Com inauguração de CT ‘democrático’, Bahia se aproxima mais da torcida

Inauguração do CT Evaristo de Macedo (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)

Por Juliana Lisboa, de Salvador, para coluna “~dibres com dendê”

No último sábado, dia 11, o Esporte Clube Bahia abriu as portas do novo centro de treinamento para uma grande inauguração para a torcida. De acordo com o clube, 7 mil sócios encararam a estrada para conhecer as novas dependências do tricolor, que ficam entre os municípios de Camaçari e Dias D’Ávila, a cerca de 60 km de Salvador.

Isso por si só já demonstra a forma com que o torcedor tricolor tem abraçado a nova fase do Bahia, que se tornou um clube democrático após a intervenção judicial que depôs o então presidente, Marcelo Guimarães Filho, e abriu o clube para a participação direta da torcida na escolha dos dirigentes.

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Essa foi a tônica das celebrações do dia: entre os vários discursos de integrantes da diretoria na solenidade, feita especialmente para a torcida, a menção à democracia e da importância da participação dos torcedores e torcedoras no processo de crescimento do Bahia e sua consolidação como “clube do povo” foi constante.

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A memória do clube e o resgate de ídolos foi também algo que ficou marcado no novo espaço. A começar pelo nome do CT, Evaristo de Macedo – homenagem em vida ao técnico campeão brasileiro de 1988, responsável direto pela segunda estrela do escudo do time. A chance de ver e falar com o ex-treinador, aliás, foi o que motivou vários torcedores e torcedoras a comparecerem à inauguração.

Outros jogadores símbolo do Bahia, como João Marcelo, Zé Carlos e Baiaco, também participaram da celebração e foram bastante assediados por jornalistas e, principalmente, torcedores. Tanto os mais velhos, que viram os atletas em campo, como os mais novos, cientes da importância deles para os dias de glória do clube.

Inauguração do CT Evaristo de Macedo (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)

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Mas além dos heróis em campo, cada espaço do novo CT presta uma homenagem a pessoas que fizeram história no clube: funcionários, como Adherbal Amaral, que faleceu no ano passado; torcedores-símbolo, como Rubi Confete, também falecido; jornalistas, como Armando Oliveira; ou os sete torcedores que morreram na tragédia da Fonte Nova, em 2007. O Bahia dedicou um memorial feito a partir de ruínas do antigo estádio e assinado pelo artista plástico Bel Borba.

Claro que teve festa, mini trio, food truck, copo comemorativo… Mas o que mais marcou a inauguração da nova estrutura foi o esforço do clube de continuar se aproximando cada vez mais do seu torcedor. Em tempos de debate (pertinente, diga-se) de clube empresa, é muito positivo ver times que apostam no modelo associativo e que conseguem mostrar que a democracia também pode ser um modelo sustentável e saudável de gestão.

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