Vai rolar a bola para as mulheres! No dia 17 de abril (sábado), elas entram em campo para abrir a temporada de 2021 do campeonato nacional de futebol feminino.
Assim como na edição anterior, a primeira fase da competição será realizada em formato de pontos corridos entre os 16 clubes participantes. Ao final das 15 rodadas programadas, as oito melhores equipes avançam para as Quartas de Final, disputadas em jogos de ida e volta em modelo de mata-mata.
Definidos os oito clubes classificados, o campeonato contará com uma pausa por conta da realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho. Desta forma, a fase final está prevista para iniciar em agosto. As finais do Brasileiro Feminino A-1 também já contam com datas pré-definidas: 12 e 26 de setembro.
Dezesseis equipes disputam a competição: Corinthians, atual campeão, Avaí/Kindermann, Palmeiras, São Paulo, Santos, Internacional, Ferroviária, Grêmio, Flamengo, Cruzeiro, São José, Minas Brasília, e as quatro equipes que conquistaram o acesso pela série A-2, Napoli-SC, campeão da segunda divisão, Botafogo, Bahia e Real Brasília.
Esse Brasileiro Feminino tem tudo pra ser ainda mais pegado. Os clubes já anunciaram dezenas de reforços e estão vindo com tudo para esse campeonato. Se ano passado eram 8 times de camisa entre os 16 participantes, agora serão 10. E ainda tem as novatas do Real Brasília e as campeãs do Napoli que conseguiram o acesso da A2 para a elite no ano passado.
Outra informação importante sobre essa temporada do campeonato nacional é o aumento do número de treinadoras. Eram apenas duas em 2020 (Tatiele Silveira e Patricia Gusmão), agora elas são 4: Patricia Gusmão (Grêmio), Lindsay Camila (Ferroviária), Carine Bosetti (Napoli) e Chris Lessa (Santos).
Entre os clubes, 11 deles já são 100% profissionais (que assinam a carteira de todas as jogadoras) e, segundo a CBF, há 486 atletas profissionalizadas no país, e 3.124 amadoras.
Evolução da competição
O Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino passou a ser organizado pela CBF em 2013 e de lá pra cá, a competição se estabeleceu e passou a ser realizada anualmente com duração de quase cinco meses.
Um dos grandes motivos para que o campeonato nacional se fortalecesse foi a imposição por parte da Conmebol no início de 2017 decretando que, a partir de 2019, os clubes de futebol do Brasil que não tivessem um time feminino disputando competições nacionais estariam proibidos de disputar a Copa Libertadores. Esta era uma das principais exigências do regulamento de licenciamento de clubes da CBF e que já fazia parte do regulamento de clubes da Conmebol.
Alguns clubes resistiram ao máximo, outros acabaram investindo apenas para “cumprir tabela”, mas aqueles que enxergaram a modalidade como um investimento – e não como um prejuízo – passaram a colher os frutos dessa obrigatoriedade e se consolidaram no cenário. Como é o caso do Corinthians, que iniciou seu projeto com o futebol feminino em 2016, em parceria com o Osasco Audax. Dois anos depois, o clube assumiu por completo a gestão do futebol das mulheres e hoje é uma potência no Brasil, acumulando títulos e recordes.
A Ferroviária, tradicional equipe do futebol feminino de Araraquara, também é um exemplo de sucesso. O time conta com o apoio da prefeitura da cidade, mantém equipes de base e foi um dos primeiros times a profissionalizar as atletas de seu elenco, em 2017. Em campo, o resultado também veio, com a conquista do título nacional em 2019, o vice da Libertadores no mesmo ano e a conquista da América neste início de 2021.
É inegável que, de cinco anos pra cá, o futebol feminino deu um salto em investimento e visibilidade. Em 2016, o torneio organizado pela CBF passou a premiar as equipes de acordo com o desempenho delas no torneio. E, com o sucesso de audiência da Copa do Mundo em 2019, as emissoras de tevê também passaram a exibir partidas do Brasileirão Feminino.
No ano passado, mesmo em meio a pandemia do Coronavírus, novas conquistas vieram. Os clubes passaram a divulgar cada vez mais seus elencos e jogos e a visibilidade foi ainda maior na imprensa. Marcas e empresas também começaram a investir na modalidade, como o Guaraná Antarctica e a Riachuelo, que também serão patrocinadores da edição deste ano.
No Brasileirão passado, as partidas das semifinais e finais contaram com o auxílio do VAR e as jogadoras foram premiadas como “Craques da Partida” em votação popular pelas redes sociais. Além disso, os dois jogos da decisão entre Corinthians e Avaí/Kindermann foram transmitidos pela TV Bandeirantes e ESPN Brasil – além do Twitter.
A audiência foi tão significativa que para este ano, a competição contará com transmissões do início ao fim. A CBF irá exibir via streaming, o Desimpedidos (maior canal de esportes do Youtube) também transmitirá algumas partidas, a Band exibirá os jogos de domingo à noite na grade da tevê aberta e o SporTV terá as partidas pela TV fechada – cada emissora exibirá uma partida por rodada.
O campeonato deste ano promete ser ainda mais competitivo. Muitos times se reforçaram e grandes nomes da modalidade e da seleção brasileira estarão em campo pelo Brasileirão a partir do próximo final de semana.
Histórico da competição
Foi na década de 80 que as mulheres passaram a ter um campeonato nacional de futebol para disputar, mas naquela época existiam poucos times e as mulheres – que passaram quase 40 anos proibidas de jogarem bola – ainda estavam surgindo no cenário da modalidade.
O primeiro campeonato nacional recebeu o nome de Taça Brasil e o time imbatível era o Radar Esporte Clube, uma equipe tradicional de Copacabana que venceu seis edições do torneio de 1983 a 1989. Além do Radar, times como o Vasco da Gama, Saad, São Paulo, Portuguesa também venceram o campeonato.
Vale destacar que a disputa da Taça Brasil acontecia em um curto espaço de tempo. Os times se encontravam em uma cidade que sediava o campeonato e em poucos dias o campeão nacional era definido.
A Taça Brasil chegou ao fim em 2004 e por cerca de três anos o futebol feminino viveu uma lacuna sem torneios para disputar. Somente em 2007 a Copa do Brasil passou a ser o campeonato nacional de maior relevância. O Santos e o São José venceram duas edições cada e além deles, os vencedores até 2016 foram Saad, Duque de Caxias, Foz Cataratas, Ferroviária, Kindermann e Audax/Corinthians.
Conheça os campeões de cada edição da elite do Brasileirão e suas artilheiras:
2013 – CENTRO OLÍMPICO
A 1ª edição do torneio contou com 20 participantes e foi vencida pelo Centro Olímpico, que derrotou o São José e sagrou-se campeão com 10 vitórias, três empates e uma derrota. A camisa 10, Gabi Zanotti, foi artilheira da competição, com 12 gols.
2014 – FERROVIÁRIA
A Ferroviária venceu o campeonato ao derrotar o Kindermann (de Santa Catarina) nas duas partidas: 3×0 no primeiro jogo e 5×3 no segundo. A artilharia foi de Raquel, que marcou 14 gols.
2015 – RIO PRETO
Neste ano foi a vez do Rio Preto se tornar campeão nacional. A equipe levou o troféu pra casa após bater o São José por 1×0 na primeira partida e empatar por 1×1 o segundo confronto. A artilheira foi Gabi Nunes, do Centro Olímpico, com 14 gols.
2016 – FLAMENGO/MARINHA
A final de 2016 foi disputadíssima! Após perder por 1 a 0, o Flamengo superou o Rio Preto por 2 a 1 fora de casa e conquistou o título pela 1ª vez. A artilharia foi de Millene, do Rio Preto, com 10 gols.
2017 – SANTOS
A final foi entre Santos e Corinthians e as Sereias da Vila venceram os dois confrontos: 2×0 no jogo de ida e 1×0 na volta. Sole James, atacante do Peixe, balançou as redes 18 vezes.
2018 – CORINTHIANS
O Corinthians levantou a taça diante de sua torcida após vencer o Rio Preto por 1×0 e golear por 4×0 no Parque São Jorge. A artilheira foi Danyelle Helena, do Flamengo, com 15 gols na competição.
2019 – FERROVIÁRIA
A equipe de Araraquara enfrentou o Corinthians – equipe que perdeu apenas um jogo na temporada. A primeira partida acabou em 1×1 e a decisão, no Parque São Jorge, veio em disputa de pênaltis.
As Guerreiras Grenás derrotaram o time da casa por 4×2, sagrando Tatiele Silveira como a primeira mulher a conquistar um título nacional no futebol feminino. A artilheira da competição foi Millene, do Corinthians, com 19 gols marcados.
2020 – CORINTHIANS
Pelo 4º ano consecutivo, o Corinthians chegou à final do estadual. A equipe copeira comandada por Arthur Elias enfrentou o Avaí/Kindermann, da cidade de Caçador, em Santa Catarina. O primeiro jogo acabou empatado (0x0) e o Timão conquistou o bicampeonato vencendo o segundo jogo por 3×1. A artilheira desta edição foi Carla Nunes, atacante do Palmeiras, que anotou 12 gols no torneio.
CONFIRA OS JOGOS QUE ABREM A PRIMEIRA RODADA DO BRASILEIRO FEMININO
Sábado, 17/04
17h – São Paulo x Grêmio (Transmissão Desimpedidos)
19h – Corinthians x Napoli (Transmissão CBFTV)
20h – Internacional x Santos (Transmissão CBFTV)
Domingo, 18/04
15h – Botafogo x Bahia (Transmissão CBFTV)
15h – São José x Avaí/Kindermann (Transmissão CBFTV)
15h – Flamengo x Minas Brasília (Transmissão CBFTV)
17h – Cruzeiro x Real Brasília (Transmissão CBFTV)
20h – Palmeiras x Ferroviária (Transmissão TV Bandeirantes)
3 respostas
Estou ansiosa, vai ser demais!!!
Não vejo a hora de começar, é uma realização ver elas em campo e conquistando tantas coisas e abrindo caminho para as próximas que virão. Me arrependo por ter desistido na primeira porta que se fechou.
PS: O site está incrível! ❤
Sou fã do trabalho de vocês. Estou muito feliz pela criação do site. Já acompanhava diariamente pelas redes sociais, agora vai ser melhor ainda. Parabéns pela cobertura fantástica do futebol feminino.