Brasil arranca vitória sobre Japão com destaques individuais e gol da estreante Priscila

Nayra Halm Staff Images Woman CBF

Foto: Foto: Nayra Halm / Staff Images Woman / CBF

O Brasil não fez um bom jogo coletivo diante do Japão, na tarde desta quinta-feira (30), na Neo Química Arena, em São Paulo, no primeiro dos três amistosos desta data Fifa do fim de 2023. A equipe comandada por Arthur Elias teve muitas dificuldades na saída de bola, errou passes de forma excessiva e foi inferior no meio-campo. Mas a partida não deixou a desejar em emoção, afinal, terminou com sete gols. Mesmo diante das dificuldades, o Brasil chegou à vitória por 4 a 3 graças aos destaques individuais de Bia Zaneratto (2x), Gabi Portilho e a estreante Priscila, de apenas 19 anos. 

Já o Japão, da craque Miyazawa, entregou um bom jogo coletivo, com futebol envolvente e agressivo, lembrando aquele apresentado na Copa do Mundo da Austrália. Apesar da queda nas quartas de final no Mundial, a seleção japonesa foi a única a vencer da Espanha, que terminaria como a campeã da Copa, além das goleadas desconcertantes que aplicou na competição. No amistoso contra o Brasil já pensando na preparação para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, o Japão saiu na frente no placar, com gol de Fujino, e sofreu a virada no segundo tempo, mesmo estando melhor no jogo.

Mas a equipe do técnico Futoshi Ikeda correu atrás do empate por 3 a 3, novamente em jogadas bem trabalhadas que terminaram com cruzamentos na área para a finalização pro gol. O revés japonês aconteceu novamente em uma jogada individual brasileira na primeira oportunidade de finalização da Priscila, desta vez, no último lance do jogo, sem dar tempo de reação às japonesas. 

Começo forte da seleção japonesa

Apesar de visitantes, a seleção japonesa quem começou se impondo no jogo, tendo mais posse de bola e envolvendo o time brasileiro pela qualidade na troca de passes. A primeira finalização foi do Japão da entrada da área, aos 8 minutos. 

Passados 15 minutos, a seleção brasileira equilibrou a partida, conseguindo sair mais do campo de defesa após melhorar a saída de bola. Ainda assim, o meio-campo brasileiro encontrou muita dificuldade com Júlia Bianchi e Ary Borges.

No fim do primeiro tempo, o Japão voltou a ser superior e chegou ao gol após jogada iniciada pela linha de fundo na lateral esquerda com Miyazawa, que cruzou rasteiro para Hasegawa livre na área. Deu tempo da meia-campista japonesa dominar e passar para Fujino, que finalizou livre de dentro da área no ângulo direito da goleira Lelê. 

Além da falha de transição defensiva que resultou no gol do Japão, o Brasil seguiu com dificuldade de criação. Já que as bolas não chegavam com qualidade ao ataque, as jogadas de bola parada foram as chances mais perigosas de gol para a equipe comandada por Arthur Elias. 

Aos 14 min, Tamires cobrou uma falta próxima da grande área curtinho para Rafaelle, que cruzou aberto em direção à Gabi Nunes. A centro-avante não alcançou a bola, que saiu pela linha de fundo. Ainda assim, a cobrança ensaiada mostrou o bom potencial de lances desse tipo, ainda mais considerando a baixa estatura da equipe japonesa e a qualidade de Gabi Nunes na bola aérea. 

Não foi exatamente de uma jogada ensaiada, mas o Brasil chegou ao gol de empate em uma bela cobrança de falta da Bia Zaneratto próximo à grande área pelo lado direito, aos 40 minutos. Quase na jogada seguinte ao gol japonês, Bia bateu colocado por cima da barreira. A bola entrou no lado esquerdo da goleira Hirao,  empatando o jogo para a Seleção. O primeiro tempo terminou 1 a 1.

Segundo tempo movimentado com cinco gols

Na volta do intervalo, Arthur Elias colocou em campo Luana, Duda Sampaio e Priscila no lugar de Julia Bianchi, Ary Borges e Gabi Nunes. Mesmo com as substituições brasileiras, o Japão continuou melhor em campo, sendo superior no meio campo contra uma equipe brasileira que errava muitos passes e seguia com dificuldade na saída de bola. As tentativas de enfiada de bola do Brasil eram bloqueadas pela defesa do Japão. 

