‘Skate é, sim, pra todo mundo, não é só pra meninos’, diz medalhista Fadinha

Apenas 13 anos de idade e uma personalidade de impressionar. Medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio na categoria Street do Skate, Rayssa Leal, a Fadinha, deu aula nas pistas e fora delas. Depois de ter sido a única finalista brasileira na modalidade – as companheiras mais experientes, Letícia Bufoni e Pamela Rosa, acabaram não se classificando -, Fadinha não sentiu o peso da responsabilidade e, por pouco, não ficou com o ouro.

A atleta brasileira mais jovem da história a competir em uma Olimpíada agora é também a atleta brasileira mais jovem da história a conseguir uma medalha. E se hoje Fadinha pode inspirar milhões de meninas que a viram “dropar” com muita categoria em Tóquio, é porque um dia ela também se inspirou nas skatistas mais velhas que lutam por esse espaço há muito tempo.

A própria Letícia Bufoni, hoje companheira de pistas e amiga de Rayssa, era a grande referência da Fadinha quando ela começou a brincar de skate nas pistas de Imperatriz, no interior do Maranhão, e foi flagrada pelo supercampeão americano Tony Hawk. O vídeo que ele divulgou da menina vestida de Fada fazendo manobras de skate na calçada ganhou e mundo e, a partir dele, Rayssa decolou. Hoje, ela tem a consciência da importância de ocupar esse espaço para que as meninas saibam, desde muito cedo, que skate é, sim, pra elas também.

Foto: Wander Roberto/COB

“Tô muito feliz porque pude representar todas as meninas que não chegaram à final. E todas as meninas do skate. Tô realizando meu sonho e o sonho dos meus pais”, disse Rayssa assim que confirmou a medalha em entrevista à TV Globo.

“Skate é, sim, pra todo mundo. Qualquer outro esporte. A gente tá podendo provar que, felizmente, não é só pra meninos”, afirmou a medalhista após o pódio.

Rayssa começou a andar de skate depois de ter recebido um de presente do seu pai com seis anos de idade. Ela tinha Letícia Bufoni como referência e chorou muito quando teve a oportunidade de conhecê-la em uma matéria feita pelo Esporte Espetacular em 2015 – a Fadinha tinha apenas sete anos de idade na ocasião.

Foto: Wander Roberto/COB

O talento era grande e levou Rayssa longe ainda muito cedo. Em 2019, ela foi vice-campeã mundial na categoria Street e, em 2021, conseguiu o bronze. Aos 13 anos de idade, a atleta teve a chance de se divertir dropando numa pista olímpica. Esse talvez seja o maior diferencial da Fadinha. Ela parece estar brincando enquanto realiza algumas das manobras mais difíceis do skate no street. Encantando o mundo, hoje Rayssa pode dizer que é também uma medalhista olímpica.

“Não caiu a ficha ainda. Poder representar o Brasil e ser uma das mais novas a ganhar uma medalha. Eu estou muito feliz, esse dia vai ser marcado na história. Eu tento ao máximo me divertir porque eu tenho certeza de que se divertindo as coisas fluem, deixa acontecer naturalmente se divertindo”, disse.

O mais importante de tudo é que Rayssa sabe o que representa levar essa medalha para o Brasil. Não é só pela conquista para o país, mas também para mandar uma mensagem a quem ainda acha que existe “esporte de menino” e “esporte de menina”. Mesmo tão nova, ela já é inspiração para milhões de brasileiras por aí.

“Saber que muitas meninas já me mandaram mensagem no Instagram falando que começaram a andar de skate ou os pais deixaram andar de skate por causa de um vídeo meu, eu fico muito feliz, porque foi a mesma coisa comigo. Minha história e a história de muitas outras skatistas que quebraram todo esse preconceito, toda essa barreira de que o skate era só para menino, para homem, e saber que estou aqui e posso segurar uma medalha olímpica, é muito importante para mim”.

Deixa a menina dropar! Gigante, Rayssa!

 

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