Brasil repete goleada sobre Jamaica, apesar de não voltar a fazer atuação de gala

Últimos amistosos antes das Olimpíadas deixam briga por vaga na lista final ainda mais acirrada entre atacantes
Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Com o time praticamente todo modificado, a seleção brasileira venceu novamente a Jamaica por 4 a 0 na Arena Fonte Nova, em Salvador, na noite desta terça-feira (04), deixando de uma vez por todas o fantasma da eliminação da última Copa do Mundo para trás antes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Apesar de o Brasil ter repetido a goleada, a segunda apresentação não foi de gala como a anterior. Mesmo com oscilações, a festa dos 31.547 torcedores foi enorme e Marta voltou a marcar, desta vez, em uma bela cobrança de falta. Os outros gols foram de Debinha e Jheniffer (duas vezes).

Arthur Elias seguiu a conduta de dar oportunidades ao máximo de jogadoras até o último amistoso antes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Para o segundo amistoso desta data Fifa contra o mesmo adversário, o treinador do Brasil repetiu apenas duas titulares em relação ao primeiro confronto: a zagueira Rafaelle e a meia Duda Sampaio.

Outra característica que o treinador voltou a colocar em campo foi a linha defensiva com quatro jogadoras, optando por começar com Tarciane e Rafaelle na dupla de zaga e Bruninha e Yasmim como laterais. Natasha foi a escolhida para defender o gol, Duda Sampaio e Laís Estevam foram as titulares do meio campo, enquanto o ataque foi composto por Gabi Portilho, Byanca Brasil, Gabi Nunes e Debinha.

Seleção Brasileira. Foto: Lívia Villas Boas / CBF
Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Logo aos 4 minutos de jogo, a seleção brasileira sofreu um susto que parecia antecipar uma atuação menos dominante diante da mesma Jamaica. Em um erro de posicionamento da zaga brasileira, o lançamento da Naya Cardoza chegou à McCoy em uma tentativa frustrada da Tarciane de afastar a bola, que sobrou para Jody Brown. A camisa 10 jamaicana só tirou da goleira Natasha para marcar o que seria o primeiro gol da partida. O que não se confirmou por causa do impedimento assinalado pela arbitragem no início da jogada.

Na sequência do jogo, Duda Sampaio se aproximou das zagueiras para auxiliar a saída de bola brasileira. Mesmo bastante recuada, a meia encaixou um lançamento longo para Gabi Portilho partir na velocidade, pela direita. A ponta brasileira invadiu a grande área e cruzou para o meio, encontrando duas companheiras livres. Gabi Nunes não alcançou a bola, mas Debinha chegou inteira na segunda trave para empurrar para o fundo da rede, aos 6 minutos de bola rolando.

Dois minutos depois, o Brasil já estava trabalhando a bola no lado direito do campo ofensivo. Novamente a Duda Sampaio recebeu com liberdade, desta vez, no campo ofensiva. Mas com liberdade para levantar a cabeça e cruzar na medida para Debinha, dentro da área, ajeitar de cabeça para a marca do pênalti, onde Portilho emendou direto no travessão! Apesar de arrancar suspiros da torcida verde-amarela, os lançamentos longos e cruzamentos foram repetidos de forma excessiva e sem grande efetividade diante da alta defesa jamaicana na sequência do jogo. Diante desse cenário, a bola pouco chegou à Gabi Nunes.

Já Portilho foi a atacante mais acionada enquanto esteve em campo, dando muito trabalho pelo lado direito do ataque brasileiro. Com a primeira chance na seleção sob comando de Arthur Elias, Byanca Brasil teve liberdade para circular bastante nas proximidades da área adversária e dar dinamismo ao ataque brasileiro. A atacante do Cruzeiro não chegou a balançar as redes, mas presenteou a torcida com o lance mais plástico do primeiro tempo: uma bela lambreta pra cima da Chantelle Swaby, já aos 40 minutos.  

Com domínio das ações e da posse de bola no primeiro tempo, a seleção brasileira teve chances de ampliar o placar com Gabi Nunes, que acertou o travessão, e com a soteropolitana Rafaelle, que estava extremamente emocionada de jogar com a amarelinha na sua cidade e quase guardou o dela de cabeça, em cobrança de escanteio. Ainda assim, ficou evidente que a criatividade da seleção no primeiro tempo esteve abaixo daquela apresentada no jogo anterior.

Segundo tempo de oscilações e presente da Rainha 

Marta. Foto: Lívia Villas Boas / CBF
Marta fechou a goleada brasileira com gol de falta | Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Na volta do intervalo, Byanca Brasil ficou no banco de reservas para dar lugar à Jheniffer. Mas foi a Jamaica que começou o segundo tempo mais agressiva. Aos 10 minutos, a equipe caribenha já havia finalizado com liberdade de dentro da área por duas vezes, uma com Primus e outra, com Brown, após erros da defesa brasileira. No momento do jogo em que a falta de concentração da linha defensiva do Brasil chamava atenção, um gol de bola parada voltou a dar tranquilidade às donas da casa.

Aos 18 minutos, Yasmim cobrou escanteio fechado e Sydney Schneider fez uma defesa de grande reflexo na cabeçada da Gabi Nunes, mas a goleira jamaicana não conseguiu fazer outro milagre no rebote em que Jheniffer empurrou para o gol, ampliando a vantagem para 2 a 0. O gol deu alívio, mas Arthur Elias preferiu promover novas substituições no recomeço da partida. Entraram Marta, Cristiane, Antônia e Brena; saíram Debinha, Gabi Nunes, Tarciane e Laís Estevam. Mais festa nas arquibancadas, afinal a dupla que já marcou a história da seleção estava de volta pelo segundo jogo seguido.

Em campo, Marta e Cristiane retribuíram o carinho. Aos 33, Cris fez o pivô da entrada da área e ajeitou para Jheniffer bater colocado, marcando um belo gol, o segundo dela no jogo. Quatro minutos depois, Cristiane foi alvo de uma falta na entrada da área. Marta cobrou colocado, de canhota, no canto esquerdo da goleira jamaicana para sacramentar 4 a 0 no placar e não deixar dúvidas que elas ainda pode contribuir na busca pelo ouro olímpico inédito da seleção feminina. Afinal, quem é rainha nunca perde a majestade!

O Brasil ainda terá uma data Fifa antes das Olimpíadas, mas Arthur Elias já avisou que vai usar o período para treinamentos. Apenas 18 atletas podem ser inscritas por país para a disputa olímpica do futebol. “Foi um dia importante. Tiveram alguns momentos em que não nos portamos muito bem no jogo e isso é importante para fazer algumas correções para ter um nível alto. Mas fiquei muito satisfeito por todo o processo, agradeço a todas as jogadoras que passaram por aqui e agora a gente vai tomar a decisão para os Jogos Olímpicos”, comentou Arthur Elias, na coletiva de imprensa após o jogo.

Compartilhe

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Uma resposta

  1. Começamos a entender a filosofia do Elias.
    Dar chance a todas, todas mesmo e desta forma cimentar uma união indestrutivel nas jogadoras. E quem não for a Paris, de qualquer modo ja somou, se apresentou, tem porta abertas , foi elogiada e contribuiu.
    Agora e a vez das que passaram o sarrafo no grande salto p o futuro do feminino. E são só 18… A Jhenifer, tem AINDA mais talento do que já
    nos apresentou, ela tem uma grande parte do que tinha a Cris aos 19 anos e nao era pouco.
    Nao sabemos em que forma estará a Bia Zaneratto e pena que a chance da
    retorno da Kerolin seja perto de zero.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *