Ketleyn Quadros será 3ª mulher porta-bandeira na história brasileira dos Jogos

Na próxima sexta-feira (23), durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a judoca Ketleyn Quadros – medalhista de bronze na Olimpíada de Pequim, em 2008 – será a porta-bandeira da delegação brasileira ao lado de Bruninho, capitão da seleção de vôlei.

Os dois atletas foram anunciados pelo Comitê Olímpico do Brasil neste sábado, em Tóquio. Essa é a primeira vez que uma dupla carregará a bandeira brasileira em uma cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.

Em 2020, a direção do Comitê Olímpico Internacional (COI) fez uma alteração em suas regras para permitir e incentivar que uma mulher e um homem, em dupla, pudessem ser porta-bandeiras de um país na cerimônia de abertura, a partir da edição deste ano, em Tóquio.

Na ocasião, o presidente do comitê, Thomas Bach, afirmou que, pela primeira vez, as atletas devem representar quase metade (48,8%) dos esportistas no evento.

“O COI decidiu que deve haver, pela primeira vez na história, pelo menos uma mulher e um homem em todas as 206 delegações e no time olímpico de refugiados participando dos Jogos”, declarou Bach.

Ketleyn será a 3ª atleta a carregar a bandeira brasileira em uma cerimônia de abertura. Antes dela, Sandra Pires (medalhista de ouro no vôlei de praia em Atlanta-96) e Yane Marques (medalhista de bronze no pentatlo moderno em Londres-2012) conseguiram o feito em Sydney-2000 e no Rio-2016, respectivamente.

Yane Marques foi porta-bandeira do Brasil no Rio-2016 (Foto: Divulgação)

Em entrevista coletiva, Ketleyn falou que não imaginava receber o convite para representar o Brasil na cerimônia de abertura. “A gente está acostumada a cada dia dar o seu melhor e as coisas vão acontecendo. Não imaginava, mas estou muito feliz de representar cada um dos brasileiros. O que passa na minha cabeça é realmente o processo, a jornada. Treze anos atrás foram muitas lutas e muitos obstáculos e isso me amadureceu. Fico muito feliz de ter passado por esse processo e estar onde estou, vivendo esse sonho e esse momento de muita gratidão. Não é fácil, mas vale muito a pena fazer o que a gente ama”, declarou Ketleyn, que possui 33 medalhas em eventos do Circuito Mundial da Federação Internacional de Judô.

Ketleyn Quadros: a primeira medalhista individual do Brasil

Nascida em Ceilândia, no Distrito Federal, Ketleyn Quadros entrou para a história como a primeira mulher do país a conquistar uma medalha em provas individuais em uma edição dos Jogos, em 2008.

Em Pequim, a judoca tinha apenas 20 anos de idade e, após conquistar a classificação para Londres, a “novata” subiu ao pódio e conquistou o bronze na categoria leve, após vencer a australiana Maria Pekli. Hoje, aos 32 anos, ela volta à uma Olimpíada após 13 anos, mais experiente e competindo em uma categoria diferente, até 63kg.

Foto: Paul Gilham/Getty Images

Durante a coletiva, Ketleyn falou sobre a troca entre de experiências com as atletas mais novas. “É muito importante e aprendemos muito. Apesar do judô ser um esporte individual, a gente não consegue treinar sozinho. E particularmente acho que é um dos segredos do judô, a gente tem o privilégio de treinar com nossos ídolos, até mesmo com os que já se aposentaram das competições. Estou sempre aberta a orientar quem precisar e acredito que somos uma família”, declarou

Atualmente, Ketleyn defende a Sogipa, clube de Porto Alegre. No último mês, ela garantiu o 5º lugar no Mundial de Judô em Budapeste e após esse resultado, ela conseguiu a vaga em Tóquio-2021 e aparece como uma das oito cabeças de chave da competição, o que faz com que não enfrente as principais favoritas nas primeiras rodadas.

A estreia de Ketleyn no judô será no lendário Nippon Budokan, dia 26 de julho, a partir das 23h (horário de Brasília).

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