Quando Arthur Elias ensaiava novas mexidas e Marta vestia as caneleiras, Gabi Portilho roubou uma bola no meio-campo e partiu em velocidade no contra-ataque chegando de frente pra goleira. Ela driblou Hirao e tentou dar um toquinho tirando da arqueira japonesa, que conseguiu defender. Mas Portilho aproveitou o rebote e colocou o Brasil na frente no placar: 2 a 1. 

Dois minutos depois, aos 17, o Brasil ampliou a vantagem novamente em uma jogada individual, desta vez, foi Bia Zaneratto quem roubou a bola de Kumagai após um erro de passe da Minami no campo de defesa. Depois da roubada de bola, Zaneratto avançou, ganhou a marcação e bateu por cobertura sobre a goleira Hirao.

Logo após marcar o segundo gol no jogo, Bia Zaneratto saiu para dar lugar à Marta. Adriana também entrou na posição de Gabi Portilho. Do outro lado, Futoshi Ikeda também mexeu no elenco japonês e partiu para o ataque, em busca de tirar a desvantagem, com as entradas de Mina Tanaka e Tanikawa nas vagas de Ueki e Kumagai. 

Foto: Nayra Halm / Staff Images Woman / CBF
Foto: Nayra Halm / Staff Images Woman / CBF

Bruninha machuca e Brasil fica vulnerável na lateral direita

Aos 30 minutos do segundo tempo, a lateral Bruninha sentiu e precisou ser substituída. Arthur Elias colocou Angelina no jogo para fazer o meio-campo ao lado da Duda Sampaio; enquanto a Luana passou a fazer a lateral direita, já que Antônia testou positivo para Covid-19 e desfalcou a seleção brasileira neste amistoso na Neo Química Arena. 

Na sequência da alteração, o Japão chegou com muito perigo explorando justamente o lado direito defensivo do Brasil. No lance, a atacante Nakashima finalizou com liberdade pela esquerda e acertou o travessão da goleira Lelê. O Japão seguiu pressionando e sofreu um pênalti aos 38 minutos. Angelina segura Tanikawa dentro da área e árbitra colombiana Maria Victoria Daza assinalou a penalidade. A Endo bateu alto no canto esquerdo, sem chances de defesa para a Lelê, aos 40 minutos. 

O Japão insistiu e chegou ao empate dois minutos depois. Tanikawa recebeu cruzamento da Shimizu e pegou de primeira entre as marcadoras brasileiras para cravar o terceiro gol do Japão. A seleção visitante seguiu pressionando e sendo dominante. Mas no último lance, aos 51 minutos, o Brasil conseguiu, enfim, fazer a bola chegar com qualidade à atacante Priscila, que estreou na seleção principal aos 19 anos. 

Dentro da área, a novata que defende o Internacional limpou o lance e encobriu a goleira em apenas dois toques na bola. “É um sonho que eu realizei hoje. Só tenho que agradecer à minha família, a Deus e a todos que torceram por mim. É uma sensação inexplicável, estou muito feliz”, comemorou Priscila, que marcou o seu primeiro gol com a amarelinha na primeira oportunidade de finalização que teve no jogo.

FICHA TÉCNICA

BRASIL: 4
Leticia; Bruninha (Angelina), Lauren, Rafaelle e Tamires; Julia Bianchi (Luana), Ary Borges (Duda Sampaio) e Bia Zaneratto (Marta); Gabi Portilho (Adriana), Debinha e Gabi Nunes (Priscila).
Treinador: Arthur Elias.

JAPÃO: 3
Hirao Chika; Shimizu Risa, Minami Moeka, Kumagai Saki (Tanikawa Momoko) e Koga Toko (Ishikawa Rion); Nagano Fuka, Miyazawa Hinata (Nakashima Yoshino), e Hasegawa Yui; Ueki Riko (Tanaka Mina); Endo Jun e Fujino Aoba (Seike Kiko).
Técnico: Futoshi Ikeda

Árbitra: Maria Victoria Daza (Colômbia)
Data: 30/11/2023
Local: Neo Química Arena – São Paulo (SP)

Próximos amistosos da seleção feminina

Este foi o primeiro de três amistosos da seleção brasileira feminina nesta Data FIFA. A equipe comandada por Arthur Elias vai jogar novamente contra as japonesas no domingo (3) e depois contra a Nicarágua na quarta-feira (6)

Brasil x Japão (segundo amistoso)
Data: domingo (3 de dezembro) – 11h
Local: Estádio do Morumbi, São Paulo (SP)

Brasil x Nicarágua
Data: quarta-feira (6 de dezembro) – 18h
Local: Fonte Luminosa, Araraquara (SP)

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