Assédio, machismo e silenciamento: os absurdos do final de semana esportivo

Você está no ano de 2025, mas quando o assunto se refere à participação feminina no esporte, são tantas as violências que, às vezes, é necessário enumerá-las para deixar bem claro como o machismo atua em nosso dia-a-dia. Vamos aos fatos:

1º LUGAR: ASSÉDIO SEXUAL NA ESTREIA DO BRASILEIRÃO FEMININO

Quatro atletas do América-MG registraram um B.O denunciando assédio sexual por parte do assistente de arbitragem, Claiton Timm, que atuou no jogo contra o Juventude no último domingo, em Bento Gonçalves (RS).

Em nota oficial, o América afirmou que, “antes do início da partida, através do rádio comunicador, entre seus pares de profissão, o profissional proferiu palavras e piadas de cunho sexual, se referindo às nossas atletas, em um comportamento absolutamente inaceitável e que configura grave ofensa”.

As atletas da equipe mineira registraram um boletim de ocorrência sobre o fato e, após a denúncia, a Comissão de Arbitragem da CBF confirmou o afastamento do assistente de arbitragem Claiton Timm, da Federação Gaúcha de Futebol, para apuração do caso.

Esse é mais um caso em que as mulheres sofrem violência por parte dos homens, nesse caso, sexual. Mas calma que não para por aí…

2º “AS MULHERES TÊM QUE ENCONTRAR UM JEITO MAIS DELAS DE TRANSMITIR FUTEBOL”

Esse é o título de um texto postado no portal Léo Dias, na coluna de Flávio Ricco. Em um trecho, há a seguinte frase: “O que falta, e aí bem especificamente na narração, é encontrar um jeito só delas, mais apropriado, saber cadenciar, usar de maior suavidade, assim como cada uma se permitir à sua natural autenticidade”, opinou o homem.

O que seria encontrar um jeito mais delas? Qual seria o jeito que eles gostariam que as mulheres tivessem, hein? Opiniões vazias como essa só alimentam o preconceito que elas já enfrentam há décadas.

As mulheres FORAM PROIBIDAS DE PRATICAR ESPORTES (ENTRE ELES, O FUTEBOL) E INVISIBILIZADAS EM DIVERSOS POSTOS DE TRABALHO. Por décadas, elas sequer puderam pisar numa cabine de transmissão. Só nos últimos anos passamos a ver mulheres ocupando esses microfones. Não gostou do tom? Procure a voz daquele homem que mais te agrada e deixe as mulheres exercerem suas profissões. Enfim, chora baixinho, machismo. Dessa vez você não vai vencer.

3º CBF FAZ CONVOCAÇÃO DA SELEÇÃO FEMININA SEM JORNALISTAS E EXIGE PERGUNTAS PRÉVIAS

A CBF fará a convocação da seleção para amistosos contra os Estados Unidos de maneira remota e quer que os jornalistas enviem as perguntas antes da lista ser anunciadas. Ou seja: os jornalistas deverão enviar suas perguntas por e-mail antes de conhecer as convocadas. Não é possível acompanhar in loco e nem desenvolver a sua pauta baseado naquilo que será dito no evento.

Vocês já imaginaram a CBF fazendo uma coletiva remota para anunciar os convocados pelo técnico Dorival Junior antes de um jogo da seleção masculina? Por que esse tipo de situação só é direcionado para as mulheres?

Enfim… precisamos dizer, mais uma vez aqui, qual é o nome disso? Machismo, silenciamento, desimportância. Qualquer um desses nomes cabe, então vamos deixá-los bem à vontade para opinar aqui nos comentários.

Compartilhe

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também