Veja como ficou o Brasileirão Feminino até a pausa para as Olimpíadas

Foto: Staff Images Woman/CBF

Foto: Juliana Zanatta

Como de costume em ano de grande evento esportivo, o Brasileirão Feminino A1 está pausado para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Diferente do previsto inicialmente, as duas rodadas restantes da primeira fase serão disputadas apenas após as Olimpíadas, já que as últimas semanas foram dedicadas aos jogos dos clubes gaúchos que haviam sido adiados por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, em maio. A vitória do Internacional sobre o RB Bragantino, por 1 a 0, na segunda-feira (1º), foi a última partida antes da paralisação.

Agora, com todos os times com 13 jogos disputados, veja como está a situação de cada equipe.

Restam apenas dois invictos

CORINTHIANS: 12 vitórias e 1 empate (36 gols marcados | 9 gols sofridos)
Nesta primeira metade do campeonato, o campeão das últimas quatro edições do Brasileirão Feminino teve um desempenho longe daquele apresentado em anos anteriores. Ainda assim, a eficiência do time comandado por Lucas Piccinato foi determinante para consolidá-lo na liderança, sem sofrer nenhuma derrota. O elenco encorpado com várias atletas de qualidade, inclusive como opções no banco de reservas, é uma das chaves para estar no topo da tabela, com 37 pontos. Tanto é que o Corinthians teve seis jogadoras convocadas para as Olimpíadas: Tamires, Yasmim, Duda Sampaio, Yaya, Gabi Portilho e Jheniffer. As Brabas do Timão não tiveram 100% de aproveitamento apenas pelo empate com a Ferroviária, por 1 a 1, na 6ª rodada.

FERROVIÁRIA: 8 vitórias e 5 empates (17 gols marcados | 6 gols sofridos)
É uma das equipes que apresentaram mais liga na primeira fase do Brasileirão, com um elenco entrosado e uma forma de jogar bem encaixada sob comando da técnica Jéssica de Lima. As boas atuações, porém, esbarraram em muitas dificuldades na hora de definir as jogadas no terço final do campo. Em outras palavras, a Ferrinha tem boas atuações e consegue criar boas jogadas, mas desperdiça muitas oportunidades de transformá-las em gol. Como consequência, o time somou cinco empates nos 13 jogos disputados. Até no duelo contra o Corinthians, a equipe poderia ter saído com uma vitória, caso tivesse aproveitado melhor as oportunidades de gol criadas. Ainda assim, figura na 2ª colocação, com 29 pontos.

Foto: meutimao.com

Classificação assegurada

SÃO PAULO e PALMEIRAS – São os outros dois times matematicamente classificados para as quartas de final antes mesmo das duas rodadas restantes da primeira fase do Brasileirão. Os dois têm campanhas bastante parecidas, com oito vitórias para cada um. O Tricolor paulista ocupa a terceira posição, com 26 pontos, um a mais do que o rival. A vantagem ocorre pelo São Paulo ter sofrido três derrotas, uma a menos do que o Palmeiras. Mas no confronto direto entre os dois, o placar não foi nada equilibrado. As Palestinas golearam o São Paulo por 5 a 1, de virada, no clássico conhecido como Choque-Rainha, disputado pela 13ª rodada do campeonato nacional deste ano.

Briga pelo G-8

CRUZEIRO – Oscilou nessa primeira fase do Brasileiro, mas emplacou três vitórias seguidas (contra Botafogo, Santos e Fluminense) a partir da 10ª rodada, que o colocou no grupo classificatório para as quartas de final. Mesmo com a derrota para o Grêmio por 1 a 0 antes da paralisação para as Olimpíadas, as Cabulosas se mantiveram na 5ª posição, com 21 pontos, e está em uma situação confortável para se garantir na próxima fase do campeonato a duas rodadas do fim da primeira fase. O Cruzeiro soma 6 vitórias, 3 empates e 4 derrotas.

