Estados Unidos vencem Holanda nos pênaltis e vão à semi da Olimpíada

Na reedição da final da Copa do Mundo de 2019, o contexto era bem diferente. A Holanda vinha de uma primeira fase goleadora e parecia mais madura para enfrentar os Estados Unidos, que cambalearam na fase de grupos e começaram os Jogos Olímpicos com uma derrota por 3 a 0 para a Suécia.

O jogo foi mais equilibrado e terminou apenas nos pênaltis. Mas o desfecho foi o mesmo: Estados Unidos saíram vencedores. Se não pelo placar, que ficou 2 x 2 (e 4 a 2 nos pênaltis), pelo avanço às semifinais enquanto a Holanda ficou pelo caminho e encerrou sua estreia nos Jogos Olímpicos com a queda nas quartas-de-final.

 

Se em 2016, os Estados Unidos haviam parado justamente nesta fase com uma derrota nos pênaltis para a Suécia, desta vez o time americano avançou nas penalidades contando muito com grande atuação da goleira Alyssa Naeher. Ela pegou um pênalti ainda no tempo regulamentar, depois abriu a disputa com uma defesa espetacular da batida de Miedema no cantinho, e deixou a situação mais simples ainda para os EUA ao defender o cobrança de Nouwen.

Aí bastou Megan Rapinoe, uma especialista nesta função, bater o pênalti final para garantir a classificação.

Com isso, os Estados Unidos avançam para a semifinal para enfrentar o Canadá, que eliminou o Brasil mais cedo. A partida será na segunda-feira.

O jogo

A partida desta sexta-feira começou com muita expectativa, já que seria talvez o jogo mais equilibrado das quartas-de-final, colocando frente à frente os dois finalistas da Copa do Mundo de dois anos atrás. Nas entrevistas pré-jogo, as jogadoras da Holanda chegaram a mostrar um otimismo para a partida.

“Não é mais o time insuperável para o qual todos olham. Claro que respeitamos, mas achamos que este é o torneio em que a gente vai eliminá-las .Não nos impressionam mais”, afirmou Lieke Martens, atacante da seleção holandesa.

É verdade que os Estados Unidos não faziam uma boa competição nesses Jogos Olímpicos. Na estreia, perderam por 3 a 0 da Suécia em uma partida em que foram encurraladas, não conseguiram sair jogando e poderiam até mesmo ter tomado mais gols. Depois, uma vitória contra a Nova Zelândia por goleada sem convencer muito e um jogo protocolar contra a Austrália que terminou em 0 a 0.

Foto: US Soccer

O ataque dos Estados Unidos ainda não tinha deixado seu cartão de visitas nesta Olimpíada. Errando muito as transições, esticando bolas o tempo inteiro para Alex Morgan ou Christen Press (que muitas vezes apareciam em impedimento) e com uma postura diferente do que a que essa equipe costuma demonstrar em grandes competições.

Do lado holandês, um time muito forte e veloz no ataque, com uma centroavante que estava fazendo a diferença (Miedema fazia uma Olimpíada impecável), mas que tinha uma defesa vulnerável – havia tomado oito gols em três jogos até então.

Mas quem abriu o placar foi justamente a Holanda. Aos 17 do primeiro tempo, após bate-rebate na área, a bola sobrou nos pés de Miedema que, com a classe de sempre, girou e chutou no cantinho, sem chances para a defesa de Naeher.

O empate viria aos 27, em jogada pelo lado direito, com cruzamento de Williams na área e Sam Mewis aparecendo sozinha para empurrar para as redes de cabeça.

Três minutos depois, chegava a virada. Numa cobrança de escanteio, mais uma bobeada da defesa holandesa, e Lynn Williams sobrou sozinha na área para chutar e colocar os Estados Unidos na frente.

Aí com menos de 10 do segundo tempo, foi a vez de Miedema brilhar de novo. Habilidosa, ela sai da marcação da Dahlkemper e acerta um chute milimétrico de fora da área para empatar.

O jogo ficou muito equilibrado, a Holanda ainda teve um pênalti no fim do tempo regulamentar, mas Martens parou nas mãoes de Naeher.

Na prorrogação, os Estados Unidos chegaram a marcar duas vezes, uma com Press e outra com Morgan, mas a arbitragem assinalou corretamente o impedimento em ambas as jogadas. Nos pênaltis, fez a diferença a forte mentalidade das americanas, que não costumam se abalar nessas adversidades e conseguem manter a frieza nas cobranças.

Deixaram os Estados Unidos chegar. E, por mais “cambaleantes” que elas estejam, são sempre grandes candidatas ao ouro.

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