A Série A do Campeonato Brasileiro masculino voltará a ter público nos estádios já neste fim de semana, conforme decisão do Conselho Técnico realizado na CBF na última terça-feira. A Série B já está realizando jogos com público também. Com as autoridades sanitárias liberando essa possibilidade, a discussão chega também para o futebol feminino.
Já não há mais chance de isso acontecer no Brasileiro porque o campeonato acabou, tanto na Série A2, quanto na A1. Mas o Campeonato Paulista feminino colocará o tema em pauta nesta sexta-feira em reunião entre a Federação Paulista (FPF) e os 12 clubes participantes.
A competição ainda está na primeira fase, que vai até 13 de outubro, depois tem semifinais (com jogos de ida e volta) marcadas para a segunda quinzena de outubro e finais, com a decisão do título agendada para 1º de dezembro.
O debate sobre o retorno do público no futebol masculino foi até acelerado nos últimos tempos, já que os clubes sentem falta das receitas advindas da bilheteria dos jogos. O contexto do futebol feminino, no entanto, ainda é um pouco diferente.
Claro que, com o crescimento dos últimos anos, o aumento da visibilidade e da cobertura da mídia, grandes jogos do futebol feminino também atrairiam a torcida e poderiam gerar receita para os clubes. Mas falando do Campeonato Paulista feminino, que é uma competição amadora custeada parcialmente pela Lei de Incentivo ao Esporte, não há a possibilidade de cobrança de ingresso para os jogos.
Com isso, os clubes mandantes arcariam com os custos envolvidos para a presença de torcida – isso implica um maior número de funcionários trabalhando na partida e fiscalizando os protocolos exigidos para o público numa situação de pandemia (teste de Covid, comprovante de vacinação, etc) -, e não teriam aumento de receita.
Por outro lado, a presença de público aproximaria o time feminino do torcedor, que teria a chance de ver de perto grandes nomes da história do futebol feminino que estão atuando por aqui – Cristiane, no Santos, Formiga, no São Paulo, Grazi, no Corinthians. Esta, aliás, já anunciou que está perto de anunciar a aposentadoria, então seria uma possibilidade de a torcida começar a se despedir dela nos gramados.
Há também que se levar em consideração que, entre os 12 clubes participantes do Campeonato Paulista, há aqueles de camisa (que têm mais condições para bancar os custos dos jogos com público, por exemplo) e aqueles completamente amadores, que não têm estrutura para receber a torcida, nem dinheiro para bancar os custos disso num momento de pandemia.
O mais provável é que a decisão sobre a volta do público aos estádios para ver as mulheres em campo possa acontecer nas semifinais do Campeonato Paulista, na segunda quinzena de outubro. Mas clubes e Federação colocarão o tema em debate nesta sexta-feira – vale lembrar que o público está liberado nos estádios de futebol no estado de São Paulo a partir da próxima segunda, dia 4 de outubro.