A seleção feminina de futebol está às vésperas do jogo contra a Zâmbia – o último da fase de grupos nos Jogos Olímpicos de Tóquio – que acontece na próxima quarta-feira (27), às 8h30 (horário de Brasília).
E as declarações da técnica Pia Sundhage e da zagueira Rafaelle analisando a última partida diante da Holanda, em entrevista coletiva, foram bem positivas.
“A gente conseguiu neutralizar, de certa forma, um dos melhores times do mundo e agora temos tudo pra sair com a vitória contra a Zâmbia. Acho que contra a Holanda a gente conseguiu sair jogando mais do que contra a China. Conseguimos trabalhar mais a bola ali atrás e a Holanda respeitou a gente no começo jogo e conseguimos sair tocando”, declarou a camisa número 4.
“Jogamos contra o segundo melhor time do mundo, marcamos muitos gols e conseguimos manter a posse de bola, acho que foi uma partida muito boa. Também estou feliz com a forma que defendemos nos últimos jogos. Falo isso porque mesmo que tenhamos levado alguns gols, temos que analisar a forma como levamos os gols. Não posso dizer que estamos desorganizadas e eu acho que controlamos muitas das situações, então precisamos continuar melhorando a nossa defesa”, declarou a treinadora sueca.
Questionada sobre as falhas da defesa, Rafaelle foi categórica ao dizer que os gols sofridos foram resultados de falhas coletivas. “Nosso trabalho sempre foi em grupo. Acho que não foi uma falha da Bárbara (goleira) porque, pra bola chegar no gol teve um lançamento e também teve uma cabeçada da atacante delas. Então não colocaria dessa forma. Acho que foi mérito da Holanda, elas tem um time muito bom.”
Durante coletiva de imprensa, a técnica Pia foi questionada sobre a titularidade da goleira Bárbara. A comandante afirmou que a camisa 1 segue como titular na equipe. “Gostaria de enfatizar o quanto é importante estarmos juntas e sermos uma equipe. E não é falando somente das goleiras, mas também do ataque, da defesa trabalhando juntos. E se você olhar o primeiro jogo da Bárbara, ela nos salvou muitas vezes e claro, contra a Holanda, ela teve bons momentos também. Eu não sou fã de mudar a goleira durante o torneio”, declarou.
O grande destaque da equipe de Zâmbia é a atacante Barbra Banda, de 21 anos, artilheira da competição com 6 gols. Ela, aliás, se tornou a primeira jogadora a fazer dois hat-tricks em uma Olimpíada (marcou 3 gols contra a China e 3 contra a Holanda).
A atleta africana foi a primeira jogadora de seu país a atuar na Europa (ela defendeu o Logroño, da Espanha) e atualmente defende o Shanghai Shenglin, da China.
Meet Barbra Banda, captain of the Zambia women’s national football team
Barbra will lead the team into their first-ever Olympic Games at #Tokyo2020 ⚽#StrongerTogether pic.twitter.com/pWIl7SREX1
— Olympics (@Olympics) July 21, 2021
Pia revelou a marcação em cima de Banda será diferente. “Ela é uma jogadora muito boa e nós fizemos nossa lição de casa. Precisamos solucionar nossa defesa de um modo especial. Mostramos as jogadas para as atletas e também conversamos sobre como defender, manter a posse e criar novas chances.
Rafaelle declarou que os erros defensivos cometidos no jogo passado não atrapalham a preparação para o jogo contra Zâmbia e que, atuando na China, teve a oportunidade de conhecer a atacante africana. “Estamos bem preparadas, muito focadas e sabemos que vai ser um jogo muito difícil. Elas têm uma atacante muito boa e eu conheço ela da China, já a enfrentei algumas vezes no ano passado, mas acho que o time tá bem montado.”
Se o Brasil vencer a Zâmbia e passar em primeiro lugar de seu grupo, ele pode encontrar pela frente a Suécia ou os Estados Unidos. Mas, se passar na segunda colocação, o caminho das brasileiras pode cruzar com Inglaterra ou Canadá (Japão tem chance mínima).
E, levando em conta esse cenário, Pia descartou a hipótese de escolher o próximo adversário. “A gente analisa todas as possibilidades para certificar que todos estão atualizados quando chegar o jogo. Vou dizer: não tem grupo melhor ou pior, todas as equipes que chegarem nas quartas de final são times excelentes. Eu não vou dizer que um time é melhor que o outro. Mas o que eu gostaria de ganhar o jogo (contra Zâmbia), se for 1×0 ou mais, não interessa.
Rafaelle também reforçou a posição da treinadora. “A gente não tem conversado sobre isso (definição do próximo adversário). É claro que estamos buscando a vitória a cada jogo e isso é o principal. Estamos apresentando a nossa melhor performance a cada partida e embora isso faça com que a gente pegue alguém do grupo dos Estados Unidos nas quartas de final, a gente não tá pensando nisso. Estamos pensando em fazer um ótimo jogo contra a Zâmbia. Vamos tentar fazer o máximo de gols que puder e o que vem depois a gente deixa pra Pia, né? É o trabalho dela e a gente tá pensando em apresentar nosso melhor futebol e ganhar da melhor forma possível”, disse a defensora.
Sobre o preparo físico das jogadoras, Pia valorizou o período de treinamento que teve com as atletas em Portland, nos Estados Unidos, como preparação para os Jogos de Tóquio. A técnica afirmou que hoje enxerga que as jogadoras estão niveladas, mas reforçou a importância do trabalho contínuo.
“Se você joga de maneira seguida, você fica um pouco cansada, mas todas estão bem e são capazes de jogar amanhã. Estou muito feliz com a melhora da preparação física, mas acho que temos que pensar nisso também no futuro e também para as próximas gerações”, opinou.
E, falando sobre a equipe titular que pretende colocar em campo na partida que será disputada em Saitama, Pia revelou que deve haver mudanças. “É muito importante que todas joguem. Elas estão na reserva e estão preparadas para entrar, como Ludmilla fez no último jogo. Ela foi excelente, marcou um gol e as táticas foram feitas de forma muito boa. Então, estou feliz. Vamos ver se ela pode começar ou se sairá do banco, ela trabalha bem das duas formas, não decidimos isso ainda. Acho que é uma fórmula vencedora usar as reservas do modo que estamos fazendo. Estou muito feliz com as jogadas que vem aparecendo com as reservas, como Ludmila e Geyse fizeram da última vez, finalizou a técnica.
Brasil x Zâmbia
8h30 – horário de Brasília
Transmissão: TV Globo, SporTV e BandSports.