*Por Juliana Lisboa, para a coluna ~dibres com dendê
Fora das fases finais das principais competições nacionais e sem jogar desde 15 de agosto, o Vitória vai abrir mão de disputar o Campeonato Baiano de Futebol Feminino, do qual é o atual campeão, e dispensar as equipes principal e de base da modalidade. A decisão foi por questões financeiras e administrativas.
O orçamento que o clube fez para a participação no Estadual era de R$ 100 mil, envolvendo custos de logística, alimentação, alojamento, departamento médico e remuneração das atletas.
A comissão técnica, inclusive, já teria ligado e conversado com cada atleta e explicado o motivo da não-participação do estadual. A categoria também teria sido desprofissionalizada – no ano passado, o rubro-negro assinou a carteira com todas as jogadoras do time principal. O compromisso com a Série A1 do Campeonato Brasileiro de 2020, assim como as competições de base, está garantido.
A notícia vem um dia depois do Vitória ter uma jogadora convocada para a seleção brasileira sub-20. A zagueira e lateral esquerda Rute Gonçalves foi a única representante de um time nordestino a figurar na lista do técnico Jonas Urias.
O Vitória terminou a participação no Campeonato Brasileiro na nona posição, a uma da fase de mata-mata. No sub-18, caiu na segunda fase. Como o Campeonato Baiano não é pré-requisito para equipes que conseguiram se manter no Brasileiro, seja na Série A2 ou A1, o Vitória não tem prejuízo técnico e mantém a vaga na elite do feminino.
Logo depois do Brasileiro, o time perdeu três de suas principais atletas: a goleira Maryana foi para o Grêmio, a atacante Verena para o Valadares Gaia, de Portugal, e a meia Tatiely para o Torreense, também de Portugal.
A folha de pagamento da equipe principal era de R$ 30 mil, o que correspondia a menos de 1% do orçamento do clube, aprovado em R$ 45 milhões para esse ano.
Pode ser punido?
Como já disputou partidas nacionais e o Baiano não é pré-requisito para o Brasileiro, o Vitória não está passível de punição pela desistência do Baiano e pelo desmonte das equipes femininas.
Ainda assim, o rubro-negro baiano está obrigado a remontar as equipes para o ano que vem, conforme a Lei do Profut, que estabelecem que equipes masculinas que disputam Série B precisam ter times femininos em 2020, assim como os da Série A. A situação é bem diferente do Sport, que no início deste ano desmontou a equipe feminina às vésperas do início do Brasileirão Feminino A1.
De acordo com a CBF à época, o clube tinha ultrapassado o prazo máximo cedido pela entidade para a desistência da participação na competição. Se não jogasse, o clube Sport – e não apenas o time feminino – seria penalizado com até dois anos sem poder atuar em torneios da CBF, conforme o Regulamento Geral de Competições.