A maior final da história da Libertadores terá outro tabu quebrado neste sábado. Pela primeira vez, a decisão da competição mais importante do continente será narrada por uma mulher.
Renata Silveira, narradora da Fox Sports, comandará a transmissão de River Plate x Boca Juniors neste sábado a partir das 18h, com comentários de Eugênio Leal e da ex-arbitra Nadine Bastos.
O anúncio já foi confirmado pela própria emissora nesta sexta-feira pelo Twitter. Renata Silveira foi uma das três selecionadas pelo processo “Narra Quem Sabe” comandado pela jornalista Vanessa Riche no canal visando a Copa do Mundo. Ela, Isabelly Morais e Manuela Avena fizeram história durante o Mundial da Rússia como as primeiras mulheres a matearem jogos de Copa na televisão brasileira.
Em setembro, Renata foi contratada pela Fox e, desde então, passou a narrar diversos campeonatos na emissora – estreando justamente numa partida do Campeonato Argentino. Agora, ela ganha a chance de narrar uma final histórica da Libertadores com o clássico River x Boca.
A primeira experiência dela como narradora aconteceu em 2014, quando participou de um concurso da Rádio Globo para narrar um jogo do Mundial. Ela ganhou e comandou os microfones da rádio na partida entre Uruguai e Costa Rica. “Naquele jogo, foi só porrada. Eu ouvi muita coisa. Que mulher não tinha que estar ali narrando, tinha que estar na cozinha. Que futebol não combinava com mulher, enfim. Não teve um comentário positivo”, contou ela às dibradoras em setembro, na época de sua contratação.
A conquista de Renata Silveira é uma conquista de todas as mulheres e que merece ser comemorada em um ano muito marcante para a participação feminina no esporte. Em 2018, pela primeira vez mulheres narraram e comentaram uma Copa em rede nacional, e agora elas estão presentes cada vez mais para além do campo da reportagem esportiva – o papel da opinião e da narração, que antes ficavam restrito aos homens agora também tem sido desemprenhado por mulheres.
Uma narração histórica para uma final da Libertadores histórica, nada mais justo.