coisas é desafiar a linha. Hoje acho que fizemos um pouco mais do que deveríamos, em alguns momentos poderíamos ter tentado manter a posse. Mas deem tempo para nós e vamos melhorar isso”.

O Brasil tem novas Datas Fifa em outubro e novembro para fechar a temporada com a seleção brasileira. Ainda não há a confirmação de adversários para os próximos amistosos.

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