GRÊMIO – No início da temporada, contou com o retorno importante da goleira Lorena, após se recuperar de uma lesão ligamentar no joelho, e se mostrou bem organizado sob o comando da técnica Thaissan Passos. Mas teve que enfrentar o enorme desafio de readaptar toda a logística diante da tragédia que afetou o Rio Grande do Sul e, consequentemente, o clube, suas atletas e seus profissionais. Ainda assim, as Gurias Gremistas conseguiram encerrar a sequência de jogos atrasados em relação aos adversários no fim de junho com uma vitória sobre o Atlético-MG por 2 a 1, subindo para a 6ª colocação, com 20 pontos. Assim, o time chegou a 6 vitórias, 2 empates e 5 derrotas.

Foto: Juliana Zanatta
Foto: Juliana Zanatta

BRAGANTINO – Já conquistou o primeiro grande objetivo da temporada: assegurar a permanência na Série A1, quebrando uma porcentagem alta de times que caem para a segunda divisão na temporada seguinte ao acesso à elite. Além disso, fez uma campanha que o credencia a tentar beliscar uma vaga nas quartas de final. Por enquanto, a equipe está na 7ª posição, com 19 pontos (5 vitórias, 4 empates e 4 derrotas). Após as Olimpíadas, o Bragantino pega o Fluminense, fora, e o Cruzeiro, em casa.

FLAMENGO – Apesar da badalação pelas contratações de peso puxadas por Cristiane e Gláucia no início da temporada, o Rubro-Negro teve um início de Brasileiro péssimo, com apenas uma vitórias nos seis primeiros jogos. Depois, virou a chave com uma goleada por 7 a 0 sobre o Santos, emendando uma sequências de quatro vitórias que o colocaram na briga pelo G-8. Dois momentos que mostram o contraste existente entre o setor de ataque e de defesa da equipe. O Flamengo tem o quarto melhor ataque do campeonato até o momento, com 28 gols. Por outro lado, tem também a quarta pior defesa, com 21 gols sofridos. Na 8ª posição, com 18 pontos (5 vitórias, 3 empates e 5 derrotas), o time da Gávea fecha a zona de classificação para as quartas de final. Nas rodadas restantes, pega Avaí/Kindermann e Ferroviária.

Fora do G-8, mas com chances

AMÉRICA-MG – Além de garantir o principal objetivo da temporada, que era permanecer na Série A1 após ter conquistado o acesso no ano anterior, apresentou futebol para alçar objetivos mais altos, com um elenco entrosado, bem encaixado e organizado taticamente. Fez uma campanha excelente no início do Brasileirão, quando somou 13 pontos em sete jogos. Agora, restando duas rodadas para fim da primeira fase, está muito vivo na briga para entrar na zona de classificação. Atualmente, o América ocupa a 9ª colocação (5 vitórias, 3 empates e 5 derrotas), com os mesmos 18 pontos do Flamengo, último time do G-8. Mas não terá vida fácil, pois enfrentará São Paulo e Botafogo após as Olimpíadas.

FLUMINENSE – Outro time que conseguiu permanecer na elite no primeiro ano após o acesso e ainda tem chances de beliscar uma vaga entre os oito primeiros. Está na 10ª posição, com 17 pontos (5 vitórias, 2 empates e 6 derrotas). Nas rodadas restantes, o Flu vai encarar Bragantino e Real Brasília.

INTERNACIONAL – Vice-campeão brasileiro em 2022 e semifinalista da Libertadores de 2023, o Inter não conseguiu ganhar nenhum jogo nas primeiras sete rodadas do Brasileirão Feminino deste ano. Desde maio, as enchentes no Rio Grande do Sul complicaram ainda mais a situação das Gurias Coloradas, que precisaram reorganizar toda a logística do clube e dos profissionais evolvidos nele para poder retomar as atividades de treinos e jogos. Passado o período mais calamitoso, o time feminino enfrentou outro desafio, desta vez, causado pelo próprio clube, que ignorou as recorrentes solicitações para não jogar no campo do Sesc em Porto Alegre, devido às péssimas condições do gramado provocadas pelas chuvas e a quantidade de jogos no local. Ainda assim, o Inter recebeu a Ferroviária precisando de um bom resultado para fugir da zona de rebaixamento e empatou em 1 a 1. Depois, porém, conquistou uma vitória sobre o Bragantino, por 1 a 0, que afastou de vez o risco da degola. Com 17 pontos (4 vitórias, 5 empates e 4 derrotas), o Inter enfrentará Palmeiras e Santos com chances de entrar no G-8.

