Da cura de uma embolia pulmonar à seleção: Jucinara vibra com sua estreia

A técnica Pia Sundhage colocou em campo uma equipe bastante mexida para o jogo contra a Zâmbia nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que aconteceu nesta terça-feira (27) com vitória do Brasil por 1 a 0 (gol de Andressa Alves). Entre as novidades estava Jucinara.

A lateral estreou em competições oficiais pela seleção brasileira e fez um bom jogo dentro de um time que atuou bem abaixo da média. Emocionada na saída de campo, ela revelou que estar em Tóquio fazia parte dos seus planos mesmo quando sua vida virou de cabeça para baixo.

Em 2015 a atleta do Levante teve uma trombose e por consequência uma embolia pulmonar. Ela ficou 8 meses praticamente acamada, sem saber se poderia ou não voltar a jogar bola. “Ainda estávamos vendo se eu poderia voltar a jogar futebol ou não, e então no ano seguinte me perguntaram onde eu me via daqui 5 anos, e eu respondi: ‘Na Olimpíada de Tóquio’. Então pra mim, além de ser a realização de um sonho, é a realização de algo que eu passei com o futebol e eu não tenho palavras pra explicar o meu sentimento de 5 anos atrás e tudo o que eu vivi pra poder realizar aquilo que falei há 5 anos”, contou Jucinara à CBF.

Sobre ter disputado sua primeira partida oficial com a camisa do Brasil, a atleta seguiu o discurso emocionado. “Eu já estava feliz pra caramba só de estar aqui. Me sinto super realizada, nem era pra eu estar jogando futebol mais, e hoje é o dia que vai estar marcado na história da minha vida e na da minha família”, completou.

O jogo contra a Zâmbia não foi exatamente como Jucinara e a seleção haviam projetado. Com uma jogadora a mais desde a metade do segundo tempo, o Brasil não soube criar, trocar passes, produzir chances claras de gols. Mesmo assim, a equipe foi segura defensivamente.

“Eu tenho uma teoria de que quando a gente acha que o adversário mais fácil vai ser mais fácil, e ele acaba sendo o mais difícil. A gente sabia que era um time bem perigoso, com Barbra Banda (atacante), um ataque muito perigoso, então o principal objetivo nosso era não tomar gol (além de marcar). Podíamos ter tido mais posse de bola, controle maior de jogo, buscamos muito essa ligação direta, algumas mudanças, eu também estava um pouco nervosa com a estreia, mas a gente podia ter seguido um pouco melhor nosso plano de jogo”, explicou a atleta.

(Foto: Sam Robles)

Classificado para as quartas de final da Olimpíada de Tóquio, o Brasil enfrenta o Canadá nesta sexta-feira (30) às 5h horário de Brasília. Nesta fase decisiva, qualquer empate leva o jogo para as prorrogações, e posteriormente, pênaltis.

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