O Brasil está classificado para as semifinais da Copa América! A seleção renovada comandada pela técnica Pia Sundhage goleou a Venezuela por 4 a 0 e atingiu a pontuação necessária para se garantir na próxima fase da competição. Foram três vitórias em três jogos com 9 pontos somados, 11 gols marcados e nenhum sofrido.
A Venezuela, que tinha duas vitórias na competição (sobre o Uruguai e o Peru) e ainda não havia tomado gols, acabou tendo sua defesa vazada pela primeira vez e caiu para a terceira colocação do grupo B, atrás da Argentina pelos critérios de desempate.
Os gols do Brasil foram marcados por Bia Zaneratto, que fez seu terceiro gol na Copa América, Ary Borges, e Debinha duas vezes – a camisa 9 agora divide a artilharia do Brasil na competição com Adriana (ambas têm 4 gols).
O jogo marcou o encontro de duas das quatro treinadoras que comandam seleções na competição. A sueca Pia Sundhage assumiu a seleção brasileira em 2019, primeiro para um trabalho focado nos Jogos Olímpicos de Tóquio, e agora para um momento de renovação visando a Copa do Mundo de 2023 e Olimpíada de 2024. Na Venezuela, a italiana Pamela Conti também assumiu a equipe em 2019 após um minucioso processo seletivo da Federação entrevistando candidatos para comandar a seleção do país. A ideia também era ter no cargo uma pessoa que pudesse ajudar no desenvolvimento do futebol feminino no país.
O jogo
A seleção brasileira precisou, mais uma vez, fazer alterações na equipe titular por causa de casos de Covid. A zagueira Tainara foi afastada após testar positivo e Kathellen foi a escolhida para assumir a posição. A equipe foi escalada com Lorena; Antonia, Kathellen, Rafaelle, Tamires; Angelina, Ary Borges, Adriana, Kerolin; Bia Zaneratto e Debinha.
O Brasil teve sua primeira chance no jogo aos dois minutos em uma cobrança de escanteio de Tamires – Rafaelle cabeceou para fora. Depois, aos quatro minutos, Debinha fez uma excelente jogada, deu passe de calcanhar e Adriana finalizou para conseguir mais um escanteio para a seleção.
O jogo seguiu com domínio do Brasil no campo de ataque, mas sem tantas finalizações por conta de erros no último passe. Ainda assim, a Venezuela mal conseguia passar do meio-campo, já que a seleção subia a marcação na saída de bola das adversárias e também reagia rápido à perda da bola.
Aos 22 minutos, a seleção subiu bem a pressão para atrapalhar a construção de jogo da Venezuela e conseguiu recuperar a posse. Rafaelle reiniciou a jogada com bom passe para Tamires, que abria bem o campo pelo lado esquerdo, e a lateral achou excelente cruzamento para Bia Zaneratto subir mais alto que as zagueiras venezuelanas e empurrar de cabeça para o fundo das redes.
As chances venezuelanas no primeiro tempo foram apenas em três cobranças de falta – duas delas ainda muito longe do gol, sem levar perigo para a meta defendida por Lorena, e uma que contou com boa defesa de Lorena antecipando a bola.
A estratégia do Brasil para o primeiro tempo deu certo: controlou o jogo com a posse de bola. Pressionando alto, apertando a marcação para recuperar rápido quando perdia a bola. Adriana ainda teve boa chance aos 44 em um chute na entrada da área que passou perto do gol venezuelano.
No intervalo, Pia Sundhage fez as primeiras substituições: Gabi Portilho e Duda Francelino nos lugares de Kerolin e Adriana.
Aos 5 minutos do segunto tempo, um belo gol do Brasil. Em excelente contra-ataque, Debinha afasta a bola, Bia Zaneratto briga e ganha da venezuelana no meio, partindo em velocidade para acionar Ary Borges, que finalizou com maestria para ampliar o placar.
O Brasil ainda teve ótima chance em seguida no cabeceio de Debinha após cruzamento de Bia – a goleira venezuelana precisou fazer uma defesaça para evitar o gol.
A entrada de Gabi Portilho deu amplitude para o Brasil pelo lado direito do campo e as principais jogadas de ataque no segundo tempo começaram a passar por lá. E foi assim que saiu o terceiro gol, com a atacante corintiana abrindo o campo pela direita, a lateral Antonia passou para dar profundidade, e cruzou com precisão para Debinha fazer o dela de cabeça aos 15 da segunda etapa. Foi o 23º gol da camimsa 9 na Era Pia.
E aos 21 veio a jogada mais bonita da noite. Mais uma vez, da artilheira. Debinha aplicou uma caneta na marcadora pelo lado direito e acertou um lindo chute cruzado para fazer seu 53º gol com a camisa da seleção (24º desde que a técnica Pia chegou). Quarto gol do Brasil no jogo.
A comandante sueca seguiu fazendo alterações e trouxe Luana, Geyse e Fe Palermo para o jogo. Saíram Ary Borges, Bia Zaneratto e Rafaelle. Com isso, Antonia fez a dupla de zaga com Kathellen e Fe assumiu a lateral direita.
O Brasil seguiu pressionando e teve boa chegada com Geyse pela esquerda, obrigando a goleira venezuelana a fazer mais uma defesa.
Defensivamente, a seleção sofreu um pouco mais na segunda etapa com a Venezuela criando algumas oportunidades que chegaram a levar perigo na área brasileira.
Mas a equipe seguiu buscando o ataque até o último minuto da partida e quase fez o quinto gol com Angelina – a meio-campista chegou de trás e acertou o travessão em belo chute na entrada da área aproveitando o rebote da goleira.
Com a vitória, o Brasil está classificado para as semis e enfrenta o Peru na próxima quinta-feira com o primeiro lugar do grupo praticamente garantido.