Baixo risco de rebaixamento

REAL BRASÍLIA: com 16 pontos, é o primeiro clube acima da zona de rebaixamento e tem uma distância considerável para Santos e Botafogo, ambos com 10 pontos, na zona da degola. Mas ainda corre risco de cair de divisão, caso não consiga somar nenhum ponto nas duas últimas rodadas e um dos dois adversários diretos ganhe os dois jogos restantes, empatando em número de pontos e levando vantagem no número de vitórias. O Real Brasília enfrentará Grêmio e Fluminense e precisa de apenas um empate para fugir do rebaixamento. No entanto, o time está a apenas 2 pontos do oitavo colocado, o Flamengo, por isso, também tem chances de avançar para as quartas de final, feito realizado apenas uma vez, em 2022. Atualmente, o clube do Distrito Federal soma 4 vitórias, 4 empates e 5 derrotas.

A vergonha do ano

ATLÉTICO-MG – Um dos clubes de maior aporte financeiro do futebol brasileiro abriu mão do futebol feminino e virou o saco de pancadas do Brasileirão Feminino em 2024, tendo sofrido 42 gols em 13 jogos. O melhor resultado do Galo na competição foi um empate em 1 a 1 contra o Botafogo, pela 7ª rodada. Nos demais confrontos, foram 12 derrotas. É o lanterna do campeonato e foi o primeiro clube matematicamente rebaixado para a segunda divisão. Consequência do desmonte que o clube fez no futebol feminino, desde a dissolução do elenco principal até o encerramento do trabalho com as categorias de base femininas. Uma vergonha diante do potencial do clube.

Outros rebaixados (ou quase)

SANTOS: teve o orçamento destinado ao futebol feminino reduzido neste ano devido ao rebaixamento do clube masculino para a Série B do Brasileiro. O resultado foi a perda de jogadoras importantes, como Cristiane, e um rendimento terrível no Brasileiro Feminino. Para piorar, em abril, a diretoria do clube ainda recontratou o técnico Kleiton Lima, após ele ter sido alvo de denúncias anônimas de assédio por um grupo de jogadoras. Na última rodada antes da paralização para as Olimpíadas, as Sereias da Vila venceram o Grêmio por 2 a 0 e ganharam uma sobrevida para tentar fugir do rebaixamento. Para isso, precisa vencer os dois últimos jogos e torcer para o Real Brasília não somar nenhum ponto. O desafio começa com duelo dos desesperados contra o Botafogo e, depois, contra o Internacional.

BOTAFOGO: com apenas 10 pontos em 13 jogos (2 vitórias, 4 empates e 7 derrotas), é forte candidato para entrar na estatística dos clubes que batem e voltam no primeiro ano de disputa da Série A1 Feminina. O Alvinegro carioca conquistou o acesso no ano passado, mas bem no início do campeonato já perdeu técnico Jorge Barcellos, que assumiu o Internacional. O time conquistou apenas duas vitórias, sobre Palmeiras e Avaí/Kindermann, até este momento no campeonato e dependeria de mais duas vitórias nos dois jogos restantes, além de uma combinação de resultados do Real Brasília, para escapar da degola.  

AVAÍ/KINDERMANN – Na penúltima posição, com 6 pontos, está matematicamente rebaixado para a Série A2. Vice-campeão brasileiro em 2020, o time catarinense enfrentou dificuldades após a morte do fundador e então presidente do projeto Salézio Kindermann, em 2021. Nesta temporada, o clube voltou a lidar com problemas salariais e teve uma campanha muito ruim ao longo do campeonato, com apenas uma vitória, sobre o Atlético-MG, e outros três empates.

Compartilhe

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *